Convites

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Eu o segui até um corredor bem afastado, que estava totalmente deserto.

O mago de capa cinza, olhou para mim e disse:

- Deve estar imaginando porque chamei você aqui.

- Na verdade, sim - respondi.

- Bom, eu serei breve. Estou procurando alguém para participar de uma aventura.

Acho que seria legal participar de uma aventura. Finalmente ter algum objetivo em mente, além de ficar apenas andando pela terra média.

- Estou ajudando um grupo de treze anões. Eles tem o objetivo de chegar á montanha solitária, sua antiga casa, e matar o dragão que tomou posse do lugar.

- Mas...Porque quer a minha ajuda? E porque falar comigo em segredo?

- Bom... Sobre eu ter te chamado aqui... Elrond não aprovaria que essa aventura fosse realizada.

- Então está me pedindo para que eu faça isso escondida de Elrond? - disse surpresa. Eu não imaginava que chegaria a esse ponto.

- Só por algum tempo. Ele logo irá saber.

- Ele não vai gostar disso...

- Não, não vai - respondeu o mago - Mas, não se trata sobre fazer o que você acha que deve fazer... Se trata de fazer o que você SENTE que é certo.

Pensei por alguns segundos... Acho que ele tinha razão.

- Tudo bem... Mas você não respondeu minha outra pergunta.

- Bom, eu acho que você poderia ajudar. Te observei de longe por algum tempo... Além disso, o líder da companhia não gosta de elfos por um motivo pessoal. Mas eu acho que sua presença poderia provar que ele está errado...

- Entendo...- respondi - Tudo bem. Se você acha que posso ajudar de alguma maneira, concordo em fazer isso.

O mago sorriu. Ele parecia bem satisfeito por eu ter aceitado fazer parte da aventura deles.

- Você será de grande ajuda, Aerin - disse ele - a propósito. Meu nome é Gandalf.

- Já ouvi falar muito de você - respondi com um sorriso.

Parecia que uma aventura me aguardava.

...

Tive algum tempo antes de sair. Eu ia dizer a Elrond que ia viajar por algum tempo. Pelo que Gandalf dissera, ele precisa "recrutar outro membro". Eu iria me juntar aos anões e a ele na casa desse outro membro. Parecia que ia ser bem interessante ver a reação de Thorin Escudo de Carvalho sobre um elfo acompanhando ele e sua companhia.

Eu ainda me sentia um pouco mal por mentir para Elrond. Depois de tudo que ele fez por mim, isso parecia algum tipo de traição. Mas logo afastei o pensamento. Elrond podia estar errado dessa vez. Aquela missão não parecia tola. De certa forma, eu me sentia melhor por estar ajudando os anões a recuperar sua terra natal.

Eu sabia que era perigoso. Sempre era. Eu ia ajudar eles a matar um dragão. Mas eu não suportaria ficar mais tempo presa em Valfenda, ou viajando sem rumo. Essa aventura me proporcionava algo em que focar. Eu tinha um objetivo.

E pretendia cumpri-lo, a qualquer custo.

...

Bilbo Bolseiro estava sentado do lado de fora da sua casa, fumando um cachimbo, quando ele chegou. Um encontro, que mudaria totalmente sua vida.

A início parecia apenas um senhor passando... Mas só parecia.

- Bom dia - disse Bilbo, educadamente.

- O quer dizer? - respondeu Gandalf - Está me desejando um bom dia, ou quer dizer que o dia está bom, não importa o que eu queira ou não? - e vendo o olhar confuso no rosto do hobbit, ele continuou - Ou talvez você queira dizer que se sente bem nesse dia em particular... Ou está simplesmente dizendo que esse é um dia para estar bem.

- Tudo isso de uma vez, eu acho - respondeu Bilbo. - Vendo que o velho não iria dizer nada, continuou - Posso ajudá-lo?

- Isso é o que veremos... Estou procurando alguém para participar de uma aventura.

- Uma aventura? - ele parecia surpreso que alguém sugerisse isso - Não consigo imaginar alguém a oeste de Bree, que tenha interesse em aventuras. São coisas perigosas, desagradáveis e desconfortáveis - e depois completou - nos atrasam para o jantar.

Seguiu-se um pausa desconfortável.

- Bom dia - disse Bilbo de novo, já se dirigindo a entrada de sua casa.

- E pensar que eu viveria para escutar um bom dia do filho de Beladona Tûk. Como se fosse um mascate que bate de porta em porta.

- Como disse?

- Você mudou, e não foi completamente pra melhor, Bilbo Bolseiro.

- Me desculpa, eu o conheço?

- Ora, você sabe o meu nome, embora não se lembre que ele se refere a mim. Eu sou Gandalf. - disse o mago - E Gandalf significa... Eu.

- Espere, você é Gandalf, o mago errante que fazia maravilhosos fogos de artifício, e os soltava na véspera do solstício de verão? - e com uma pausa disse - não imaginava que ainda estava a ativa...

- Onde mais eu poderia estar?

Bilbo achou melhor não responder. Provavelmente ele estava certo.

- Estou satisfeito de saber que se lembra de alguma coisa a meu respeito - disse o mago - mesmo que só dos meus fogos de artifício... Bom... Está decidido! Será muito bom para você - e com um sorriso continuou - e muito divertido pra mim também... Eu informarei aos outros.

- Informar o que a quem? Espere, não! Não queremos nenhuma aventura aqui, obrigado... Eu sugiro que procure acima da colina... ou do outro lado do água... Bom dia.

Então ele, sem esperar resposta, entrou em sua casa e fechou a porta.

Depois que Bilbo entrou, Gandalf se aproximou de sua casa. Com seu cajado, traçou uma marca estranha em sua porta, que brilhava em azul. Era composta por uma linha na vertical, e duas na horizontal a cruzando, parecido com um F torto. Com uma última olhada para a casa, ele se foi.



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