Capítulo 9

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O cérebro de Frank Dolby levou alguns segundos para registrar o que Anastasia tinha dito, mas assim que isso aconteceu ele entrou em ação imediatamente.

— Diane, já terminou de bater o contrato?

— Já. Fiz duas cópias.

Quando Diane abriu a gaveta e inclinou-se para a frente, fazendo os longos cabelos ruivos balançarem sedutoramente com o movimento, Anastasia sentiu uma onda de irritação invadi-la. Como alguém podia ter cabelos tão brilhantes e certinhos, sem um fio fora do lugar? Ela só conseguia dominar a rebeldia dos próprios cabelos prendendo-os na nuca ou num rabo-de-cavalo. Soltos, eles pareciam uma verdadeira juba.

Diane logo achou a pasta que estava procurando e abriu-a sobre a escrivaninha, tirando os contratos. Anastasia pegou um cópia e leu-a rapidamente, consciente do olhar azul da outra fixo em seu corpo. A ruiva na certa estava imaginando o que Christian poderia ter visto nela, para lhe passar uma cantada. Avaliando os competidores... Pois que Diane estava interessada em Christian, Anastasia não tinha a menor dúvida. Afinal, os dois estavam flertando abertamente quando ela chegara.

Rapidamente, Anastasia assinou as duas cópias e devolveu a caneta a Frank, evitando assim ter que colocá-la na mão de Christian. Seu esforço fez surgir um sorriso irônico no rosto dele, o que aumentou ainda mais a raiva que sentia. Quando Frank estendeu-lhe Uma cópia do contrato, sorrindo com a satisfação de um gato que acaba de engolir um canário, quase arrancou a folha de papel das mãos do coitado.

— Obrigada, Frank. — Dobrando a folha, guardou-a na bolsa e virou-se, pronta para ir embora.

— Espere, Anastasia — Dolby protestou. — Você está esquecendo o cheque do sr. Grey.

Ele foi até a outra sala e voltou com um cheque cor de creme, assinado com a letra forte e marcante de Christian. Enquanto esperava, Anastasia evitou cuidadosamente os olhos escuros que, sabia, estavam fixos em seu rosto. Depois de receber o cheque, ela preencheu outro, para pagar a comissão de Dolby, e, ainda ignorando Christian, entregou-o ao corretor e dirigiu-se à porta. Já estava na calçada quando cinco dedos firmes fecharam-se em torno de seu braço e a voz de Christian chegou-lhe aos ouvidos:

— Precisa tomar um drinque comigo, para celebrar a assinatura do contrato, srta. Steele.

Libertando-se com um safanão, Anastasia replicou, sem nem se dar ao trabalho de olhá-lo:

— Pensei que você fosse um sujeito inteligente, Christian. Será possível que ainda não tenha entendido? Não quero ter nada a ver com você!

— Então, por que deu permissão para que eu more praticamente no seu quintal, durante os próximos seis meses?

— Você sabe muito bem por quê! — ela explodiu, esquecendo-se que havia decidido não olhar nem falar com ele de novo. — Depois daquela história idiota, que inventou para explicar por que eu não queria alugar a casa para você, qualquer coisa que eu dissesse iria parecer tolice.

Christian deu de ombros.

— Que bobagem! Mas não vou fazer nenhum comentário... Sou educado demais para isso.

— Olhe, eu não sei o que você está querendo, mas não estou a fim de participar de nenhum joguinho idiota! Entendeu?

— Que jogo? Eu não tenho ó hábito de fazer joguinhos.

— Então, me deixe em paz!

— Só depois que você jantar comigo.

— É cedo demais para jantar.

Sonhando com Christian GreyOnde histórias criam vida. Descubra agora