Capítulo 13

336 42 2
                                    

Kira D'Angelo

Nas badaladas do meio dia, o navio encostou no porto 3, um porto abandonada pela marinha de Vizar.

Todos desceram do navio prontos para por o plano em ação.

Caramal era parecida com Seraza, mas suas ruas possuíam mais árvores e estavam pouco movimentadas nessa parte da tarde.

Os sete foram na direção da floresta atrás da cidade, sempre olhando para trás para verem se estavam sendo observados.

Kira respirava fundo para acalmar o nervosismo, já tinha rezado para todos os Santos possíveis.

Eles pararam de frente para uma árvore com tronco mais grosso e folhas grossas, Kira olhou para todos que se ajeitavam.

Matteo, Ilana e Takin usavam os uniformes dos guardas da prisão, por sorte, não tiveram que fazer ajustes nos tamanhos.

" Onde você conseguiu essas coisas?" Matteo perguntou naquela manhã quando eles abriram a caixa que Kira havia pedido Takin e Ilana buscarem no teatro.

" Tudo isso faz parte da minha peça teatral, Druska."

Stefano explicava como funcionava as bombas pela milésima vez, as bombas tinham tamanhos medianos cilíndricos, fáceis de esconder nos coturnos e letais quando ativadas.

" Serena, os documentos." A garota tirou da bolsa papéis com informações falsas e entregou para cada um.

" Eren? Não tinha nome melhor?" Takin diz guardando o papel.

" O meu é Mila." Ilana diz e Takin revira os olhos.

Com os soldados prontos, Kira deu uma última olhada neles e assentiu com a cabeça.

" Acendam as bombas no pôr do sol." Os três assentiram. " Sem mortes hoje."

" Sem mortes hoje." Os três falaram juntos.

" Vão logo." Ilana e Takin foram na frente, Matteo olhou uma última vez para Kira. " O que você está esperando, Druska? Um beijo?" Matteo riu.

" Boa sorte, Kira." O garoto se virou e começou a andar com os outros dois.

" Você está caidinha por ele." Stefano disse. Graças a Ilana, a aparência do garoto estava diferente mas era temporário. Seus cabelos estavam ruivos, os olhos azuis, as maçãs do rosto estavam mais levantadas e a testa menor.

" Vou cortar a sua língua. Está tudo pronto?" Stefano assentiu. Cada um estava com uma bomba cilíndrica escondida nas botas deles, era pesada o que dava a opção de não correr quando precisar.

Stefano disse que era seguro andar com elas mas não podíamos ativa-lá se não iremos explodir junto, o peso dela incomodava Kira.

" Pode voltar para o navio, mas não durma, se demorarmos vá embora." Serena assentiu.

Theodoro, Kira e Stefano foram para o lado oposto que Matteo, Ilana e Takin tinham ido. Os três estavam vestindo roupas normais e por cima um jaleco branco com detalhes em vermelhos.

"Você roubou isso de algum lugar?" Theo perguntou naquela manhã vendo seu jaleco.

" Não é roubo, é empréstimo." Kira respondeu.

Eles caminharam até chegarem a uma estrada de terra que levava ao laboratório, Theodoro cortou uma árvore fina e ela caiu no meio da estrada.

Os três se esconderam atrás dos arbustos e esperaram alguém passar.

" Sem mortes hoje, rapazes."

" Sem mortes hoje." Os dois responderam.

Horas se passaram e nada, o peso da bomba ainda incomodava Kira, um plano B já estava se formando na sua cabeça caso ninguém passasse nos próximos minutos. Theodoro estava agora do outro lado da rua, escondido atrás de um arbusto também.

Porém, por um milagre, os três escutaram o galopar de cavalos. Aparentemente era uma carruagem de carga, pelo tamanho e estava escrito " Ilha Vermelha: Material Tóxico", a carruagem parou bem na frente da árvore.

Um homem de jaleco saiu da carruagem xingando, mas um gritinho do mesmo foi a resposta que Theo tinha o atacado. Stefano e Kira saíram dos arbustos e abriram o resto da cabine vendo outro homem.

Kira puxou o homem para fora enquanto ele xingava a garota em vizare, Kira deu um soco no seu rosto e depois usou a substância que Stefano tinha criado.

" Ela é poderosa, vai deixar as pessoas apagadas até a manhã seguinte, mas eles não vão morrer. Eu acho." Stefano explicou dias atrás.

O homem apagou completamente, Theodoro encontrou os dois e eles viram o problema. Dois homens e nenhuma mulher.

" E agora?" Theo perguntou.

" Peguem as identidades deles e os escondam nos arbustos." Os três arrastaram os homens apagados até os arbustos e pegaram seus documentos.

" Você vai se passar por homem?" Stefano perguntou.

" Pior." Kira deu a volta na carruagem e foi para a fechadura da mesma.

" Você vai morrer se ficar aí."

" Vou correr o risco." Kira tirou do bolso da calça um par de chaves mestras que sempre carregava, levou alguns minutos até a garota ouvir um Click e as portas serem abertas.

Havia caixas bem lacradas e com fitas amarelas escritas "tóxico" . A garota virou para Theodoro e Stefano.

" Escutem, vocês vão decorar os documentos e responder as perguntas que o guarda fizer. Levem a carruagem até a área de suprimento e apenas abra a porta quando estiver tudo livre." Kira entregou as chaves para Stefano.

A garota entrou na carruagem e as portas se fecharam. Minutos depois, a carruagem estava em movimento, Kira se agachou perto das caixas e tentava não respirar o ar do local.

Cercada por substâncias químicas e uma bomba letal na sua perna, Kira fez todas as orações possíveis para não morrer naquele exato momento.

Minutos depois a carruagem parou, Kira supos que eles tinham chegado a entrada do laboratório, sua respiração estava acelerada e o medo crescia dentro de si.

Ela não conseguia ouvir direto, apenas as vozes abafadas conversando em vizare.

Depois de alguns minutos a carruagem começou a andar novamente, Kira não sabia que era uma coisa boa ou ruim.

A carruagem parou e depois Kira ouviu o barulho da fechadura, engoliu a seco, seu coração está na sua boca quando as portas abriram minutos depois revelando Stefano e Theodoro.

A garota saiu e eles fecharam as portas.

" Como foi?" Ela perguntou, começando a andar.

" Decoramos os documentos deles e mentimos algumas partes." Stefano disse. "Vamos sair daqui rápido porque os guardas já vão revistar as caixas na carruagem."

Os três andaram para fora da área de carruagens, o mapa do laboratório estava gravado na cabeça de Kira.

Eles passaram por uma ponte que dava para o prédio do laboratório, envolta do prédio havia guardas espalhados por toda parte. O muro de pedra em volta do laboratório era alto.

O pôr do sol se aproximava quando Kira olhou para o céu.

" Sabem para onde ir." Os dois assentiram, entraram no prédio juntos e se separaram.

Kira D'Angelo, uma ladra de Razzer, estava dentro da Ilha Vermelha.

A Ilha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora