Trajeto Paralelo - Alpha e Apolo | Parte I (Amazon)

Alpha - 18 anos

Eu usava uma saia preta rodada e um top prateado, combinando com saltos prateados altíssimos. Claro que a roupa era de Lou, eu nunca usaria algo assim.

Mas não importava, hoje vesti uma roupa ousada, peguei as chaves do meu carro novo, e fui para uma festa curtir meus sonhados dezoito anos.

Ano que vem estaria na faculdade, dá para acreditar?

Lou tinha dezenove anos, e Apolo vinte. Meus dois melhores amigos esperariam mais um pouco até irem para a faculdade, queríamos ir juntos. E foi isso que prometemos no aniversário de dezoito anos de Apolo, que iriamos juntos, seja lá onde fossemos.

Esperaríamos uns aos outros e iriamos juntos, como a família que sempre fomos. Na verdade, ouso dizer eu falo por mim, Apolo e Louise não eram bem o que posso chamar de irmãos, e sim mais um "nos aturamos por você, e você nos deve uma eternamente" e claro, eu sabia que era verdade. Eles eram minhas pessoas favoritas do mundo todo.

Chegamos na balada agitada do centro da cidade, e pela primeira vez eu não usaria minha identidade falsa, e sim a verdadeira. Hoje eu tinha idade para pedir uma bebida na balada sem estar quebrando nenhuma lei.

Alguns amigos da escola estavam lá, mas eu estava realmente feliz por estar lá com Lou e Apolo. O ambiente era cheio e fechado, paredes vermelhas escuras e um mar de corpos na pista, um mar do qual eu e Louise compusemos também por boa parte daquela noite. 

Tomei o primeiro shots com alguns amigos, e o segundo com Lou, o terceiro foi com Apolo, que me olhou de cara feia.

-Qual é, eu tenho dezoito! – gritei para que me ouvisse mesmo com a música alta.

-E eu vinte. Parabéns, sabemos nossas idades! – Completou com irônia.

Revirei os olhos enquanto pegava mais um copo no bar e caminhava até Apolo. Tomei alguns goles do copo até ele tomá-lo de minha mão e tomar o resto.

Eu sabia o que ele estava fazendo, tentando segurar minha bebida o máximo possível, e devo admitir que a maioria das vezes que ele fazia isso, eu apoiava a sua decisão, não sou muito boa no assunto quando se trata de álcool. Mas hoje não, hoje eu iria até aquele bar quantas vezes fossem necessárias, e eu beberia como uma adulta responsável, ou pelo menos tentaria.

Duas horas se passaram até eu me sentir bêbada, Louise havia sumido com um garoto loiro e Apolo estava bêbado, muito bêbado.

-Alpha, preciso falar uma coisa – ele enrolava as palavras e seus olhos pareciam que iam se fechar a qualquer momento – eu... por você.

Não havia entendido nada do que ele falava, as palavras não se conectavam e a música estava muito alta, então apenas dei risada. Devia ser algo engraçado, não?

-Vem Polo, vamos sair daqui.

-Preciso ir ao banheiro. – disse puxando meu braço, tentando caminhar por entre as pessoas sem cair, enquanto eu ria.

O corredor do banheiro era minúsculo, mas estava vazio, esperei alguns instantes até ele usar o banheiro e sair no corredor apertado.

Apolo tropeçou em algo e quase caiu, se apoiando na parede e me prensando contra ela.

Meu coração estava disparado, seu rosto estava a centímetros do meu e seu hálito era uma mistura de chiclete de menta com Álcool. Senti todo meu corpo se contorcer quando ele me pressionou ainda mais com seu corpo contra a parede.

Céus, isso erra surreal de bom. Era tão quente!

-Apolo – tentei dizer algo, mas o som não formou uma palavra e sim um sussurro.