Capítulo 23: A eleita

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Hermione se sentiu encolher sob o olhar dos três homens diante dela, sentindo subitamente a vontade de se beliscar para reconhecer se aquilo era um pesadelo, porque parecia muito com um. Como que para lembrá-la de que era tudo real, sua cicatriz infernal localizada no antebraço direito e a ferida feita por Greyback em seu outro antebraço resolveram que aquele era um ótimo momento para doer. 

Ainda estarrecida, a castanha baixou os olhos para os próprios sapatos, fitando os cacos da profecia abaixo de seus pequenos saltos, ela estremeceu, as palavras ditas pela voz fantasmagórica de Trelawney girando e girando em sua mente. Passos decididos em direção a ela fizeram Hermione erguer seus olhos, era Sirius, ele caminhava obstinado em direção a ela, o olhar zangado em seu rosto a fez estremecer, por um momento ela se questionou se ele seria capaz de enfeitiça-la. O fogo de seu olhar dizia que sim.

- Você tem algo a dizer em sua defesa, Hermione Granger? – ele perguntou claramente irritado, parando diante dela, seus olhos cinzentos queimando os castanhos dela.

- Eu... Eu... – ela gaguejou, mal assimilando tudo o que aconteceu em menos de uma hora.

- Eu imaginei que não. – respondeu o Black.

Hermione ofegou quando Sirius a pegou pelos ombros e a puxou em direção a ele, seus lábios devorando os dela com fome e necessidade, uma de suas mãos rodeando a fina cintura de Hermione enquanto a outra se encaixava perfeitamente em seu emaranhado de cabelos da nuca, ele a levantou, fazendo que os pés dela deixassem o chão. Automaticamente, as mãos de Hermione foram para seus ombros largos, em busca de apoio, em busca de proximidade, uma vez que isso aproximou seu corpo ainda mais do dele. Ambos soltaram um suspiro de contentamento, ela sentiu tanto a falta dele, do toque, do cheiro.

Depois de um tempo, um curto período, ela deve dizer, ele se afastou, lentamente, os olhos de ambos se abrindo vagarosamente, extasiados, excitados, sem acreditar que aquilo estava realmente acontecendo, que eles estavam nos braços um do outro mais uma vez. Sirius acariciou a bochecha de Hermione com seu polegar, a devolvendo ao chão mais uma vez, seus olhos nunca abandonando os dela, suas mãos não a deixando, seu semblante muito mais relaxado do que a meio minuto atrás. Ele sorriu. Ela tentou, mas provavelmente saiu como uma careta.

Hermione Granger nunca se sentiu incapaz de pensar com clareza na vida, sempre esteve plena de suas faculdades mentais, mas naquele momento, ela poderia muito bem concluir que seu cérebro havia sido derretido ao estado de uma gelatina. Estava liquefeito.

- Passarinho, você voltou para mim. – ele murmurou a abraçando, enfiando o nariz na curva do pescoço dela, inspirando profundamente – Eu sabia que era você, ninguém mais cheira tão bem... – seus braços se apertaram mais ao redor dela, como se ele temesse que ela evaporasse como fumaça, como se ela fosse fugir dele. Ela pretendia, antes de ser pega, mas agora, agora ela se sentia incapaz de deixa-lo novamente.

Moody pigarreou e Hermione foi trazida de volta a realidade, ele ainda estava apontando sua varinha para ela. Seu rosto tenso e obstinado, nem um pouco parecido com o de Sirius.

- Você vai começar a falar agora ou eu terei de leva-la para um interrogatório? – disse ele.

- Você não vai leva-la para lugar algum, Moody. E eu recomendo que abaixe essa varinha. – disse Sirius a protegendo em seus braços, como uma mãe fazia com seu filhote, erguendo sua própria varinha em direção ao chefe dos aurores.

- Não se meta Black, você é só um auror. Ou eu devo lembra-lo que ainda sou seu chefe? – Olho-tonto deu um passo à frente, seu aperto na varinha sequer vacilando – Eu pouco me importo com seu envolvimento com a senhorita Granger ou seja lá qual for o nome dela. O que me interessa é o que nós três presenciamos quando ela colocou a mão naquela maldita profecia. - ele gesticulou com a mão para os cacos sobre os pés de Hermione - Quem é você, senhorita Granger?

Uma missão de Hermione GrangerМесто, где живут истории. Откройте их для себя