2 - Prazer Desbocada, sobrenome Desastre.

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Ele já não estava mais na cama quando eu acordei, mas seu cheiro rodeava os travesseiros e cobertores daquela cama enorme.

Abracei mais forte o cobertor fofinho e macio, nunca dormi tão bem em toda minha vida.

Levantei ainda sem saber o que fazer, não sabia onde ficava o banheiro, tampouco a cozinha... Na verdade mal saberia sair daquela casa enorme sem alguma ajuda.

-Seu café da manhã senhorita. - uma moça simpática disse quando eu abri a porta do quarto. A quanto tempo ela estava ali esperando que eu acordasse? Ela segurava uma bandeja com alguns pães, frutas, um café, uma pequena jarrinha de suco de laranja e umas bolachas, parecendo um café da manhã de motel, mas não desses baratos para onde os clientes me levavam. Puta merda, eu estava só de sutiã e calcinha - Prefere comer no quarto ou na cozinha? - a moça era extremamente profissional e gentil.

Ainda desnorteada por ter acabado de acordar pergunto:

-É o que...? Desculpa... Onde fica o banheiro?

-Dentro do quarto há uma porta à direita, antes da varanda. Devo deixar seu café na cama?

-Ah sim... Por favor. - entro, deixo que ela coloque a bandeja na cama, agradeço e vou procurar pelo banheiro.

Como tudo naquela casa o banheiro era enorme. Havia uma pia espaçosa com várias gavetas e armários, sobre a pia havia um espelho que tomava boa parte da parede. Ao fundo havia o um box espaçoso com um chuveiro bem alto. Achei interessante não ter uma banheira, será que ele quis economizar? Olhei a magnitude do banheiro e ri com essa ideia estúpida.

Lavo o rosto e boca rapidamente na pia e volto pra cama. Deixo a bandeja em uma mesinha ao lado da cama e abro as cortinas que dão acesso à porta de vidro da varanda. É uma ampla vista estarrecedora para um jardim com uma enorme piscina que ficava nos fundos da casa. E lá estava ele, completamente nu na piscina, num sol escaldante às 10 da manhã, cortesia da mãe natureza nesse país tropical abençoado por deus e climatizado pelo capeta.

-Bom dia, preguiçosa. Achei que só fosse acordar na hora do almoço. - o deboche era visível em sua voz.

Lógico que eu não esperava ser super bem tratada, afinal ele era um cliente rude como qualquer outro, mas o cliente sempre tem razão, então devemos tratá-los com cortesia.

-Ah, vai se fuder! - gritei da varanda.

Ele ria da minha falta decoro.

-Já subo aí pra te dar umas palmadas. - ele dizia saindo da piscina e pegando uma toalha para secar os cabelos, havia certo tom de autoridade e intimidação em sua voz, talvez uma ameaça real, mas eu ignorei porque ele ria muito alegremente enquanto falava, não parecia sério.

Me despi e entrei no banheiro novamente, dessa vez para tomar uma ducha e ver se acordava direito.

Não levei a ameaça dele a sério até escutar a porta do quarto abrir e ele entrar.

-Nunca ninguém mandou eu me fuder na frente dos meus empregados. - ele disse ao entrar no quarto ainda com riso em sua voz, porém seu tom de autoridade estava bem mais claro - Você realmente não faz ideia de com quem está falando, não é?

Se aquilo era sério, porque ele ria? Era para eu levar a sério ou não?

-Desculpa, eu me empolguei. - tentei parecer sincera, mas meus modos eram visivelmente fingidos.

-Os empregados devem te adorar agora. Primeiro você é simpática com a Milena... Depois manda eu me foder pra todo mundo ouvir. Devem estar te aplaudindo da copa. - ele entra no banheiro, posso ver sua silhueta através do box transparente, aparentemente ele ainda está pelado. Ele andou da piscina até o quarto pelado? Quer dizer... Ele andou dentro da casa, no meio dos empregados completamente nu? - Todas as mulheres que trago aqui são de alta classe. Mas ao contrário delas você tem mais modos com a empregada do que com o dono desta casa. - ele abre o box e me olha fixamente. Os olhos calmos e um sorriso leve no rosto.

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