》♤Chapelzinho Vermelho ♤《

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- Você pode me ligar se algo acontecer, virei imediatamente buscá-la.

- Não é necessário, e só uma escola, não deve acontecer nada demais. Posso voltar a pé para casa. - Tá tenho um humor bipolar, nada demais.

- Tem certeza?

- Tenho! Quero dar uma volta pela reserva. - Meu pai franze um pouco suas feições desde que voltara a trabalhar como assistente do xerife suas emoções estavam mais aparentes, o que me preocupava, ele parecia nervoso.

- Só não vá a floresta, é perigoso.

- Por que diz isso? Não vi perigo nenhum a última vez que estive nela. - Meu pai fica um pouco tenso, com minha fala, ele deve saber mais do que deixa transparecer.

- Falei com Charlie ele me informou de alguns desaparecimentos de turistas e... - Meu pai estava tenso e preocupado, então era isso!

- Ataque animal? - Falo tentando não transparecer meu interesse.

- Algo assim.

- Claro! - Ele não falaria mais nada, não arriscaria me deixar incucada. Tarde demais! Minha intuição dizia que logo eu teria um encontro com o causador de problemas, ótima oportunidade para extravasar minha raiva.

- Chegamos! - Olho para a escola desanimada. O céus, que eu não estoure a cabeça de ninguém.

- Até mais pai! Digo abrindo a porta do carro.

- Ei! Não está esquecendo de nada? - O olho sem entender. Ah, afeto! Me aproximo dando um abraço nele o mesmo da um beijo em minha testa, não importava o tanto de vezes que fazia isso, ainda achava o gesto estranho não tinha isso em minha antiga família. O único ponto positivo e vê-lo feliz então não importava o quanto demostrar afeto me incomodasse, eu faria isso por ele.

- Não esquece! Qualquer coisa me ligue! - Apenas aceno, se algo desse  errado eu resolveria e azar de quem estivesse no caminho.

Ando em direção a entrada da escola, vulgo prisão para crianças e adolescentes, sinto alguns olhares sobre mim, argh, novata e não nativa porque não acho isso estranho? Ignorei todos, realmente não me importava com opiniões ou julgamentos alheios. Não foi difícil achar a secretaria, peguei meu horário e segui para guardar minhas coisas no armário, passeio meus olhos até acha-lo, 17 , guardo tudo, sem me preocupar com alguns olhares que ainda recebo, não era necessário virar e olhar para nenhum deles eu conseguia sentir suas emoções, basicamente era uma entrusa, fazer o que, vida que segue.

Chego cedo na aula de Biologia avançada, olho ao redor quase não a ninguém, ótimo! Sigo em direção ao último lugar ao lado da janela. Logo o sinal bate, fazendo que a sala se encha rapidamente, não me surpreendo que alguns virem para trás para me olhar, eles devem me achar uma novidade, novidade perigosa, alguns me olhavam intrigados, outros desejosos, uns com raiva e inveja, mas a maior parte desejosa. Não precisava ser nenhuma sensitiva, para saber o que cada um ali estava sentindo, era fácil, a maior parte tinha sentimentos conflitantes, o que já esperava, e isso que me daria uma dor de cabeça mais tarde.

Bruxas pelo menos as que conheci, não eram boas, a maior parte dos contos e lendas tinham uma parcialidade de verdade. A maior parte usava a beleza fora do comum para encantar e capturar suas vítimas, nisso éramos semelhantes aos frios, humanos tinham uma tendência preocupante por gostar e confiar no que é belo, uma pena que isso poderia levá los ao engano e a morte.

As aulas haviam passado de uma maneira tediosa, ainda bem que era meu último ano.
Não vi nenhum dos lobos na escola, o que era de certa forma intrigante. Sumissos e mortes pela região, supostos ataques de animais, alguma coisa estava acontecendo e eu descobriria.

Caminho para fora da escola, pensando em meu próximo passo, preciso achar um lobo. Ando em passos rápidos, contornando possíveis olhares curiosos.
Claro, coloco meu capuz, pelo que me lembrava Chapelzinho caçava usando uma vestimenta similar, caminho pela floresta tentando usar minha ligação com o lobo.

- Vamos lá! Cordas que regem essa ligação me mostrem aonde ele está! - Digo em tom de ordem, quase que imediatamente me sinto ser puxada, não a porque resistir, sigo o caminho da floresta.

- Pela estrada a fora eu vou bem sozinha,
Levar esse doce para a vovozinha,
A estrada e longa e o caminho e deserto,
E o lobo mau passeia aqui por perto. - Cantarolo divertida enquanto sou puxada pelo invisivel.

Será que o lobo mau imaginava que séria caçado por criaturas piores que ele? Conto antigo com um misto de fantasia e verdade. Balanço minha cabeça tentando afastar tau  lembrança, deixo escapar um sorriso, o lobo não matou mais, nem a chapelzinho o fez.

Desfaço a magia de localização ao ver uma cena interessante, um frio encurrala uma criança. Deixo meu ódio fluir, ao escutar o som de sua voz chorosa próximo ao corpo de uma mulher. Enfim vou ter um pouco de diversão.

- Por favor não me mate!

- Não vai doer criança, estou lhe fazendo um favor.

Nesse momento travo o vampiro no lugar, deixo escapar minha risada mais maligna, igual nos contos e filmes, o que eles não contam é que a mesma causa dor nas vitimas. Faço a menina desmaiar ela não precisava ser traumatizada, mas o frio pagaria com juros por se atrever a cruzar meu caminho, sorrio divertida ao dar mais uma gargalhada.

- Quem está ai? - Medo era isso que ele estava sentindo? Sorrio mais uma vez ao cortar um de seus braços.

- Ei moço eu acho que isso é seu! - Caminho saltitante e sádica em sua direção, seria mais interessante se ele não estivesse com medo.

- O que é você?

Sinto seu Pavor, que decepcionante...

Balanço a cabeça decepcionada, dando o melhor em meu pequeno teatro.

- Sabe, estou pensando, em alguns minutos, lobos vão chegar e eu preciso de você inteiro, então... - Estalo os dedos e o braço dele volta para o lugar. - Como não tenho muito tempo, preste atenção, esqueça do que houve agora a pouco! Você quer as suas caças, venha buscar! - Entro na frente da menina como forma de proteção. O vampiro recobra sua consciência, nós olha desejoso, no fim a sede havia vencido.

- DEIXE A GENTE EM PAZ! - Digo aos gritos, por Gaia, posso até ser uma atriz. O vampiro nem teve tempo de ver o que o atingiu, a alcatéia aparece dando fim a minha pequena diversão...

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Rosa VermelhaWhere stories live. Discover now