Capítulo 121

886 62 21
                                    

No dia seguinte Anahí amanheceu disposta como há muito não acontecia, parecia que havia tirado uma tonelada das costas após a conversa da noite anterior. Tomou um banho demorado e foi surpreendida pela mesa de café posta por Alfonso quando desceu até a cozinha onde comeram juntos. Após ligar para sua mãe e se certificar que estava tudo bem com as crianças ele lhe deu uma carona até o trabalho, passaria no final do expediente para buscá-la e juntos iriam para a escola dos filhos.


O horário do almoço fora mais utilizado para colocar Maite a par dos últimos acontecimentos do que para comer de fato, e Anahí podia jurar que poucas foram as vezes que vira a amiga tão feliz. Acabou se emocionando com aquela demonstração de afeto, estava mais sensível que o normal, e quando deram conta, choravam abraçadas no meio do restaurante sendo observadas por dezenas de olhares curiosos.


No final da tarde Alfonso foi pegá-la como o combinado e não demoraram muito para chegar no colégio, desceram do carro e se apoiaram no mesmo olhando o portão, logo ouviram o sinal tocando e uma pequena multidão de crianças apareceu do lado de fora.


Isabel que andava de mãos dadas com o irmão o abandonou assim que notou a presença dos pais: Papai! - Gritou correndo em sua direção, normalmente era a mãe que os buscava sozinha.

Alfonso sorriu e se abaixou quando sentiu o baque da menina em suas pernas a erguendo no colo: Como foi a aula?

Isabel: Foi legal, a tia pediu pra gente desenhar alguém que a gente gostasse muito!

Alfonso: É mesmo? - Ela assentiu – E quem você desenhou?

Isabel: O Fred! - Respondeu sapeca.

Alfonso rolou os olhos: O Fred, é claro. - Disse irônico fazendo Anahí rir.

Anahí: Hey, cadê meu beijo? - Cobrou e a menina se esticou lhe dando um beijo estalado na bochecha.

Alfonso: E seu irmão?

Isabel: Ele anda muito devagar. - Reclamou apontando Arthur que vinha caminhando calmamente puxando sua mochila de rodinhas.

Anahí: Oi meu amor! - Recepcionou se abaixando para ficar da altura do filho e o trazendo para um abraço.

Arthur sorriu a abraçando: Oi tia.

Anahí: Como foi a aula?

Arthur deu de ombros: Teve ditado, eu não gosto de ditado.

Anahí: Foi difícil? - Quis saber e o menino fez uma careta afirmando com um aceno de cabeça – Eu prometo que depois te ajudo, e você vai ver como é fácil, não precisa se preocupar.

Arthur: Não precisa não tia, o papai disse que ia me ensinar. - Dispensou olhando Alfonso que prestava atenção na conversa – Não é papai?


Alfonso encarou o menino, o olhar se alternando entre o dele e o da esposa, era visível o quanto aquilo a machucava, por mais que Anahí tentasse mascarar ele via a mesma dor de quando Arthur a chamara de tia após se referir a ele como pai pela primeira vez, ficou tão absorto em seus pensamentos que ela precisou responder por ele.


Anahí: É claro que o papai vai te ensinar, mas se precisar de ajuda, pode me chamar, ok?

Arthur: Ok! - Concordou e Anahí se pôs de pé novamente.

Anahí: Mas agora, temos uma surpresa para vocês! Que tal se a gente fosse no cinema?

Isabel arregalou os olhinhos: Todo mundo? - Alfonso assentiu – Você também, mamãe? - Quis saber apreensiva, a mãe não saia com eles há tempo, era sempre ela, o irmão e o pai.

Colorido em Preto e BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora