Camuflados

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P.O.V. Eric.

Tive que esperar pelo nascer do sol, mas Liv colocou a pulseira sob um pequeno feixe de luz enquanto segurava o grimório que parecia antigo aberto numa página e começou a murmurar o feitiço. Ela fez questão de murmurar tão, mas tão baixinho que nem deu para ouvir.

-Aqui. Está pronto. Mantive minha palavra.- Peguei a Pulseira na mão e coloquei no pulso.

 Então Pam interferiu.

-Não pode acreditar mesmo que essa pulseira vai te permitir andar no sol?

-Só tem um jeito de descobrir. Indo lá fora. Vamos deixar a porta aberta, se não funcionar o que eu duvido... ele corre de volta pra dentro.- Falou Liv sendo sarcástica com Pam.

-Se ele morrer, eu te mato.- Pam a ameaçou.

-E quando ele não morrer, vai me dever um pedido de desculpas.- Olívia retrucou.

Então, Liv abriu a porta do bar deixando-a aberta. E como eu não tenho paciência para drama, eu simplesmente sai. Da última vez que tentei fazer isso não durou muito, mas valeu a pena. De repente, eu coloquei a minha mão para fora no sol e não senti nada. Sai lentamente, pedaço por pedaço até estar completamente exposto á luz solar. Fiquei lá e só senti calor, o calor do sol da mesma forma que um ser humano normal sentiria. Não sei por quanto tempo eu fiquei lá.

-Puta que pariu! Ele está lá a mais de dez minutos e não está queimando.

-Como eu disse... funcionou. E fiz uma para você, Tara.

A bruxa disse com o anel de topázio na mão.

-Fez um pra mim?

-Sim. Que tal eu te dar isso e nós sairmos num dia de garotas? Podemos ir onde quiser. Spa, cabeleireiro, compras? Outra coisa.

-Com certeza.

P.O.V. Liv.

Ela pegou o anel sem hesitar, sem perguntar e parecia animada. Quase sinto pena dela, ênfase no quase. Entramos no meu carro.

-Aproveite o sol, Eric. Fez por merecer.

E ela também.  Então acelerei, a vampira estava tão animada.

-Está animada?

-É claro!

-Eu também.- Disse com um sorriso, dirigi e quando ela começou a desconfiar que eu estava armando para ela tive que quebrar-lhe o pescoço.

Eu a trouxe para uma casa camuflada. Com um feitiço de ocultação tão poderoso que nem satélites do governo conseguem ver que ela existe. Uma casa de fazenda, no meio do nada esquina com lugar nenhum. E só para garantir, a amarrei com um monte de prata á uma cadeira e cortei uma mecha do cabelo dela usando-a para fazer um feitiço de ocultação na vampira. Nenhuma magia será capaz de rastreá-la.

P.O.V. Tara.

Quando acordei eu estava amarrada á uma cadeira de madeira, com correntes de prata e a bruxinha estava fazendo alguma macumba com o meu cabelo. Vi velas acesas por todos os lados e um ramo de planta que soltava muita fumaça.

-Me solta, vadia ou eu te mato!- Ameacei-a.

-Por favor, Tara. Você já me matou. Aposto que nem se lembra dos nomes deles, dos rostos deles. É estranho, porque você é uma menina abandonada, negligenciada e maltratada como eu. Uma filha adotiva.- Disse a bruxa.

Ela tinha uma lâmina na mão e estava chorando, chorando de ódio. Olhando mais atentamente em volta eu descobri o porque do ódio dela. Á algumas semanas atrás, até alguns dias atrás na verdade eu estava num lugar ruim. E matei muita gente e reconheci os rostos deles em um dos porta retratos. A bruxa da lojinha exotérica e o filho policial.

Bad ThingsWhere stories live. Discover now