Capítulo 68

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Nem a chuva torrencial que desabou no último dia de feriado acabou com a alegria dos dois, muito pelo contrário, ela foi recebida com gosto, já havia virado piada interna entre o casal que em vários momentos importantes na história deles uma verdadeira tempestade estava presente. Foi assim na primeira vez que saíram juntos após a farsa da fazenda e quando reataram o namoro.

Mas naquela manhã o céu havia voltado a ser azul, e mesmo apresentando leves borrões cinzas indicando que a chuva não tinha ido por completo, o sol teimava em querer aparecer entre as nuvens.

Alfonso: Amor.

Anahí virou o rosto para ele: Eu.

Alfonso: Se você dormir eu juro que paro o carro no acostamento. – Ameaçou, eram nove horas da manhã e eles haviam acordado as sete para pegarem a estrada de volta pra casa.

Anahí: Não vou dormir, prometo!

Alfonso riu: Você já estava quase dormindo quando te chamei.

Anahí: Mas eu não vou. – Garantiu voltando a encostar a cabeça no vidro da janela.

Alfonso: Gostou da viagem? - Perguntou querendo puxar assunto.

Anahí o olhou novamente, mas dessa vez com um sorriso nos lábios: Muito!

Alfonso retribuiu o sorriso: Só foi uma pena que tenha chovido tanto ontem, nem deu para ir à praia.

Anahí apoiou a mão na coxa dele: Você e eu temos ideias muito diferentes do que é aproveitar o dia. - Disse maliciosa o fazendo soltar uma gargalhada alta - Que? - Se fez de inocente.

Alfonso: Nem vem que você não me engana mais fazendo essa cara de anjo.

Anahí: Mas eu sou um anjo!

Alfonso: Te conheço Anahí! - Respondeu brincando e quando ela se preparava para lhe dar uma resposta seu celular tocou dentro da bolsa.

Anahí: Salvo pela sogra. - Falou com uma careta quando viu o nome da mãe na tela – Oi mãe.

Helen: Filha! Onde você está?

Anahí: Viajando, eu avisei para o papai, ele não falou para a senhora?

Helen: Falou sim, mas achei que já tivesse voltado.

Anahí: Estamos na estrada. - Explicou – Aconteceu alguma coisa?

Helen: Não. Está tudo bem, mas eu preciso falar com você.

Anahí: Fala.

Helen: Não, não pelo telefone! Será que você poderia vir aqui amanhã?

Anahí: Pode ser na terça? Tenho certeza de que amanhã a agência vai estar uma loucura por conta do feriado.

Helen: Tudo bem. Mas terça sem falta hein!

Anahí: Que horas?

Helen: Sete. Dá tempo?

Anahí: Dá sim. Até lá então.

Helen: Até filha, cuidado com a estrada.

Anahí: Pode deixar. Beijo.

Helen: Outro.

Anahí: Estranho. - Resmungou enquanto guardava o aparelho novamente.

Alfonso: O que é estranho?

Anahí: Minha mãe querendo me encontrar é muito estranho! Disse que precisa conversar comigo, mas não adiantou do que se tratava.

Alfonso: Relaxa, não deve ser nada demais.

Anahí respirou fundo: Ela estava afobada, só espero que não seja mais uma das loucuras dela. Da última vez que me chamou assim as pressas foi porque havia brigado com a tia Carmem e o papai não tinha ficado do lado dela.

Colorido em Preto e BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora