No dia seguinte Anahí amanheceu disposta como há muito não acontecia, parecia que havia tirado uma tonelada das costas após a conversa da noite anterior. Tomou um banho demorado e foi surpreendida pela mesa de café posta por Alfonso quando desceu até a cozinha onde comeram juntos. Após ligar para sua mãe e se certificar que estava tudo bem com as crianças ele lhe deu uma carona até o trabalho, passaria no final do expediente para buscá-la e juntos iriam para a escola dos filhos.
O horário do almoço fora mais utilizado para colocar Maite a par dos últimos acontecimentos do que para comer de fato, e Anahí podia jurar que poucas foram as vezes que vira a amiga tão feliz. Acabou se emocionando com aquela demonstração de afeto, estava mais sensível que o normal, e quando deram conta, choravam abraçadas no meio do restaurante sendo observadas por dezenas de olhares curiosos.
No final da tarde Alfonso foi pegá-la como o combinado e não demoraram muito para chegar no colégio, desceram do carro e se apoiaram no mesmo olhando o portão, logo ouviram o sinal tocando e uma pequena multidão de crianças apareceu do lado de fora.
Isabel que andava de mãos dadas com o irmão o abandonou assim que notou a presença dos pais: Papai! - Gritou correndo em sua direção, normalmente era a mãe que os buscava sozinha.
Alfonso sorriu e se abaixou quando sentiu o baque da menina em suas pernas a erguendo no colo: Como foi a aula?
Isabel: Foi legal, a tia pediu pra gente desenhar alguém que a gente gostasse muito!
Alfonso: É mesmo? - Ela assentiu – E quem você desenhou?
Isabel: O Fred! - Respondeu sapeca.
Alfonso rolou os olhos: O Fred, é claro. - Disse irônico fazendo Anahí rir.
Anahí: Hey, cadê meu beijo? - Cobrou e a menina se esticou lhe dando um beijo estalado na bochecha.
Alfonso: E seu irmão?
Isabel: Ele anda muito devagar. - Reclamou apontando Arthur que vinha caminhando calmamente puxando sua mochila de rodinhas.
Anahí: Oi meu amor! - Recepcionou se abaixando para ficar da altura do filho e o trazendo para um abraço.
Arthur sorriu a abraçando: Oi tia.
Anahí: Como foi a aula?
Arthur deu de ombros: Teve ditado, eu não gosto de ditado.
Anahí: Foi difícil? - Quis saber e o menino fez uma careta afirmando com um aceno de cabeça – Eu prometo que depois te ajudo, e você vai ver como é fácil, não precisa se preocupar.
Arthur: Não precisa não tia, o papai disse que ia me ensinar. - Dispensou olhando Alfonso que prestava atenção na conversa – Não é papai?
Alfonso encarou o menino, o olhar se alternando entre o dele e o da esposa, era visível o quanto aquilo a machucava, por mais que Anahí tentasse mascarar ele via a mesma dor de quando Arthur a chamara de tia após se referir a ele como pai pela primeira vez, ficou tão absorto em seus pensamentos que ela precisou responder por ele.
Anahí: É claro que o papai vai te ensinar, mas se precisar de ajuda, pode me chamar, ok?
Arthur: Ok! - Concordou e Anahí se pôs de pé novamente.
Anahí: Mas agora, temos uma surpresa para vocês! Que tal se a gente fosse no cinema?
Isabel arregalou os olhinhos: Todo mundo? - Alfonso assentiu – Você também, mamãe? - Quis saber apreensiva, a mãe não saia com eles há tempo, era sempre ela, o irmão e o pai.
![](https://img.wattpad.com/cover/236009947-288-k781172.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
Colorido em Preto e Branco
RomanceAnahí Portilla era uma mulher solitária, desde que havia descoberto a traição de seu noivo com a prima considerada como irmã as vésperas do casamento se contentou em viver na sua própria bolha onde só ia do trabalho para casa. Até que em uma noite a...