Capítulo 16

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Matteo Crosswell

A claridade e o som da bomba assustou todos por perto, Matteo colocou as mãos nos ouvidos e ouvia um leve zumbindo.

Matteo via os guardas gritando e apontando da onde vinha a fumaça da "explosão". Os três fizeram o papel de novatos e andavam com caras de confusos.

Um alarme alto ecoou por toda prisão, Matteo escutou os guardas falando "código preto" diversas vezes.

Eles chegaram na ala leste e viram guardas correndo com fuzis nas mãos na direção da ala norte. Um guarda até chegou a gritar ordens em vizare para os três que apenas assentiram sem entenderem uma única palavra.

Uma carroça de roupas sujas estava pronta para sair,  Matteo deu uma chave de braço no motorista que ia subir e tapou a sua boca para ele não gritar. O garoto apertou a garganta do homem que desmaiou, Matteo colocou o homem desmaiado atrás de algumas caixas para a próximas carroças.

Takin e Ilana entraram na carroça junto com as roupas sujas. Matteo tirou o casaco do uniforme, ficando apenas com a blusa branca por baixo e deixou o fuzil de lado, subiu na carroça e colocou a boina marrom que tinha pego do motorista.

Ele segurou as rédeas e os cavalos começaram a mover a carroça rapidamente, o portão começava a se fechar fazendo um pequeno trânsito de carroças que entravam.

Matteo passou com a carroça e fez um sinal com a boina para os guardas no portão, segundos depois ele ouviu o barulho do portão de ferro se fechando por completo, o alarme ainda ecoava e a fumaça estava diminuindo.

Ele largou a carroça quando estava longe o suficiente, Ilana foi a primeira a pular da mesma.

" Pelos Santos, que fedor!" A garota diz tirando o casaco e Takin concorda.

Ele correram até o caminho onde tinham vindo pela floresta, eles ouviram o som de galopes de cavalos indicando que os guardas do laboratório estavam indo na direção da prisão.

Estava escuro e Matteo escutava apenas seus passos e os sons de alguns animais, ele tropeçou algumas vezes mas os três conseguiram chegar na cidade.

A cidade estava em pânico escutando o som do alarme da prisão, foi fácil se misturar entre os cidadãos.

Eles chegaram no porto 3 onde o navio estava, as luzes estavam apagadas para não levantarem suspeitas.

Os três subiram no mesmo e Ilana abraçou Serena fortemente.

Matteo, no convés, olhou na direção que era o laboratório.

" Por favor, que vocês tenham conseguido." Matteo disse baixo.

Um barulho estrondoso junto com uma explosão preta e vermelha ecoou pela cidade, a rajada de vento foi tão forte que fez o navio balançar. Matteo se abaixou protegendo a cabeça e os outros fizeram o mesmo.

O garoto olhou para a direção e a fumaça estava grossa e o cheiro de queimado já chegava nas suas narinas, ele escutou gritos de medo e pavor pela cidade. As janelas de vidro de algumas casas estavam quebradas em pedaços.

Matteo se levantou devagar vendo que todos no navio estavam bem, o navio parava de balançar aos poucos, o garoto olhou para na direção do laboratório destruído e contou os minutos.

Dois

Cinco

Dez

Vinte minutos e nada.

Matteo saiu do navio acompanhado de Takin e os dois foram a procura de algum sinal dos três.

Estejam vivos. Matteo repetia a frase mentalmente.

Eles foram até a floresta, completamente escura e com cheiro de queimado.

" Será que eles..." Takin parou de falar.

Não, eles não poderiam ter morrido. Ele não poderia ter perdido o Theodoro, o Stefano e a Kira.

Matteo estava quase entrando em desespero quando ouviu passos lentos, mesmo com a pouca iluminação da lua, ele reconheceu dos três. Theodoro e Kira carregavam Stefano desacordado, sua roupas e rostos estavam sujos e possuíam alguns ferimentos pelo rosto.

Takin ajudou Kira pegando o braço de Stefano, Matteo foi para perto da garota.

" Vamos...para o navio." Kira disse com a voz fraca e intercalando seu peso de um pé para o outro.

" Kira." A garota olhou para Matteo, seus olhos quase se fechando, com lágrimas e respirando pela boca. Tinha sangue escorrendo pelo seu nariz e nas suas orelhas.

" Matteo..." a garota fechou os olhos e ia cair para o lado, Matteo a segurou e pegou no colo. Um braço nas pernas da garota e o outro nas suas costas, a respiração da garota estava ficando fraca.

Matteo e os outros voltaram para o navio pelas ruas escuras enquanto Vizar enfrentava o caos.

A Ilha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora