Capítulo 111

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Maite realmente foi até o banheiro, mas na saída, em vez de voltar para a mesa, procurou por Anahí até encontrá-la debruçada em uma das enormes janelas do salão observando o movimento da rua enquanto tomava uma tulipa de cerveja.

Maite: Está tudo bem?

Anahí deu um pulo devido ao susto e colocou a mão no peito: Nossa Mai, você me assustou.

Maite riu e encostou ao lado dela: Eu percebi.

Anahí: Quer? - Perguntou lhe oferecendo sua bebida.

Maite negou: Não posso, a Bia ainda insiste em mamar para pegar no sono.

Anahí: Hum... - Respondeu simplesmente e voltou a fitar a rua sendo acompanhada por Maite.

Maite: Desculpe. - Pediu sem jeito.

Anahí: Pelo que?

Maite: Pelo comentário.

Anahí: Ah Mai, não é nada demais...

Maite: É quando você já está mexida pela notícia da gravidez da Pietra.

Anahí: O que? Eu não estou mexida! - Tentou negar olhando para Maite.

Maite ergueu as sobrancelhas: Any, para cima de mim? Eu te conheço...

Anahí: Mas eu...

Maite a interrompeu: Hey, eu sou sua amiga, lembra? Não vou te julgar.

Anahí suspirou: Eu sei. Ficou tão óbvio assim?

Maite: Não, somente eu e o Poncho percebemos. – A tranquilizou.

Anahí: Menos mal. - Concluiu.

Maite: E então?

Anahí: É que por alguns minutos eu me lembrei que não posso experimentar essa sensação de gerar um bebê, simplesmente nunca vou carregar um pedaço do Poncho dentro de mim. - Desabafou mordendo o lábio inferior, mas não queria e nem iria chorar, aquela não era hora e nem lugar para tristeza.

Maite: Eu não posso dizer que sei como você se sente, mas imagino como seja.

Anahí: Posso pedir uma coisa?

Maite: Claro. – Concordou.

Anahí: Não vamos falar sobre isso, pelo menos não hoje.

Alfonso: Concordo, hoje é dia de comemorar, nosso menino está fazendo seis anos. - Disse se aproximando das duas e as pegando de surpresa.

Anahí se virou para olhá-lo: Poncho...

Alfonso a abraçou: Shh, não fala nada. Eu sei que você disse que estava bem, mas eu fiquei preocupado assim como a Mai.

Anahí: Me desculpa.

Alfonso: Não precisa se desculpar. - Assegurou lhe dando um beijo na testa – Agora vamos? Está quase na hora dos parabéns!

Maite: Bolo!

Anahí riu: Criança. - Chamou implicando e Maite lhe deu a língua.

Alfonso: Vocês não têm jeito... - Censurou rindo e abraçou Maite de lado, indo rumo a mesa sem soltar nenhuma das duas.

O restante da festa ocorreu bem, Anahí não queria, mas evitou a mesa dos amigos, uma vez que a conversa girava apenas em torno da gravidez de Pietra. Caminhou por entre os convidados sempre com Alfonso ao seu lado e conversou bastantes com os colegas de trabalho do marido, o que a fez esquecer dos recentes acontecimentos por alguns instantes.

Isabel: Papai, no meu niversálio pode ter chuva de purpurina? – Pediu, eram quase meia noite e a menina ainda estava eufórica após a festa do irmão.

Alfonso: Pode. - Concordou – Agora dorme que você correu o tempo todo e já está tarde. Seu irmão já apagou.

Isabel: Tá. - Respondeu fechando os olhos para em seguida abri-los de novo – E salão de beleza?

Alfonso: Pode Bel.

Isabel: Promete?

Alfonso: Prometo.

Anahí: Cuidado com o que você promete para essa pequena porque ela não vai esquecer. - Alertou sorrindo encostada no batente da porta – Tem alguém dando trabalho para dormir?

Alfonso fez uma careta: Opa!

Anahí: Vai lá tomar seu banho que eu assumo aqui.

Alfonso: Certeza?

Anahí afirmou: Absoluta, pode ir.

Alfonso: Tudo bem então, boa noite princesa. - Desejou beijando a testa da filha – Te espero no quarto. - Avisou para Anahí roubando um selinho da esposa e saindo.

Anahí: E então? Vamos dormir?

Isabel: Não tô com sono. - Respondeu manhosa por mais que os olhos vermelhos dissessem outra coisa.

Anahí: Tudo bem, então a mamãe vai se deitar aqui do seu lado e te contar uma história até o sono vir. Combinado?

Isabel: Combinado!

Anahí fez com que Isabel chegasse mais para a beira da cama e se acomodou ao lado da filha iniciando mais uma história sobre fadas e castelos enquanto acariciava os cabelos da menina. Não foi preciso mais do que dez minutos para que ela ressonasse tranquila abraçada a sua boneca.

Alfonso: Conseguiu?

Anahí: Consegui. - Respondeu entrando em seu quarto e se acomodando ao lado do marido que a aconchegou em seus braços.

Alfonso: Está tudo bem?

Anahí: Uhum. - Afirmou – Só estou cansada.

Alfonso: Não sei por qual motivo, mas eu não consigo acreditar.

Anahí sorriu de leve: Porque você me conhece.

Alfonso: Quer conversar?

Anahí: Hoje não, - Dispensou - prefiro ficar com a lembrança do sorriso do Tutu durante os parabéns e da alegria da Bel planejando uma festa fantasiosa demais até mesmo para ela.

Alfonso: Ela me pediu chuva de purpurina, acredita?

Anahí riu: Pior que acredito, ela ama tudo que brilha!

Alfonso: Outro dia tinha glitter azul no meu rosto e eu só fui reparar depois de dar a primeira aula.

Anahí: Ai meu Deus!

Alfonso: Bem no meio da testa, um aluno que me avisou. - Resmungou a fazendo rir ainda mais.

Anahí: O que eu posso dizer? Você é pai de uma menina bem vaidosa agora.

Alfonso: Contanto que tenha vocês três comigo, posso conviver com toda a purpurina do mundo.

Anahí: Direi isso para a Bel. 

Alfonso: Any. - Chamou.

Anahí: Sim?

Alfonso: Quando quiser falar, eu estarei aqui.

Anahí o olhou e acariciou seu rosto com as costas da mão: Eu sei.

Alfonso: Te amo.

Anahí: Te amo.

Colorido em Preto e BrancoWhere stories live. Discover now