XVIII. Idiota?

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— Parece surpresa – falou a morena séria – posso entrar?

— Ah... Sim! – disse dando espaço para ela passar – é que faz um tempo já...

— Se você considera 4 anos um tempo –  ela se virou pra mim – não vou perguntar por que não avisou que havia voltado porque você sequer avisou que iria embora.

— Muitas coisas aconteceram, Lexie – falei passando por ela e indo para a sala.

— Bom, me convenceram a te escutar, então pode começar com a explicação! Tenho todo o tempo do mundo para te escutar – falou entrando na sala me encarando.

Suspirei e olhei para mulher na minha frente, seu rosto dizia claramente que ela só sairia daqui com uma bela explicação e eu não tinha outra opção a não ser dar a explicação tão desejada.

— Lexie, eu preciso falar com você e o assunto é sério – digo calmamente.

— Nossa, esta me deixando curiosa Kara, vamos lá me diga – falou a morena.

— Eu estou gostando da sua mãe – digo séria.

— O que? – Disse ela chocada mas logo sua feição mudou e tudo o que senti foi um soco na cara – VOCÊ ACHA QUE EU SOU IDIOTA?

Alisei o local onde o soco foi recebido e senti o gosto de sangue na boca.

— Isso doeu! – falei fazendo uma careta.

— Era pra doer mesmo! Você me acha estúpida? Eu sempre soube disso sua imbecil! – falou apontando o dedo na minha cara – ou você acha que eu te coloquei dentro da minha casa só por causa de um trabalho estúpido? Eu passei dias da minha vida dando indiretas para a minha mãe sobre você ou você acha que foi o destino que uniu vocês? EU SOU O DESTINO, VADIA!

Fiquei quieta olhando para Lexie em estado de choque, enquanto ela andava pega sala soltando fogo, ela estava muito puta.

— VAI FICAR MUDA AGORA? – Falou irritada – Eu sei de tudo sua mula, eu vi o beijo na cozinha e também sei do que aquela louca da sua ex falou pra minha mãe, vagabunda intrometida, tava tudo dando certo mas toda sapatão tem que ter um ex insuportável e você não podia ser diferente né?

— Lexie...

— Lexie o caralho! Você tem noção do quanto magoou a minha mãe? – falou me pegando pela gola da camisa – minha mãe Kara! Minha mãe! Eu deveria te socar até você ir para em Saturno pelo que você fez ela passar.

— LEXIE, EU AMO A SUA MÃE INFERNO – gritei segurando suas mãos que estavam na minha gola – eu fiz isso pensando no melhor para ela.

— No melhor? Pra alguém que era o gênio da escola, você é muito burra! – ela começou a me sacudir – DESDE QUANDO ISSO ERA O MELHOR? VOCÊ É REALMENTE ESTÚPIDA ASSIM OU VOCÊ SE FORMOU EM ALGUM CURSO?

— Me solta! Vamos conversar direito! – falei tirando as mãos dela da minha camisa – Como você sabia de tudo isso?

— Pelo amor de deus! Eu joguei indiretas na minha mãe sobre você gostar dela, eu te coloquei na minha casa, eu dei o teu currículo para ela, eu fiz tudo isso e eu ainda me fingia de sonsa sobre tudo, idiota! – falou se sentando no sofá – eu fiz tudo e mais um pouco, você realmente esperava que eu fosse surtar como uma menininha mimada e te xingar?

— Sinceramente? – questionei olhando para ela – esperava!

— Ah pelo amor de Deus! Estamos no século 21, minha mãe pode ficar com quem ela quiser que isso não é problema meu! Já você, sua cachorra – me tacou uma almofada – você me deve um puta pedido de desculpas por me abandonar, sua cadela.

— Calma – falei desviando das almofadas – para com isso!

— Eu ainda sou uma das suas melhoras amigas e você me abandona sem nem mesmo dizer um "a", sua vagabunda! – falou irritada.

— Desculpa por isso, mas eu estava afastada da sua mãe... E eu não estava bem – falei me sentando na outra ponta do sofá.

Ficamos um tempo sentadas olhando para o nada em silêncio.

— Você realmente ama a minha mãe? – perguntou Lexie quebrando o silêncio.

— Sim! – falei calma.

— Então, eu sugiro que vá implorar pelo perdão dela por ter ido embora igual uma covarde – falou sem olhar para mim – você tem o meu apoio!

— Eu faria isso mesmo sem o seu apoio – falei rindo.

— Bom saber que não mais uma medrosa – falou rindo junto.

— E se ela não me perdoar? – perguntei parando de rir.

— Aí o problema é seu e nem eu poderei te ajudar – falou olhando para mim – eu não vou intervir na opinião da minha mãe.

— Também não, independente da decisão dela, eu vou aceitar e viver com as consequências dos meus atos – falei olhando para ela.

— Bom, está dando a minha hora – falou se ajeitando no sofá – aliás, me desculpe pelo soco.

— É sério isso? – perguntei enquanto me levantava.

— É óbvio não! – falou se levantando também – você mereceu.

— Certo, eu realmente mereci – falei sorrindo.

Após nós despedimos, Lexie me deu o convite para o seu casamento, ela explicou que o plano inicial era entregar o convite após uma conversa civilizada mas que acabou perdendo a paciência com a minha estupidez, não a julgo porque ela não está errada.

Depois de algumas horas pensando no plano infalível de Imra, eu finalmente tomei coragem e decidi ligar para Lena.

Após alguns toques pude ouvir a voz dela do outro lado da linha.

— Alô – falou suave.

— É a Kara – falei nervosa.

— Ah... – ouve um silêncio – o que precisa?

— Nós precisamos conversar! – falei andando de um lado para o outro.

— São assuntos relacionados a negócios? – questionou.

— Depende do ponto de vista – digo me sentando no sofá.

— Kara, eu gostaria de tratar apenas de nego....

— Nós precisamos conversar, por favor! – implorei.

— Tudo bem... Venha ao meu escritório amanhã às 18:30 – seu tom de voz era frio e distante.

— Certo...

Após isso a ligação foi encerrada e a cada momento que se passava, eu ficava com mais medo, eu podia sentir meu coração doer sem nem ao mesmo ter conversado com ela.
A forma como ela me tratava, distante e fria, estava me matando por dentro mas a culpa era minha, isso estava me engolido de dentro pra fora e agora o plano da Imra parecia cada vez mais falível.

Continua...

Prepara o surto coletivo que eu voltei antes de bater um mês, será um MILAGRE?
Aí ai, sei de nada, vocês que lutem!
Mas é isso estamos próximos do final galerinha
Força pra vocês.
Ihull mas 7 capítulos e o fim vem.
Já dizia The Old Guard "nada vive para sempre"
Mas e aí pronto para isso?

You Make Me Feel So High | SupercorpOnde histórias criam vida. Descubra agora