81. sweet revenge

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— pandora!

O sangue esquentava suas mãos, seu tronco e seu pescoço. Não havia nada além daquela imensidão vermelha que a cobria e a sufocava com seu odor metálico e amargo. Seus dedos tremiam, o choro preso em sua garganta devido ao tremendo choque.

Michael estava morto. Estava morto bem diante dos seus olhos, a garganta rasgada jorrando cada vez mais daquele líquido. O olhar estava perdido no teto, todo brilho característico da vida o havia deixado.

Ela caiu sobre a poça de sangue, fazendo gotículas escarlate salpicarem nos lençóis brancos da cama ao seu lado. As mãos foram rápidas em repousar sobre o peitoral imóvel do rapaz, buscando por um batimento que jamais viria.

Deixando que as lágrimas irrompessem pelos seus olhos, Pandora agarrou com força o tecido de sua camiseta preta, balançando-o. Ele não podia estar morto, simplesmente não podia. Não aceitaria aquilo.

A Angemonium inspirou profundamente, então expirou em sua boca, dando-lhe o sopro da vida; entregando a ele o próprio fôlego para que pudesse respirar. O Langdon estremeceu sobre ela, seu peito inflando-se com o ar que conseguia respirar, o coração tornando a pulsar sob ela.

A jovem afastou-se, hesitante, limpando as lágrimas que manchavam seu rosto.

— Michael? — Quase sorriu, os olhos arregalando-se ao vê-lo com vida, a pulsação tornando-se acelerada.

Ele tombou a cabeça para o lado, os olhos turquesa não inspirando nada além de desconfiança. Fez menção de que se levantaria.

— Você me matou.

Por um momento, Pandora quase acreditou que seu coração havia parado.

— Não... não — balbuciou, a garganta ondulando. — Você estava morto, eu o trouxe de volta.

Não existia nada além de ódio e repulsa naquele rosto que ela tanto amava.

— Não se faça de inocente! Sei bem que seu plano sempre foi me destruir.

Ela balançou a cabeça de maneira insistente, erguendo-se com o apoio da cama ao seu lado. O estômago revirou-se, prestes a colocar as tripas para fora.

— Devil Jr, eu... — Antes que pudesse terminar, o Anticristo avançou sobre ela, envolvendo seu pescoço com ambas as mãos. Seu corpo foi atirado contra a cama, preso sob seu peso.

— NÃO ME CHAME ASSIM — gritou, agarrando-a com tanta força que ela acreditou estar sentindo o oxigênio faltar ao seu cérebro. A dor era tamanha que ela temia que seu pescoço fosse partir em breve. — Dessa vez, eu a matarei antes que me mate!

Pandora tentou implorar, mas sua voz não a deixava. O estapeava, esperneava, tentava empurrá-lo, mas nada parecia ter efeito algum sobre ele. A garota sentia os olhos tornando-se saltados, os vasos capilares do rosto estourando. Estaria morta em breve.

Ela tateou pelo colchão, em busca de ajuda, em busca de qualquer coisa que a tirasse daquela situação. Seus dedos alcançaram algo sólido, aparentemente metálico. Envolveu o objeto com a mão, fincando-o no pescoço do seu agressor.

Os olhos de Michael se arregalaram, seu aperto em volta dela perdeu a força. Puxou a lâmina do pescoço, cambaleando para trás quando sangue esguichou do ferimento recente.

Para o horror de Pandora, o Anticristo despencou sobre os ladrilhos, em uma poça do próprio sangue.

Ela gritou, o coração parecendo querer saltar pela boca.

O sangue esquentava suas mãos, seu tronco e seu pescoço. Não havia nada além daquela imensidão vermelha que a cobria e a sufocava com seu odor metálico e amargo. Seus dedos tremiam, o choro preso em sua garganta devido ao tremendo choque.

ME AND THE DEVIL ➸ michael langdonWhere stories live. Discover now