18° capítulo

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Susie

Abaixei o olhar ouvindo o barulho do mar e percebi ele colocar as mãos na grade de proteção do navio que era onde eu estava encostada.

- Era uma estrela cadente -digo levantando a cabeça olhando para o céu estrelado.

Astronomia sempre foi interessante ao meu ver, qualquer sinal de algum fenômeno astronômico eu fico empolgada. Minha mãe me disse uma vez que meu pai gostava tanto disso que tinha um lugar secreto onde ele estudava as estrelas.

Sorri de lado ao me lembrar do seu jeito ao me explicar essas coisas.

- Gosta muito de astronomia? -ele pergunta e eu saio dos meus pensamentos o encarando.

Nate se inclinou apoiando os cotovelos ao invés das mãos e analisou meu rosto como sempre faz quando estamos juntos.

- Não sei muito sobre, mas gosto de observar tudo que envolve -respondo olhando para os seus olhos e descendo pelo maxilar definido quando ele olha para cima admirando o céu estrelado.

Meu coração acelera por alguns segundos quando eu olho para trás vendo o lugar da proa vazia e meia escura, volto a olhar para frente com uma sensação estranha no corpo.

- Fez seu pedido?

Sorri pequeno.

- Fiz.

- O que pediu? -pergunta e eu olho para ele com a boca aberta, Nate dá um sorriso de lado balançando a cabeça- Estou brincando.

- Não se pode contar, pode acabar com a sorte do meu pedido.

- Sua sorte não é o pedido -ele diz com um sobrancelha erguida- É como se fosse...o trevo de quatro folhas.

Franzo o cenho.

- Como assim?

Me apoio na grade de proteção como ele e o vejo me encarando fixamente, mesmo se algo estivesse mordendo meu pé ou alguém estivesse gritando meu nome eu não conseguiria desviar dele. Era apenas... magnético demais para eu fazer tal ato.

- As vezes, encontramos algumas pessoas que são como trevo de quatro folhas, mas não é porque dão sorte, é porque elas são raras de encontrar -ele desceu os olhos para os meus lábios e eu involuntariamente os entre abri, oh meu Deus- Afinal de contas, sorte não é ter o trevo... e sim encontrar um.

Eu não entendia por que meu corpo parecia estar trêmulo, só sabia que Nathaniel era o motivo. Eu sabia que no fundo do meu ser eu me sentia diferente ao lado dele, desde aquele quartinho escuro no hospital onde eu senti as sensações novas que ele me deu, eu sabia que me sentia atraída por ele

Eu não posso mais negar, isso nunca tinha acontecido antes, até agora.

- O seu pedido não é sua sorte, Susie -dei um suspiro baixinho quando ele tirou uma mecha do meu cabelo pondo atrás da orelha- Ver uma estrela cadente que é.

Ele sorriu pequeno e voltou a olhar para cima vendo as estrelas apoiando o braço na grade novamente. Caramba, ao mesmo tempo que ele me deixa nervosa, me deixa ansiosa pelo seu próximo passo. É tão diferente.

Conversamos mais um pouco sobre a constelação e o mesmo me explicou algumas coisas que ele sabia quando leu livros relacionados.

Olhei para trás e vi três banquinhos de madeira atrás de nós que tenho quase certeza que serve para ser usado na proa, não sei muito bem, não entendo nada de navios.

Me sentei em um mesmo assim e ele olhou para trás me encarando.

- Ver vocês pulando na piscina, quebrar a televisão da pista e correr até aqui me deixou um pouco cansada -digo e ele ri pelo nariz vindo na minha direção sentando-se ao meu lado.

Minha Bela Tentação -Livro 4 Da Série: Babacas De TernoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora