11 - Foda-se eu quero morrer - PV Alex

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Acordo às 5 e meia da manhã, é eu sei... Eu não durmo muito, mesmo se eu for dormir 3 ou 4 da manhã eu sempre vou acordar 5 e meia.

Ketlyn ainda dorme pesadamente ao meu lado. Enfio o nariz entre os cachinhos do seus cabelos e inalo o melhor perfume do mundo.

Estou calmo.

Deveria ir para a academia e ajudar a manter isso, para que não estrague o resto do meu dia.

É isso que faço.

Levanto.

Me dói deixá-la na cama, mas vou voltar antes dela acordar tenho certeza. Visto-me, pego apenas a carteira e desço.

Passo pela recepção, sim é um hotel muito luxuoso, dispenso o trabalho de descrever os detalhes, teto alto, decoração moderna, porteiro, recepcionista, seguranças... Enfim falo rapidamente com uma moça na recepção.

-Sr Druelli, como posso te ajudar? - ela me atende com um sorriso.

Pego caneta e papel no balcão

-A garota que está comigo, Ketlyn Silva, pode sair e entrar da cobertura quando quiser. Providencie uma chave para ela. - escrevo todos os dados que o hotel precisa sobre ela no papel. Nome, telefone e Rg.

Eu comprei o hotel e mandei modificar a cobertura. Não dá para sair dá cobertura sem a chave. Também não dá para entrar, não dá sequer para pedir o elevador sem colocar a chave no painel. Eu quis que fosse assim. Não queria nada nem ninguém me impedindo de fazer o que queria. E quando chegasse a hora eu queria jogar a chave da sacada junto com o celular para não ter como voltar atrás, e em seguida me jogar...

Mas não queria que Ketlyn se sentisse presa. Nunca a prenderia. Ela era linda livre do jeito que era. Certamente, se ela acordasse antes que eu voltasse, ela poderia andar pelo prédio... Há áreas verdes ao redor ainda dentro da área do hotel... Sei lá... Quis deixá-la livre. Mas isso não importaria muito. Ela com certeza ainda estará dormindo quando eu voltar e isso me faz sorrir.

-Imediatamente, Sr Druelli. - a moça dizia sorrindo.

Eu odiava ser chamado pelo sobrenome.

Saio do condomínio, vou ver o Bruno pela primeira vez em uma semana (eu acho).

Passo em uma farmácia a caminho da academia, preciso enfaixar as mãos antes de ver Bruno, ele jamais me deixaria treinar nos aparelhos com tantos cortes expostos. Aliás não sei como ele reagiria se soubesse como eu fiz esses cortes, eu nunca tive um ataque de raiva tão fodido.

Chego na academia e Bruno me brinda com um sorriso pasmo e cauteloso.

-Alex! Como vai cara? - ele me cumprimenta puxando meu aperto de mão para um meio abraço com tapinha no ombro - Nunca mais me chamou... - ele fita meu rosto e me analisa daquele jeito que sabe que eu não gosto.

Mas está tudo bem, eu estou feliz hoje, não há nada de errado.

-Estou ótimo. E você?

-Inteiro... Vai bater em mim ou nos aparelhos hoje?

-Depende... Já concertou os equipamentos? - sorri sarcástico.

-Está tudo 100%. - ele retribui o riso - O que houve com a mão? Anda treinando com mais alguém?

-Ah está tudo bem... - minto. Bruno sabe que eu menti, mas ignora.

-Vai pegar leve hoje?

Passo minha digital na catraca da academia e vislumbro todos os aparelhos vazios porque este é o meu horário, apenas meu.

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