Capítulo 16: A Caverna de Cristal (Parte II)

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O barulho do mar que entrava pela fenda da caverna era assustador e tornava o clima ainda mais pesado, o ar era denso, salgado e o clima era frio como uma geleira. Sirius e Remus imediatamente acionaram as luzes de suas varinhas e elas caminharam lentamente à frente, guiando o caminho. Os quatro deixaram o elfo aterrorizado na entrada olhando para o mar revolto, Monstro tremia violentamente, provavelmente pelas lembranças do que o Lorde das trevas o obrigou a fazer.

Protetoramente, Sirius se colocou ao lado dela, segurando seus dedos fortemente entre os seus, a obrigando a ficar ao alcance dele, e se mostrando disposto a assassinar qualquer um que se aproximasse dela. E como sempre se sentia quando estava ao lado dele, Hermione sentiu seu coração se aquecer e seu carinho por Sirius nunca foi tão grande, um homem leal e protetor como o inferno, fazendo jus ao animagus que era.

- Não há nada aqui. - disse Remus esticando a mão para a enorme pedra que tapava o fim do que seria a caverna aos olhos dos trouxas.

- O primeiro passo para entrar na caverna é o sangue. - Hermione se agachou e pegou uma pedra, finalmente se soltando de Sirius, a castanha cortou a palma da mão sem conter um ofegar de dor. O sangue começou a fluir pelo corte e a deslizar por sua palma, se acumulando em uma pequena poça, então ela colocou a mão espalmada na parede a marcando com seu sangue.

Hermione riu. Era crucial para adentrar a caverna que o sangue oferecido fosse o de um verdadeiro bruxo e considerando que Hermione acabou de abrir a caverna, Tom Riddle perdeu totalmente seu argumento em sua própria armadilha. Preconceituoso de merda.

As paredes começaram a tremer e Sirius a puxou novamente para ele, fazendo Hermione revirar os olhos apesar de sentir estranhamente segura e feliz com o ato. A passagem se abriu e os quatro se pegaram observando o cenário à sua frente, as luzes das varinhas de Remus e Sirius não sendo mais necessárias porque a caverna brilhava com as águas do inferi, no meio daquele lago sombrio havia uma ilha. A ilha onde estava depositado o medalhão.

- O medalhão está lá. - Hermione disse curando sua mão e adentrando a caverna após se revirar nos braços de Sirius para se libertar, ela observou que na margem do lago havia um barco de madeira velha e gasta, composto também por uma criatura encapuzada.

- Mas que porra é essa? - perguntou Remus surpreso.

- Um intermediário. - respondeu Regulus caminhando junto deles.

Hermione retirou um galeão de dentro do bolso de seu jeans e entregou para a criatura encapuzada, a mão cadavérica sendo estendida para ela, enviando arrepios de ansiedade para sua espinha.

- Isso é seguro? - perguntou Sirius desconfiado - É a porra de um lago de inferi, Hermione.

- Eles só vão nos atacar quando chegarmos lá encima.

- E como vamos sair mesmo? - perguntou Sirius analisando o barco.

- Regulus terá de estar acordado para convocar Monstro e nos desaparatar daqui. - ela encarou Remus e Sirius - Por isso, o mais importante é manter Regulus vivo, ok? - tanto Remus quanto Sirius a encararam como se tivesse nascido uma nova cabeça ao lado de seu ombro.

- Você perdeu completamente o juízo, passarinho? - ele a agarrou pelos antebraços e Hermione sentiu dor física quando olhou em seus olhos cinzentos. Ela viu desespero.

- Vai ficar tudo bem, Sirius. Eu prometo. - ela sorriu, mas sabia que não havia chegado aos olhos.

- Não pode me prometer isso. É inteligente o suficiente para saber. - a voz do Black tremeu um tom e Hermione se aproximou, soltando-se de seu aperto e segurando seu rosto entre suas próprias mãos, vagarosamente ela aproximou seus lábios do dele. Foi apenas um toque, apenas um segundo, foi apenas um beijo de despedida caso algo desse errado.

Uma missão de Hermione GrangerWhere stories live. Discover now