Harry Cyrus é um garoto preto lgbt, que vive na bolha de sua mãe, sem contestar suas ordens, que não eram muitos saudáveis. Sua vida era monótona, triste e entendiante. Sua autoestima e inseguranças o dominavam, fazendo ele ser um garoto solitário n...
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A manhã de segunda-feira havia chegado. Para muitos, o pior dia da semana, para Harry, apenas mais um. Já que para ele, todo dia era igual. O silêncio habitava na mesa de café com sua mãe. Como todos os dias. O único assunto que rendia entre eles, eram coisas que envolviam o colégio, ou Paper reclamando quando Harry fazia algo errado. Nada além disso.
— Estou indo para o colégio. Tchau. — Harry diz pegando a mochila atrás da cadeira. Usava uma camisa branca por baixo das calças, que era de tecido azul bebê, e sua jaqueta era azul bebê também, que estava amarrada em sua cintura. Seu tênis era branco e sua mochila bege. Ele tinha um grande e desgastante dia pela frente.
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— Tchauzinho. Dê o seu melhor na escola. — Paper diz não tirando os olhos do jornal. A vontade de abandonar ela era gigante, mas Harry sabia que essa frieza era um mecanismo de defesa. Ele queria mais do que nunca descobrir o motivo. Dava para ver em seus olhos azuis que ela não queria ser assim.
— Ok. — Harry diz bem baixinho.
Em instantes, ele estava andando em sua bicicleta, com os fones de ouvidos, ouvindo “Duele” da Tini no volume máximo. Mesmo não demonstrando por fora, ele estava a mil por dentro pelo contágio da música.
A escola era perto da sua casa e de bicicleta, era mais rápido ainda. A Republic não era diferente das outras escolas americanas. Era mais um padrão que se passava nas séries musicais da Disney. Harry vai em direção onde se colocam as bicicletas. Um pouco atrapalhado, ele coloca a sua no meio das outras duas e a tranca com o cadeado.
— Oi Cyrus. — O coração de Harry dispara ao ouvir a voz dele. Do menino que ele gostava. O único que parava para falar com ele todos os dias antes de entrar no colégio. Deveria ser por pena; Harry pensava. Ele era colombiano; seus olhos eram verdes como uma esmeralda, ele era alto, e seu cabelo era preto arrepiado. Usava uma blusa branca de manga, uma calça jeans e um tênis preto, com seu casaco preto amarrado na cintura. Sua mochila era vermelha.
— Oi Anthony Rowling. — Ele responde do mesmo jeito todas as manhãs com o sorriso no rosto. Ele gostava de existir aos olhos de alguém. Ele tinha medo de nunca conseguir perder o seu BV por conta da sua timidez e baixa autoestima. Ele tinha medo de ser dispensado. Ou feito de chacota por alguém. Suas inseguranças falavam mais alto.
Após responder Anthony, ele segue com seus amigos, que como todos os dias, olham de cara estranha para Harry. E mesmo ele já estando acostumado, ainda doía. Ele nunca havia feito nada para ninguém.
— Enfim, minha cota de socialismo já acabou. — Ele murmura e segue em frente.
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O corredor extenso poderia ver todos os tipos de pessoas. Das patricinhas e populares, até os nerds. O incrível era que Harry não conseguia se enturmar com nenhum deles. Se sentia um peixe fora d’água.
Alguns metros de distância, minutos antes de o sinal bater, Oliver Olsen se encontrava irritado, por não conseguir encontrar o que queria. Sua pele era pálida, seus olhos eram azuis como o mar, ele tinha um tamanho um pouco acima da média. Usava uma touca laranja em seu cabelo castanhos bagunçado, uma blusa preta de manga, e uma calça e sapato cor bege.
— Faz duas semanas que estamos fazendo esse teste e não apareceu ninguém que combine com o papel. — Oliver diz irritado.
— Se acalma. Vamos achar algum vocalista. — Daniel May diz tentando acalmar o melhor amigo. Ele era asiático, seus olhos e cabelo liso eram pretos e ele era da mesma altura do amigo.
— É que daqui a pouco chega o festival. E não encontramos nenhuma voz para montar a nossa banda. — Ele diz desanimado.
— Eu não entendo o motivo de a Lisa Brown não querer ser a vocalista. Jackson disse que a irmã tem talento, só que ela tem vergonha de se apresentar para um monte de pessoas. Ela só participaria se tivesse outro vocalista. Pelo menos ela é a nossa baixista.
— Que engraçado. Não encontramos um. Fizemos inúmeros testes e nenhum combina com a nossa proposta. — Oliver fecha o armário com raiva.
— Ainda faltam três semanas para o festival. Não podemos desistir. — Daniel diz esperançoso. Ele e Oliver nunca foram de se render facilmente, e não seria esse o momento disso acontecer. Eles eram amigos desde crianças. Um vive na casa do outro. A família adotiva de Daniel, é bastante próxima da de Oliver, contribuindo para uma linda amizade de anos.
— Claro que não. Nunca nos rendemos facilmente. Só que quando foi que as pessoas perderam o interesse pela música? — Ele pergunta decepcionado. Oliver sempre gostou de música. Tocava guitarra e violão e era um amante de música pop, rock, k-pop e músicas latinas.
— Eles só querem saber de cantar pop. Sendo que a nossa banda é para abranger todos os estilos. Enfim, americanos né? — Daniel diz ironicamente.
— Ei! Eu sou um americano sensato! Gosto de todos os estilos de música. — Ele fingiu estar ofendido, com a mão no coração.
— Tirando você, Jackson e Lisa bobão. — Ele diz rindo dando um soco no ombro de leve no amigo. — Mas é melhor pensarmos nisso depois, temos que ir para a aula. — O sinal estridente da Republic ecoa pelo grande corredor.
— Claro. Vamos. Depois do colégio passa lá em casa para eu te destruir no Naruto Storm 4. — Oliver diz convencido. Sempre ganhava de Daniel nesse jogo.
— Pode deixar idiota. — Daniel diz abraçando o amigo e desse jeito, eles caminham para a sala de aula, em uma longa e entediante aula de matemática.
—x—
Eu amo uma amizade. O que acharam desse cap? Gostaram de Oliver e Daniel? 💙
