1899 | Larry Stylinson

2. Hypocrite

Oi!

Lembrando que a partir da nova semana as atts serão quinzenais, em sábados intercalados!

Votem, comentem e boa leitura❤️

🗽

Harry estava radiante depois de seu momento de libertinagem com Louis, sentia-se tão maduro por já ter feito sexo! Sentia-se diferente, como se a aura de inocência que carregava tivesse se extinguido por completo e as pessoas estivessem diante de um novo Harry, um Harry crescido que poderia conversar sobre tudo sem pudores. No século XIX, era muito comum que houvesse uma divisão de assuntos entre tópicos de pessoas casadas e tópicos de pessoas solteiras. Geralmente o primeiro lidava com conversas relacionadas ao leito nupcial e devassidões íntimas, que seria terrivelmente inapropriado para um ômega solteiro e, em teoria, virgem.

Ele se achava tão rebelde! Guardava seu pequeno segredo a sete chaves para ninguém desconfiar ou Liam surtaria por saber que seu irmãozinho era impuro, mas Harry precisava contar para alguém, mantinha aquilo dentro de si há uma semana e queria segredar para uma pessoa de confiança ou explodiria de empolgação. Estava feliz por saber que havia quebrado um dos valores tradicionais daquela sociedade, mesmo que fosse secreto, era bom demais ter experimentado o sexo antes do casamento, como era esperado.

Sorriu bobo ao dançar alegremente pelo seu quarto amplo, usando uma longa camisola de seda azul bebê e um robe comprido da mesma cor, com barras feitas de um tecido florido azul e branco. O quarto era grande, com portas duplas na grande Mansão Payne, em uma das áreas mais afastadas do centro de Manhattan, mas ainda assim elegante e nobre. O cômodo era belo, todo revestido com papéis de parede cor de creme com pequenas flores rosa pastel, a cama alta com dossel era espaçosa e havia cortinas de seda transparente ao seu redor. Uma penteadeira branca com espelho decorado em estilo barroco ficava próxima à janela para que ele se arrumasse com a luz diurna e mais adiante uma escrivaninha. Em um canto, um biombo escondia uma banheira e mais longe, portas duplas levavam à sala de vestir.

Era óbvio que Harry vivia com todo luxo e conforto que qualquer ômega pudesse almejar, mas o preço para aquela vida de futilidade e soberba vinha com um preço altíssimo. Para começar, o dinheiro de sua família era completamente sujo, seu irmão oito anos mais velho que ele, Liam, era o líder da maior organização criminosa de Nova York e estava em constante perigo. Aquela era uma das razões para que Harry fosse superprotegido pelo seu irmão, só tinham um ao outro e sabia que Liam não suportaria perdê-lo em uma briga de gangues ou um ataque proposital à pessoa que mais lhe importava em todo o mundo.

Harry jamais saía de casa sozinho, sempre tinha pelo menos dois homens da máfia ao seu encalço para supervisionar seus passos e protegê-lo se necessário, todos os empregados passavam por uma entrevista minuciosa antes de serem contratados para trabalhar naquela casa, todos os seus amigos eram espionados assim que Harry começava a fazer amizade e nenhum alfa desconhecido poderia ser levado àquela mansão. Havia sido quase um milagre para o jovem ômega estourar aquela bolha de proteção por alguns minutos e ficar sozinho em um quarto com Louis.

Aquela noite significou muito para ele, não só porque perdera sua virgindade. Claro que fora ótimo se entregar de forma tão lasciva a alguém, havia sido uma aventura muito prazerosa e proveitosa, com certeza Louis estaria para sempre em sua mente como o seu primeiro homem, o único até então que tocara seu corpo, como alfa e ômega. Mas o seu momento de rebeldia contra os padrões estabelecidos aos ômegas e a ruptura da bolha de proteção que Liam mantinha ao redor dele era tão significativo quanto o ato de ser deflorado.

Harry entendia a necessidade de proteção que Liam tinha com ele, realmente entendia. Os dois irmãos tinham um passado cheio de marcas dolorosas, feridas que demoraram muito para cicatrizar e toda aquele cuidado de Liam era compreensível, era uma forma de garantir que a pessoa mais importante para ele se mantesse segura, mesmo que para isso o sufocasse. O maior medo de Liam era perder Harry e vice-versa.