Alpha - 15 anos

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Ouvi a campainha e todo meu corpo se arrepiou. Claro, como se eu ainda não tivesse me acostumado com isso.

Abri a porta e um Apolo sorridente me encarava. Como podia ele estar cada dia mais lindo? Com dezessete anos e mais de um metro e oitenta e cinco, ombros largos, cabelo castanho penteados para tras e olhos castanhos com fundo mel, Apolo tirava meu folego desde que eu me conheço por gente, e eu me conheço há bastante tempo.

-Oi baxinha – me cumprimeitou sorrindo – Seus pais estão por ai?

-Claro que não, você sabe. Eles nunca estão.

Dei espaço para que ele passasse pela porta, e em seguida fechei. Claro que eu sabia que ele viria hoje, ele sempre vem quando meus pais viajam, sempre pergunta se eles estão em casa, e sempre me faz companhia. Cheguei a pensar por um tempo que talvez eles tivessem algum tipo de combinado secreto, e em certo dia até questionei meu pai, que ficou extremamente surpreso e aborrecido por saber que eu estava ficando em casa, sozinha, com Apolo.

Minha mãe conseguiu amenizar, mas a verdade é que meu Pai nunca gostou muito de Apolo. Principalmente depois dos 15, quando Apolo se tornou o garoto problema da vizinhança.

Sim, era um belo problema. E eu adorava aquele problema.

-Bem, então o que faremos hoje? Sabe que não gosto de deixar você sozinha.

Sorri maliciosamente, eu tinha planos na verdade.

-Quero que me ensine a dirigir.

Apolo me encarou e piscou, pelo menos, vinte vezes antes de começar a rir da minha cara.

-Sério, Alph, o que faremos hoje?

Não respondi, apenas o encarei. Droga, claro que eu estava falando sério.

Passei por ele e cheguei até a terceira gaveta de um móvel da sala, a única gaveta que meus pais nunca mexiam, e peguei a chave da velha caminhonete de minha mãe, da época em que ela ainda estava na faculdade. Seu primeiro carro.

Lancei a chave em direção a Apolo que pegou no ar. Fiz minha melhor cara de mulher responsável e ingorei completamente seu comentário.

-Vamos Porches, antes que fique tarde. Temos uma festa para ir esta noite.

Passei andando por ele com meu melhor rebolado, como se eu não me importasse, implorando internamente para que ele comprasse minha idéia.

Ouvi passos atras de mim, me seguindo até a garagem. Batalha ganha para mim.

Trajeto Paralelo - Alpha e Apolo | Parte I (Amazon)Where stories live. Discover now