Capítulo 13

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Na manhã seguinte, Anastasia estava no escritório, tentando trabalhar, quando ouviu uma batida seca na porta lateral que dava para a varanda. Foi abrir e levou um susto ao ver Christian do lado de fora. Incapaz de pronunciar uma única palavra, fitou-o apenas.

O rosto dele tinha uma expressão fria e dura, os olhos pareciam pedacinhos de gelo, e quando falou sua voz soou áspera, sem nada da antiga delicadeza.

— Anastasia, eu não lhe dei o seu cheque, ontem.

Anastasia teve vontade de jogar o pedacinho de papel na cara de Christian, mas resistiu. Não se deixaria levar pela emoção. De agora em diante, o relacionamento entre eles seria única e exclusivamente de negócios. Não podia se esquecer disso.

— Estou com os papéis do advogado aqui — disse, pegando o cheque. — Vou assiná-los, para você levar.

Christian hesitou, depois fez que sim e entrou. Magoada, Anastasia percebeu que nem ficar sob seu teto ele queria. O ressentimento ajudou-a a ir até a escrivaninha, tirar os papéis de uma gaveta e assiná-los, entregando-os a Christian sem uma palavra.

Ele recebeu-os no mesmo silêncio gelado e caminhou para a porta. Mas deteve-se depois de uns dois passos.

— Antes que eu me esqueça, gostaria de levar Danny à ilha comigo, este sábado.

Ele não estava pedindo permissão, mas ela deu-a, de qualquer modo. Não o deixaria assumir direitos sobre Danny.

— Danny me falou. Por mim, está bem. Vai ser bom para ele ter um pouco de companhia masculina.

— Foi uma pena você não ter pensado nisso nove anos atrás. Girando nos calcanhares, Christian atravessou a varanda, desceu a escada que levava ao pátio e desapareceu no jardim. Anastasia fechou a porta, sentindo-se mais deprimida ainda, se é que isso ora possível. Voltando à escrivaninha, guardou o cheque numa das gavetas para depositá-lo mais tarde no banco.

Por que Christian tinha tanta boa vontade em ajudá-la nas questões financeiras, quando fazia de tudo para arrasá-la emocionalmente?

Anastasia só tornou a ver Christian sábado de manhã, quando ele apareceu para pegar Danny. Desde que se levantara, o garoto mal podia conter a excitação, e depois do café da manhã tinha se sentado junto à janela da sala, esperando por ele.

Ela estava lavando a louça do café, quando ouviu Danny gritar:

— Christian chegou!

Com o coração batendo forte, secou as mãos e caminhou até o hall. A porta da frente estava aberta e Danny corria pelo pátio, ao encontro de Christian.

Quando o garoto o alcançou, Christian ergueu-o no ar, o rosto de repente radiante. Ele continuou a andar em direção à varanda, com Danny a cavaleiro no quadril, e os olhos de Anastasia encheram-se de lágrimas ao ver a carinha feliz do filho.

— Posso ir, mamãe? — Danny perguntou. Ela sorriu.

— Claro que sim. Mas pegue um casaco. A brisa do mar pode ser bem fria.

— Está bem — ele concordou de imediato, disparando para dentro.

Anastasia olhou para Christian, que tinha ficado na varada. "Ele odeia até a minha casa", pensou, cheia de amargura.

— Não o traga para casa muito tarde.

Christian concordou com um gesto brusco de cabeça, e Anastasia ficou sem saber o que fazer. Seria uma falta de educação entrar e deixá-lo sozinho, no entanto era evidente que ele odiava sua presença. Foi um alívio ouvir os passos de Danny na escada.

Sonhando com Christian GreyWhere stories live. Discover now