DOIS: SERAFINE

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Depois de várias e várias regras disparadas como projéteis de uma pistola semiautomática, todos os alunos finalmente foram liberados para descansarem em seus quartos e se organizarem o máximo que puderem até as aulas da tarde que prometeram ser em um nível mais leve, para pegarem costume.

— Ah, glória!

Comemorou Angelina caindo sobre sua cama após largar a mochila no chão. Suas malas já estavam lá dentro, já que pegaram de si assim que chegara frente à escola com seus pais. Há uma hora atrás. Mas claro que ela os expulsou de lá quando viu todos os outros garotos sozinhos, acompanhados apenas de seus futuros colegas. E sentiu-se bem indefesa e um tanto ridícula precisando de seus pais ali para te proteger, então os expulsou.

Agora estava um pouco mais tranquila, vendo Sabrina ali de frente para ela, abrindo uma das malas a procura de algo.

— Que sorte de virmos parar no mesmo quarto — disse Angelina desconfiada. Suspeita acomodada no sorriso de Sabrina que olhou-a sobre o ombro.

— É, "sorte". — A garota puxou uma necessaire translúcida cheia de bombons e se jogou sobre a cama. — Até a sorte pode ser comprada com uma bela quantia doada para esse lugar. Eu quase não passei na prova, até parece que iria querer me arriscar a dividir quarto com alguém que não fosse você.

— Como é poder nadar em dinheiro? — Angelina se aninhou sobre a incrivelmente macia e limpa cama. Na verdade, todo o quarto — que apesar de pequeno — era impecavelmente branco. Limpo com esforço inegável, de certo.

— Não nado em dinheiro, Anja, meu padrasto nada. Eu só uso um pouquinho.

— Como seu padrasto pode ter tanto dinheiro, sendo um Deputado Federal? Sempre quis saber isso.

— Ele é um corrupto filho da puta que rouba dos cofres públicos. — Apesar de suas palavras agressivas, Sabrina disse aquilo sem um tom específico, sem ódio ou repulsa. Fora do tom comum que tinha para seu padrasto; que normalmente se embrenhava em nojo e angústia

Ela abriu um dos bombons e lambeu o chocolate antes de mordê-lo, então se deparou com a expressão confusa de sua amiga.

— Eu já aceitei — disse Sabrina. — Não há nada que eu possa efetuar sem fazer com que minha família me odeie pelos próximos anos, então vou apenas ficar na minha e aceitar que minha mãe é uma vadia que só pensa em dinheiro. E que meu padrasto é um arrombado que não passa de um clichê político.

Novamente, ofensas disparadas sem um tom agressivo em sua voz. Angelina já havia se acostumado ao ódio de Sabrina por parte de sua família, tentara descobrir qual a origem de tudo há alguns meses. Mas a amiga apenas escapou da resposta, então ela sentiu que não deveria tentar entrar nesse vespeiro. Afinal, não era da sua conta.

Caídos (duologia Trono de Fogo)Onde histórias criam vida. Descubra agora