Sobre as leis

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"Exercer o poder corrompe, submeter-se ao poder degrada."

Mikhail Bakunin

"Nenhuma grande ideia no seu início pode estar dentro da lei.

Como pode ser dentro da lei?

A Lei está estacionária.

A Lei está fixa.

A Lei é uma roda de carruagem que nos une a todos,

independentemente das condições,

do lugar ou do tempo."

Emma Goldman

Lei 598/001; artigo 02, clausula 27; fica terminantemente proibido o contato de um agente governamental seja com;

- envolvidos com suspeitos de crimes contra a honra governamental;

- Receptores (fica-se acordado, Receptores, como suspeitos no sistema de vigilância interno)

- membros do partido anti-governo e afins, tais como terroristas e elementos catalogados pelo sistema.

Enquanto eu repassava essas palavras na minha cabeça bebendo café e olhando para a tela de vigilância, tendo Melone ao meu lado que em vez de pegar suas coisas e se mandar, ficou para me dar um sermão dizendo que seria obrigado a mentir para o sistema, informar que um tal de Tom Joestar esteve na companhia de Caesar, mesmo que fosse irrelevante, não poderia mentir. Ele sabia, minha identidade secretamente, meus superiores também, mas disse que não iria catalogar que um agente como eu fez uma burrada daquelas, pois aquilo iria arruinar a minha vida.

Eu sou um engraçadinho, porque sabia exatamente que o Melone não ia me dedurar, não acham que eu iria me enfiar em um apartamento com câmeras até no banheiro sabendo que o Melone ia bancar o dedo-duro comigo, não é?

Lei 598/001...

Eu queria era sentir o friozinho na barriga naquela noite e era tarde de mais para pensar no friozinho do tanque cheio de gelo que iam meter a minha cara até eu sufocar, enquanto me torturavam, pedindo minha ligação com seja lá o que fosse terrorista que Caesar era.

—... um lunático, não está apto pra isso. Eu disse pra se encontrar com ele no bar porque lá podia ser o acaso, mas você foi procurar ele, levou um cachorro pra ele e olha essa sua cara de cretino... Jojo! — sibilou me sacudindo.

— O que é? Estou trabalhando... — apontei a câmera de monitoramento — Tenho muito trabalho pra fazer, pode me dar licença? Seu plantão acabou.

Ele me olhou de modo furioso e abanou a cabeça, indignado.

— É muito cara de pau... Você não vai me levar pro buraco com você. Dessa vez passa, na próxima eu vou ter que informar.

Assenti recolocando os fones sem prestar atenção nos lamentos de tia velha que ele ficava fazendo ao meu redor até sair da sala com uma batida de porta como se me importasse.

Caesar respondia as mensagens de quando esteve detido, nada significativo, contou o que fizeram com ele apenas. Nada bonito pelo que parecia, mas ao fim sem provas alguma optaram por soltá-lo, segundo suas próprias palavras;

"Querem que eu saia como uma cobaia e leve eles pra quem quer que seja, tipo uma isca... lol... perderam a cabeça".

Era exatamente isso, era esta razão de não termos o matado de uma vez, infeliz ou felizmente.

Ainda tentávamos saber de onde era o sinal daquela pane, mas nada além de ser o meu próprio prédio aparecia como novidade, por esta razão o Dio estava revirando a vida de todo mundo, ele estava muito puto, andava pisando em lava e parecia que alguém havia enfiado um abacaxi nele, porque quando entrou na minha sala quase com um chute e me olhou com o cenho franzido tudo que me veio na cabeça era isto; ele tinha sentado em um abacaxi e estava doendo.

The night WatchWhere stories live. Discover now