𝑆𝑒𝑥 𝐹𝑟𝑖𝑒𝑛𝑑 𝐻𝑜𝑚𝑜𝑝ℎ𝑜𝑏𝑖𝑐🏳️‍🌈 - 𝐽𝑖𝑘𝑜𝑜𝑘

1.4

Caminho até a lanchonete da Universidade e compro dois lanches um pra mim e outro para jimin.

Logo vou indo para o dormitório, abri a porta e vejo ele atirado na cama igual estava hoje cedo mexendo no celular.

- você matou aula hoje também? - ao perceber minha presença, o loiro se vira de lado na cama me dando as costas como se eu não fosse estar aí.

Percebo que ele não iria falar comigo nem pra dar nenhum xingão.

- eu falei com o hoseok, faz uma semana que falta as aulas - insistia falar vendo ele se mexer um pouco e me olhar de canto.

- intrometido - voltou a mexer em seu celular, suspiro baixo.

- você deve reaprender seu idioma. Intrometido e preocupado...tem significados diferentes - sorrio pequeno ao ver ele me encarar desentendido.

- você está preocupado comigo? Eu quero rir para caramba - vi sua expressão ainda triste voltando a mexer no celular.

- então ria - jimin fez uma cara de decepcionado e negou fracamente com a cabeça - de qualquer forma, vamos jantar - cheguei mais perto e puxei seu braço na intensão dele largar o objeto, levantar e vir comer.

- não estou com fome - suspiro fazendo o mesmo movimento em seu braço.

- jimin levante-se e coma alguma coisa! - faço a mesma coisa pela terceira vez seguida.

- eu disse pra você ficar longe de mim, não te pedi pra comprar meu jantar e nunca te pedi para ser gentil comigo - foi a gota d'água pra mim.

Larguei com força minha mochila no chão, e subi na sua cama em cima de si, segurei com força seus braços cada um do lado da cama.

- O que esta fazendo jungkook? - comecei a ver seu desespero em se soltar de mim - me solta, jungkook me solta! - coloquei a cabeça em seu pescoço e fiquei ali, se não com serteza eu logo o soltária.

- coma alguma coisa, por favor - tentei implorar, ainda na mesma posição sentindo ele se acalmar - Eu não me importo se você me vê como gay ou qualquer outra coisa que odeie. Mas coma alguma coisa. Por favor. Estou te implorando - calmamente falei sentindo um líquido quente pingar em meu braço, levanto um pouco a cabeça para ver o que era e persebo que Jimin estava chorando.

- você esta implorando a um babaca como eu? - ele me olha diretamente nos meus olhos e vejo mais lágrimas caírem.

- eu sei que não é culpa sua - Largo seus braços e me sento um pouco mais para trás, levo minha mão até sua bochecha enxugando as gotas que caiam.

- mas a Universidade inteira me estigmatizou como culpado - sua voz estava embargada e saia cortada a cada palavra.

- não me importo com o que as pessoas dizem, pra mim você é inocente.

- mesmo que eu odeie os gays? Mesmo que eu te odeie? - meu coração já estava despedaçado só de eu o olhar tão vulnerável, eu sabia que ele não me odiava de verdade.

- sim, mesmo que você me odeie. Jimin você pode me dizer o que está pensando, eu sempre vou te ouvir, eu estou do seu lado - ele se encolheu um pouco em baixo de mim.

- quando eu tinha onze anos,um canalha fez uma coisa comigo, ele era telhadista no resort do meu pai, eu o via todos os dias, ele me disse que conhecia um campo de futebol então eu o segui então ele me nocauteou - minhas lágrimas já desciam em abundância e a raiva pelo homem que fez isso com meu garoto só aumentavam - Eu era pequeno não tinha como revidar, ele amarrou minhas mãos - seguro seus pulsos logo vendo seus dedinhos da mão faço um carinho nas mesmas - não importava o quanto eu implorase ele não me soltou. Eu ainda vivo a lembrança. Aquele lugar era imundo. Foi horrível. Ele também me apálpou e me despiu! - sem conseguir mais ouvir as crueldades que ele teve que passar o puxo luxo e o abraço forte, o sentimento de o proteger e o mimalo até parar de chorar eram fortes.

- já chaga jimin. Você não precisa falar, me desculpe. Me desculpe. - ele se agarrou a mim e escondeu sua cabeça em meu pescoço enquanto eu acariciava seus cabelos.

<Seokjin

Estava saindo do banheiro secando meus cabelos com a toalha quando vejo o Namjoon sentado na cama com os ouvidos grudados na parede.

Bisbilhoteiro!

Ele deve ser o filho da minha vizinha, aquela mulher gosta de uma fofoca.

- quando você vai parar de se meter nos assuntos deles? - o mesmo se assusta comigo, reviro os olhos e jogo a toalha no braço esquerdo.

- bem, estou preocupado, agora eu ouvi eles discutindo, mas eles se acalmaram. Jin estou preocupado com o jimin essa maldita fofoca se espalhou pelo campus, virou assunto da cidade - realmente virou o assunto da cidade desde que a notícia foi postada na página da Universidade.

- então....o que você acha? Você concorda com o jimin? - falei calmo, cruzando os braços.

- eu não sei - ele voltou a colocar a orelha na parede mas logo voltou a me encarar - Mas eu não sou contra a homossexualidade e acredito que jimin não é esse tipo de pessoa é verdade que ele tem boca suja e é direto mas ele tem suas razões - eu já cheguei a falar com ele, mas não me pareceu ser tudo aquilo que a notícia dizia - Melhor...eu ir no quarto dele e perguntar pessoalmente? - reviro os olhos pela segunda vez com medo de que eles não voltem mais pro lugar e suspiro.

- antes de se preocupar com a pessoa ao lado, você não deveria se preocupar com você mesmo? - o repreendi vendo uma cara emburrada se formar em seu rosto - Quantos F já tirou nesse semestre? - me lembrei do dia que ele ficou zangado por ter tirado vermelho na prova.

- qual é. Estudar não é grande coisa mas bisbilhot... - vi seu sorriso crescer e apontar brincalhão para a parede, sorrio para ele debochado - quero dizer cuidar dos calouros é mais importante - colocou a orelha na parede outra vez, estava começando a me irritar esse senso de curiosidade do Namjoon.

Olho para a escrivaninha ao lado e encontro seus livros.

Pego o mais grosso dali e jogo em suas coxas, vendo ele pular e me encarar.

- chega! Hora de estudar, e pare de se "preocupar" com eles - faço aspas com os dedos e vejo o mesmo escalar seu olhar para mim e para o livro umas três vezes antes de voltar a tentar ouvir algo atrás da parede - mesmo que não se importe com você mesmo, eu ainda me importo - falo um pouco baixo mais audível para nós dois.

- o que?

- vai passar quanto tempo assim? - pergunto pela última vez antes de sair e ir para a cama.

- fique quieto! - resmungou ainda da mesma posição.

Minha vontade foi de pegar sua cabeça e fazê-la atravessar a parede para ver se ele conseguia ouvir alguma coisa talvez.

Bufo negando com a cabeça e me jogo na cama virando para o lado oposto.