Capítulo 69

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Anahí só se permitiu chorar quando entrou no carro. Tomou o caminho de casa, mas tudo o que não precisava naquele momento era ficar sozinha remoendo a briga que tivera com a mãe e entre todas as suas opções resolveu procurar por Alfonso, sabia que ele a faria se sentir melhor sem precisar dizer uma palavra. Tentou manter a calma enquanto dirigia, mas cada parte do seu corpo parecia tremer, se sentia estranha, era um misto de decepção, mágoa e raiva por todo o ocorrido. Quando estacionou em frente ao apartamento do namorado seguiu direto para o elevador e em poucos minutos tocava a campainha torcendo para que ele já tivesse chegado.


Alfonso: Any! Pequena, o que aconteceu? - Perguntou assustado ao vê-la parada na porta com os olhos e o rosto vermelhos.

Anahí: Eu posso ficar aqui com você? - Sua voz saiu baixa e ele a puxou para um abraço quando ela começou a chorar de novo.

Alfonso: É claro que pode. Só me explica o que aconteceu. Está sentindo alguma coisa? - Ela negou balançando de leve a cabeça enquanto as mãos se agarravam firmes na blusa que ele vestia – Any, você está tremendo. - Constatou preocupado – É melhor eu pegar uma água...

Anahí o interrompeu não deixando que ele se afastasse: Não, eu não quero água. Só fica comigo, por favor! - Pediu e ele a atendeu. Ficaram intermináveis minutos em silêncio, o único som que se ouvia era o dos soluços de Anahí que aos poucos foram cessando.

Alfonso: Está melhor agora? - Quis saber ao perceber que ela finalmente se acalmara.

Anahí: Uhum. - Afirmou tímida ainda sem soltá-lo e ganhou um beijo no topo da cabeça.

Alfonso: Não quer me contar o que aconteceu?

Anahí: Briguei com a minha mãe. Foi horrível, Poncho! - Falou ameaçando voltar a chorar.

Alfonso se afastou o suficiente para poder olhá-la e passou o polegar delicadamente pelo seu rosto molhado: Ei, chega de chorar, ok? Eu estou aqui.

Anahí: Desculpa.

Alfonso: Não precisa se desculpar. - Ele sorriu de leve - Vem cá, se senta que eu vou buscar um copo d'água e quando voltar você me conta tudo. - Propôs a conduzindo até o sofá – Mas sem choro, promete?

Anahí: Prometo tentar.

Alfonso lhe beijou na testa: Já é um bom começo. Fica quietinha que eu já volto. – Pediu e ela o atendeu, sendo assim, quando Alfonso voltou para a sala encontrou a namorada do mesmo jeito que havia deixado exceto pelo celular que vibrava em suas mãos.

Anahí olhou para ele: É meu pai.

Alfonso: Atende, ele deve estar preocupado.

Anahí: Não quero falar com ele agora.

Alfonso: Quer que eu fale? - Ela afirmou – Então me dá aqui. - Disse pegando o celular das mãos dela e lhe entregando a água – Bebe tudo! – Mandou se afastando da namorada.


Anahí observou o copo, o leve tremor ainda presente fazendo a água se agitar na superfície, escutava ao longe Alfonso conversando com seu pai, mas por mais que se esforçasse não conseguia prestar atenção no que era dito. Encarou o líquido por mais alguns segundos antes de levá-lo até a boca, sorvendo um gole que pareceu queimar a garganta irritada.


Anahí: E então? - Perguntou quando ele finalmente desligou o telefone.

Alfonso: Ele insistiu muito para falar com você, mas acabou cedendo quando dei a certeza de que estava tudo bem e prometi que não te deixaria sozinha. - Explicou se sentando ao seu lado.

Colorido em Preto e BrancoWhere stories live. Discover now