Alpha - 18 anos

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Um lindo carro preto de estilo esportivo estava parado em frente minha casa com um laço enorme vermelho em cima.

Dezoito anos, finalmente.

-Filha, o presente é seu, mas porfavor – meu pai olhava firmemente em meus olhos – seja cuidadosa, está bem?

-Aí céus, eu nem acredito. – disse completamente deslumbrada. – Claro que eu serei papai. Muito obrigada!

Beijei suas bochechas antes de correr em direção ao carro e me sentar dentro dele. Tudo era lindo, o painel, volante, bancos. A liberdade, principalmente.

Pensar que em menos de três meses estaria partindo para a faculdade há algumas cidades da nossa, morando com Louise e Apolo, meus melhores amigos, e começando oficialmente minha vida me deixava em um estado de ansiedade e medo, porém feliz. Havia chego a hora de tomar as rédeas do meu futuro.

Uma batida no vidro me assustou.

-Hey, que presente maneiro, acho que vou guardar o meu.

Apolo sorria através vidro. Seus cabelos estavam mais curtos e penteados para tras, o sol refletia o tom de castanho brilhante e escuro, os olhos amendoados tinham um fundo mel e a barba estava como sempre sem fazer. E claro ele sorria como sempre com aquele sorriso cafajeste que atormentava minhas noites.

As vezes até minhas tardes.

Quem eu quero enganar, minhas manhãs, madrugadas, Apolo sempre dava um jeito de se infiltrar nos meus pensamentos e bagunçar tudo que eu tento, dia após dia, organizar.

Sai do carro e me joguei em seus braços, sentindo o cheiro do perfume marcante e masculino, como da maioria dos homens, porém que nele parecia diferente e único. Como tudo.

-Você é o meu presente Polo, desde que eu nasci.

-Feliz aniversario, baixinha. Quem diria, você cresceu. – disse dando sua risada rouca, fazendo meu estômago se contorcer.

Sorri para ele. Claro que eu cresci, e faz tempo. Mas não para Apolo, para ele eu sempre seria a criança, a irmãzinha de consideração.

Digamos que eu vivia em um estágio de aceitação. Meu sentimento não havia diminuido, mas eu havia apredido a lidar com ele. Eu simplesmete o aceitava e acolhia, e nem sempre fazia questão de disfarçar.

-Para você – disse me entregando uma caixinha de tamanho médio, porém solida e pesada – se importa de abrir depois? – disse um pouco sem graça.

Apesar da curiosidade, meu celular começou a tocar no mesmo momento em que eu ia responde-lo. Olhei o visor e a foto de Louise estava na tela.

-Atenda Lou antes que ela começe a me ligar e infernizar meu dia – disse virando os olhos deixando claro que o fator em comum entre os dois era apenas eu – Eu espero que... Goste. – disse inseguro, porém com um sorriso.

Trajeto Paralelo - Alpha e Apolo | Parte I (Amazon)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora