YES, Daddy!

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Estamos deitados no sofá, um ao lado
do outro, e como de costume olhando
para o teto, e pode apostar que estamos muito ofegantes.

Sinto sua mão sendo colocada
levemente sobre a minha, entrelaço
nossos dedos e sorrio boba,
impressionante como eu me sinto a
mulher mais sortuda do mundo por ter esse homem ao meu lado.

- Ei, sabia que eu te amo? - Josh  diz
virando seu rosto para mim.

- Sabia! - Olho de volta para ele e pisco
com o olho direito.

- Bom, não era essa a resposta que eu
queria ouvir, mas tá bom, pelo menos
você sabe não é? - Ele tira sua mão da
minha e coloca em cima de sua barriga.

- Seu bobo, eu também te amo! - Abraço ele, o que é correspondido na hora.

- Bom... vamos subir? Você tem aula
amanhã e eu tenho que trabalhar - Ele
diz se levantando e vestindo sua cueca, sem perceber fico o olhando, de boca aberta para variar - O que que foi? Porque tá me olhando assim?

- Assim como? - Faço uma cara de
desentendida.

- Sei la, desse jeito, com o olhar.
Gabrielly de sempre.

- "olhar Gabrielly de sempre" espero que isso seja bom - Me levanto e visto a camiseta dele, que estava no chão.

- É bom, só... eu fico tímido... - Ele
confessa olhando para os lados e
passando a mão nos cabelos.

- Hahahaha.... tímido? Você? Que piada! Vamos logo, não quero ir dormir tarde.

Subimos as escadas de mãos dadas, e
antes de entrar em seu quarto, ele deixa um beijo em meus lábios, o que me faz ficar de olhos fechados por alguns  segundos.

- Boa noite, Any! Eu te amo e..

- Já sei, já sei, qualquer coisa eu lhe
chamo, e eu também te amo.

Ele pisca para mim e adentra pela porta que fica em frente ao meu quarto e a fecha logo em seguida, faço o mesmo, e ao fechar a porta me encosto nela e fico pensando no quanto tudo mudou entre a gente.

Já fazem sete meses que estou aqui e
a cada dia venho descobrindo coisas
novas, sobre mim, sobre ele e sobre
nossas relações... coisas que eu nunca
poderia imaginar que faria, hoje são
coisas que eu desejo fazer. Sete meses
e meu amor por ele só cresce, as vezes
tenho medo de me machucar com tudo isso, mas me sinto segura o suficiente ao seu lado, cada momento é único, e eu não trocaria isso por nada.

Faz sete meses também que estou na
escola, fiz dois amigos maravilhosos,
Krisrian e Bailey, os únicos que me
ajudaram quando cheguei aqui, os
únicos que ficaram ao meu lado quando armaram para mim e os únicos com quem eu realmente posso contar, eles são os melhores amigos do mundo inteirinho

Acordo da viagem em meus
pensamentos e vou tomar banho, ainda pensando no que aconteceu na sala a mais ou menos meia hora atrás. Foi realmente incrível. Assim que visto meu pijama, me deito; tenho aula amanhã e não quero me
atrasar, mas só de pensar que tenho
que ver aquela gente infeliz me da
vontade de não ir.

Sem perceber acabo pegando no sono
e sonhando com minha mãe... eu
sinto falta dela, mas não sei se consigo
perdoa-la depois de tudo.

06:30.a.m.

- Baby, acorde! - Sinto alguém me
chacoalhando.

- Mais cinco minutinhos, mãe... por
favor - Falo virando-me para o outro
lado.

- Meu amor, não é sua mãe, e levanta
logo, não quero que se atrase para a
aula.

- Não vou hoje, to doente - Fingo um
espirro.- Então ta... - Estranho ele ter desistido tão fácil, ele nunca deixa eu faltar - GABRIELLY SEUS PATINS ESTÃO PAGANDO FOGO, LEVANTA E VEM VER!

- MEU DEUS ONDE? ONDE? - Acabo por cair da cama no desespero e vejo que não tem nada pegando fogo.

- Hahahaha.- Ele ria com a mão na
barriga e com os olhos fechados -
Só você mesmo, eu sabia que iria
funcionar, agora vai escovar os dentes e trocar de roupa, lhe espero la embaixo - Ele sai fechando a porta

- AI QUE RAIVA - Grito me levantando

- Eu ouvi - Ele grita de volta

- É pra ouvir mesmo, que trapaça!

- Para de reclamar, garota! - Ele volta e abre a porta, me encarando por alguns segundos
- "para de reclamar, garota" - Repito
com voz de deboche.

- Mal criada, anda logo!

- Tá, já estou indo, da pra se acalmar? -
Falo indo em direção ao guarda roupa
para pegar meu uniforme.
- Gabrielly, são quase sete horas e você
tem que estar na escola as sete e meia,
então por favor, sem birra!

- Tá bom, eu já vou.

-Acho bom mesmo e rápido.

- CHATO - Grito assim que ele fecha a
porta.

- Sua sorte é que eu te amo!

Sorrio após ouvir essa frase, é
importante ele demonstrar o que sente, eu gosto, me sinto especial
E... eu também te amo, Daddy!
Desço correndo com minha mochila nas costas, Josh está na porta me olhando sério, passo na cozinha e pego uma fruta qualquer de cima da mesa.

- Vamos, Gabrielly! - Já sei que vou ir
ouvindo um sermão de casa até a
escola.

- To indo, to indo... ESPERA - Grito da
porta para ele que já estava entrando
no carro.

-0 QUE FOI AGORA?

- OS MEUS PATINS, ESTÃO LÁ EM CIMA!

- NÃO ESTÃO NÃO, EU JÁ COLOQUEI NO CARRO, AGORA ANDA LOGO, PORRA!

- Obrigada, por ter pegado eles... eu
não sei o que faria.. - Falo dando uma
mordida na maçã que peguei.

- Eu sei, me ligaria para mandar o
motorista levar, você não vive sem
eles... fico até com ciúmes - Ele diz
olhando para a estrada.

- Hahahaha.. ah, para. Tem espaço
para os dois aqui ó - Aponto para o meu peito.

- Tá bom, vou fingir que acredito, e
eu nem preciso falar sobre hoje né? A
senhorita vai ir dormir as nove horas
da noite, para deixar de ser teimosa e
ver se aprende a não se atrasar!

- Mas...

-Mas nada, Gabrielly!  - Olho emburrada para a janela ao meu lado - Não adianta Fazer essa cara de cachorro sem dono que não tem escapatória.

- EU NÃO TENHO CARA DE CACHORRO SEM DONO - Acabo gritando e cuspindo toda a maçã que tinha em minha boca em sua roupa.

- EU. NÃO. ACREDITO. NISSO. GABRIELLY. - Ele fala pausadamente olhando para a blusa social branca, agora toda cuspida de maçã e em seguida olhando pra mim

- Me... me desculpa... foi... foi sem
querer

- Tá, eu sei que foi sem querer, mas
toma mais cuidado, agora eu vou ter
que trabalhar nesse estado e só vou
poder trocar de camiseta meio dia!
Fique mais ligada, não é atoa que
sabotam suas coisas e você fica quieta! Apenas me viro para a janela
novamente, fiquei magoada com o que ele disse... eu preciso ser mais forte,ser mais atenta, ser mais ligada... mas nunca pensei que ele fosse jogar isso tudo na minha cara..

- Chegamos, boa aula, Any! Meio dia eu lhe busco para almoçarmos!

- Tá, tchau! - Saio do carro sem
agradecer pelo "boa aula", sem desejar
um "bom trabalho" e sem dizer um "eu te amo", como já era de costume.
Fecho a porta e respiro fundo

- É, Any Gabrielly, mais um dia nesse inferno!

YES, DADDY ¤¤ "Beauany"Onde histórias criam vida. Descubra agora