É da natureza do amor desobedecer às leis.
É a lei do amor desobedecer a natureza.
Nevitton Taylon
Cedo ou tarde você descobrirá a diferença entre saber o caminho e percorrer o caminho.
Eu lhe mostro a porta, mas é você que tem que atravessá-la.
Matrix
Chovia, ali em baixo na Velha Cidadela um calor abafado brotava do chão com cheiro de bolor onde apenas uma rala garoa chegava depois de passar por o trânsito aéreo. Estava escuro já pelas vielas e ruas iluminadas por neon de energia roubada.
Andávamos lado a lado em um silêncio confortável, Caesar havia me convidado para subir em seu apartamento depois de tocar no bar, eu não tinha como negar por duas razões; não faria sentido eu não querer subir com ele e a segunda razão era que eu queria.
Eu queria desesperadamente.
Mas sabia que não era possível, assim fechei a mão em torno de seu braço e o puxei em direção a um dos túneis entre os prédios onde lojas de especiarias e peixe, exalavam um cheiro insuportável. O joguei contra um pequeno beco entre duas lojas e ele me olhou surpreso, contudo assim que me aproximei colocando as mãos apoiadas à parede ao redor de seus ombros nos olhamos ligeiramente ofegantes.
— Está apressado, garotão? — ele sussurrou.
Sem saber o que dizer, apenas ofeguei e repliquei;
— Não posso ir a sua casa.
Lentamente seus olhos se abriram desconfiados e tocou meus ombros.
— E por que não?
Engoli em seco.
— Sou procurado — mais desculpas, mais mentiras. Me afundava cada vez mais em um mar de absurdos.
— Procurado? — segurou meu rosto entre as mãos e me olhou interessado — Procurado por quê? O que você fez?
Aquele beco era um ponto cego, como chamávamos na agência.
Não havia câmeras de segurança, portanto naquele segundo Melone estava acessando a câmera do celular de Caesar de dentro de sua mochila, incluindo o microfone. Veria tudo escuro, mas o ouviria.
Nos ouviria.
Por esta razão eu sussurrei em seu ouvido;
— Matei um agente.
O rosto de Caesar afastou-se brevemente para me olhar gravemente.
Essa afirmação minha não estava totalmente errada, eu havia matado um agente realmente, ou estava o condenando à morte lentamente.
O agente Jojo, eu o estava matando.
Ele pareceu surpreso, as mãos em meus ombros apertaram e suas pupilas se dilataram um pouco, assim como uma bomba de nitrogênio prestes a explodir em meu peito tomou o espaço do coração.
— Eles não vão pegar você... — sussurrou de volta — Não se você estiver conosco.
— Conosco quem? Quem é você, Caesar?
Ele se inclinou me olhando firmemente nos olhos, o nariz tocando o meu e quando falou os nossos lábios se roçaram.
— Eu sou a revolução, eu sou a faísca que vai acordar tudo isso que está por vir — sorriu e uniu nossos corpos — O tempo é muito curto e eu quero aproveitar cada segundo.
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The night Watch
FanfictionJoseph é um agente do governo de uma divisão de monitoramento onde os suspeitos são mantidos sob vigilância intensa, seu suspeito é Caesar, que aparentemente tem acusações de cyber terrorismo entre outras transgressões. A visão distópica de controle...