Capítulo 11. A Festa - Parte III

6K 638 13
                                    

Ao voltarmos para o movimento da festa, Bruno fica envolvido com os resultados dos sorteios e ainda precisa se desdobrar em dar atenção ao senhor Evandro e sua filha. Ela não desgruda de seu braço.

Betina já voltou para o quarto. Subo para verificar se está precisando de algo, já que a maioria dos funcionários está envolvida nos afazeres da festa.

Bato na porta de leve para não perturbar, caso já esteja dormindo. Quem atende é Vanessa, deixando somente uma brecha aberta.

__ O que houve? A senhora Betina vai descansar agora e não quer ser perturbada.__ A garota fala com autoridade.

__ Vim só saber se precisa de algo, não tenho intenção de pertubar.

__Liz? __Ouço Betina me chamar de dentro. __É Lizandra que está aí?

__Sim Betina, sou eu. __ Respondo da porta com Vanessa ainda embarreirando o caminho.

__Entre, por favor!

Apenas sorrio para Vanessa que é forçada a abrir a porta e disfarçar sua antipatia gratuita.

__ Prometo não tomar muito seu tempo. Só queria conversar um pouco antes de dormir sobre suas pesquisas. Gostaria de saber as novidades.

Os olhos de Betina brilham toda vez em que o assunto tem a ver com meio ambiente e ecologia. Mas infelizmente as notícias não são boas. Fico na dúvida se convém falar para ela antes de contar a Bruno a respeito dos resultados dos testes. Prefiro ser prudente.

__ Bem, estive analisando a qualidade da água do açude e fiz também testes com as amostras do solo e dos cafeeiros...

__ Isso é muito importante. Fico tão feliz de termos agora uma profissional para nos orientar.

__ Você sabe que ainda não me formei. Ainda sou uma estagiária. Mas estou aprendendo muita coisa com a prática.

__ Isso é só uma questão de tempo. Em breve estará com seu diploma em mãos.

Converso por mais uns vinte minutos com Betina. Ela acaba tocando no assunto de seu irmão. Diz que Bruno não tolera Vladimir por questões óbvias.

__Bruno não se conforma com a frieza de Vladimir. No período em que estive mais doente ele simplesmente desapareceu. Só ligava para pedir dinheiro.

__ Entendo a revolta de Bruno.

__Reconheço os defeitos de meu irmão. Sei que ele é egoísta e irresponsável, mas de que adianta brigar agora? Ele sempre foi assim desgarrado. Nunca gostou da fazenda. Meus pais precisaram contar com o genro para assumir os negócios. Meu falecido marido, Angelo, assumiu a administração da Fazenda quando meu pai adoeceu.

__ É realmente uma tolice abrir mão de um lugar tão encantador como esse.

__ Sim. E Bruno sempre teve o mesmo amor pela fazenda que Ângelo tinha. Não compreende o descaso do tio e dos irmãos.

__ Seus outros filhos também não costumam vir à fazenda com frequência?

O olhar de Betina fica saudoso.

__ Não. Bartolomeu, meu mais velho, vive nos EUA. É CEO de uma multinacional em Boston. Está sempre muito ocupado. Já meu caçula, Bento, mora no sul do país, onde está terminando a faculdade de História.

__ Entendo. __ Reflito como tudo acabou ficando nas costas de Bruno.

__ Por isso Bruno se recente deles. Além de ficar com toda a responsabilidade dos negócios sozinho, ainda precisou cuidar de mim, quando fiquei doente.

Fazenda 3 irmãos-No Vale do Café. Vol.1 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora