Desculpe fazer isso...

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BUENASSS, como vocês estão? Espero que bem!

Esse capítulo tá um pouquinho diferente e logo vocês vão entender o porquê.

Agora, chega de enrolação: boa leitura, nos vemos nas notas finais :)

***





Dezenove anos 

Já tinha passado noites em claro, já tinha chorado, já tinha encarado o nada e feito questão de lembrar de momentos felizes, já tinha se arrependido e já tinha se conformado. Na verdade ela passava seus dias em uma montanha russa de emoções, o "e se?" assombrando todos os seus pensamentos. 

No momento? No momento ela estava sentada no chão de sua nova "casa", escorada na sua nova cama, encarando a parede a sua frente, sem expressão. A respiração começava a ficar regular depois de alguns exercícios na barra e o suor escorria por seu corpo, mesmo fazendo frio naquela manhã, em Nova York. Isso, a garotinha talentosa de New Hope, agora rumava de vez para o estrelato dos palcos da Broadway, como sempre sonhou. 

Tinha se mudado há alguns dias: um apartamento pequeno e sem graça, mas que cabia no seu orçamento e tinha uma localização razoável. Tinha feito amizade com um vizinho, um tanto excêntrico e talvez aquele fosse seu único contato "pessoal" na cidade grande. 

Pessoal porque graças a sua maturidade, April conseguia discernir a vida profissional do caos que sua intimidade estava. Ela tinha terminado com Nick, de uma maneira nada corajosa e agora sofria as consequências de suas escolhas, além disso, precisava lidar com a saudade constante do seu pai, e do lugar que durante tanto tempo chamou de lar. 

E foi de modo nostálgico que a morena esticou o braço pela cama até alcançar seu celular. Já tinha perdido a conta de quantas vezes leu e releu a mensagem que deu fim a sua história de amor. 

"Desculpe fazer isso por mensagemmas precisamos terminarAp


Sem dúvida, uma das mais doloridas e repensadas mensagens que já tinha escrito. Era essa sua rotina sempre que se encontrava perdida em pensamentos: encarar a mensagem e depois ligar para o pai, em busca de conforto e notícias. 

E foi através dessas breves ligações, que descobriu que o time da cidade só piorava, descobriu que senhor Willow não venderia mais sorvete sabor pistache, descobriu que uma rede de farmácias estava destruindo o comércio local, descobriu que infelizmente o estado de Jenni havia piorado e que Nick estava mudado. Frank só não deixou claro se para melhor ou pior. 

Suspirou pesado checando o horário indicado no visor do celular, precisava se arrumar para às horas e horas de aula que teria naquele dia, já que, ao contrário do que muitos pensavam, por trás de todo o brilho e glamour, existia muito suor e lágrimas. 

Se levantou do chão e foi até o banheiro, encarando seu reflexo no espelho antes de se despir entrar de vez no chuveiro. "Perfeição" era a palavra que ecoava em sua mente. Sorriu de lábios e enfim sentiu a água morna sobre seus ombros. 


Estava no intervalo de uma das aulas do dia, sentia o estômago reclamar por conta do pouco alimento ingerido, mas sabia que era uma questão de costume. Estava algumas gramas acima do peso ideal e precisava concertar aquilo. Escorada em uma grande janela que se fazia presente na sala de dança, observou o movimento nas ruas agitadas de Nova York: carros, pessoas, a chuva fina que cobria todos aqueles que arriscaram caminhar pelas longas avenidas e riu, se lembrando de quando jurou ter visto Nick lhe esperando no final de uma de suas aulas. Estava conversando com algumas meninas, verdadeiramente empolgada pela oportunidade de um teste, quando teve a sensação de estar sendo observada e, fitando todos os lados e cantos da rua já escura, teve a impressão de ver Nick, seu primeiro amigo, primeiro beijo e primeiro amor. Besteira, uma ilusão causada pela saudade. 

Until Feel the Beat Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt