TRINTA E OITO: DOIS DIABOS

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SABRINA

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SABRINA

— Cacete, isso é demais! — comemora a loira enquanto caminham pela rua. Cada pessoa parada a sua volta, permitindo que se movam completamente nus em meio a rua lotada. Claro, ela pode até ser a prova de fogo, mas suas roupas não eram. Nem as de Lucas, então é bem útil conseguirem se mover por aí sem serem vistos. — Eu sempre quis andar nua por aí. Mas sabe... polícia.

— Acho que a polícia é a última coisa que deveria se preocupar em sair nua por aí. Bem, mas agora você pode sempre que quiser, é só aprender a diminuir ou parar o tempo.

— E então, vamos apenas roubar uma loja de roupas?

— Sim. — Lucas para após responder. Sabrina olha para cima e vê a placa da luxuosa loja de roupas. Já a conhecia, mas nunca teve nada dela. Não que seus pais não pudessem pagar, claro, ela só não queria gastar mais que o necessário do dinheiro sujo do velhote.

— Roubar de uma loja dessas? Não vai dar muito prejuízo para os donos?

— Pensa assim. Quem sairia mais no prejuízo, donos de uma loja multimilionária que terá danos de algumas centenas, ou alguns uns mil reais. Ou o dono de uma loja humilde, que talvez tenha danos quase próximos a isso.

— Você parece muito experiente em roubar roupas. — Ela ri enquanto entram na loja. — E andar pelado por aí.

— Ah, eu já precisei andar muitas vezes nu por aí. Certa vez fiquei com uma garota de um convento no Império Italiano, e precisei fugir sem roupas — diz analisando uma arara de calças jeans. — Mas você também está indo bem, para uma novata.

— Eu sou linda, não tenho por que ficar com vergonha. Além disso, não há nada aqui que você já não tenha visto. — Ela dá de ombros ocultando a vergonha visível em suas bochechas rosadas. — Ah, Anja vai muito me matar se descobrir que estamos aqui tendo essa conversa na maior cara de pau.

— Ela não precisa saber. — Ele vai a outra arara de roupas, essas de camisas, quase todas brancas.

— Mas você não mente. E se ela perguntar?

— Eu não minto, mas sei usar a verdade como ninguém. Além disso, posso omitir informações. — Lucas retira uma camisa social branca e colocou frente a si. — O que ela perguntaria, se ficamos nus conversando por aí? A Anja não tem poder de vidência. E então, o que acha dessa camisa?

— Se ela perguntar, estamos fodidos. — Sabrina tira a camisa das mãos dele e puxa outra social. Preta e riscada a giz. — Essa fica melhor, não acha?

— Não gosto muito de roupas pretas. Estou tentando evitar ser um clichê completo.

— Acredite, não tem nada de clichê em você, meu querido. — Sabrina joga a camisa sobre o garoto e continua. — E um pouco de preto pode combinar com o Diabo. Você devia tentar um "pastel goth".

Caídos (duologia Trono de Fogo)Where stories live. Discover now