15 - Mandando todo mundo à merda. PV Alex

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O último lugar que eu queria ver depois de uma tentativa de suicídio frustrada era a merda daquela empresa, mas eu tinha a garota mais linda do mundo ao meu lado. Um verdadeiro anjo que voltou pra mim mesmo depois de tudo o que eu fiz e de tudo que ela viu...

E cá estamos nós descendo de mãos dadas de uma das minhas BMWs pretas que vou te poupar da descrição.

Eu com o terno mais desconfortável do mundo e ela com um conjuntinho verde de quem vai passear no parque.

-Nossa, aqui é enorme! - ela diz olhando para o prédio todo espelhado.

Sim é enorme, tem mais de 20 andares... Eu poderia ter me jogado daqui falando nisso...

Meu deus... Eu tenho que parar de pensar em me matar.

Aperto a mão dela inconscientemente.

-Alex você está bem? - ela pergunta.

Eu afrouxo minha mão e tento respirar com mais calma.

-Claro. - respondo meio nervoso.

Eu não sei quem vou encontrar lá dentro da empresa, mas a mensagem de Luka dava a entender que não seria nada agradável.

-Pode falar pra mim. - ela me diz. Encontro seus olhos e eles me trazem a calmaria que eu preciso.

-É que... Com a morte de Dante a minha empresa agora tem outro gerente publicitário e Luka deu entender que eu não vou gostar da pessoa... - eu desabafei - A verdade é que... Eu nem queria estar aqui... Eu só queria...

-Mandar todo mundo à merda? - ela completou com sarcasmo. Eu sorri e acenti com a cabeça - Ora então faça isso! - ela dizia como se fosse a coisa mais fácil do mundo - Você acabou de desistir da sua vida há algumas horas... Podia estar morto agora, o que tem a perder?

-É... É uma boa maneira de ver... - refleti. Como ela fazia aquilo? Como fazia parecer tão fácil? - O que faz você agir assim? - não resisti e perguntei-lhe.

-Bem, você conhece meu bairro... Os tiros, as drogas, o tráfico, a prostituição... Quando se é pobre cada dia pode ser o último... Eu não falo pelos outros, mas eu não quero ter que suportar mais que o necessário... Então se algo me enche eu meto o foda-se. - ela dizia com naturalidade - Não quero me arrepender de ter passado a vida aturando coisas e morrer sem ter feito o que eu realmente queria.

Meu deus... Essa garota é mesmo única. Nem consegui falar nada depois de sua resposta. Apenas calei e refleti ainda um pouco nervoso e preocupado com quem eu iria encontrar.

Já estamos na entrada, um enorme saguão com carros variados expostos, alguns bem luxuosos girando em placas elevadas do chão.

Passo reto pela recepção e sigo para o elevador privativo, nem percebo que Ana Paula, a recepcionista, nos segue, só noto sua presença ao ouvir ela chamar.

-Ah Sr Druelli, a Srta Gabriela...

O ódio invade meu ser ao ouvir esse nome, mas não quero brigar com ninguém hoje, então apenas ignoro.

-Alex e Gabriela terminaram. - Ketlyn responde no meu lugar com o nariz empinado.

Eu esboço um meio sorriso e continuo andando de mãos dadas com ela sem olhar para Ana Paula.

-Ah sim... Talvez não seja a melhor hora para dizer isso, mas...

-Não, Ana Paula, provavelmente não é... - eu a interrompo. Embora eu não saiba do que ela está falando eu tenho certeza de que não é uma boa hora.

-É sobre o Sr Dante...

-Também não quero falar sobre Dante, Ana Paula. - a interrompo de novo.

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