Ciúmes

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Marta tentou desconversar, mas ela era péssima com mentiras, algo que ficou claro quando ela tentou disfarçar sua irritação.

— Você não me respondeu, Melissa. — Disse ela brava apertando o volante.

— Nem você. — Conclui. — Por que a presença da Michele te incomoda tanto? Você mal falou com a menina, achei sua atitude grosseira e mal educada.

— Nós namoramos enquanto eu ainda era casada. — Ela começou a dizer e encarou pelo retrovisor o carro do Flávio que vinha logo atrás. — Ela foi infantil em ameaçar contar para o pai do Flávio toda a verdade caso eu não deixasse ele e ficasse com ela, ela fez um inferno na minha vida. Agora me responda...

— Você acha o que? Que é tipo aqueles pornôs americanos? O pneu furou, e aí ela apareceu para me ajudar, nos beijamos, e fizemos horas de sexo selvagem no meio do mato?

— O que conversavam? — Insistiu.

— Você deixou claro que nunca teremos nada, e agora quer me cobrar satisfações? Eu não estou entendendo, Marta.

Ela ficou em silêncio o resto do caminho, e quando estacionamos, vi a loira sabugo vir em nossa direção. Desci do carro e peguei minha bolsa no carro do Flávio, enquanto ele ia em direção a casa com as compras, Marta e a sabugo discutiam em um tom baixo.

Ingrid estava me esperando, e a Marta a segurava pelo braço discretamente, talvez eu fui burra em entrar no carro daquela megera, mas eu precisava falar com a Marta e não queria esperar.

— Fique bem longe do que é meu. — Ela disse olhando nos meus olhos enquanto Marta tentava inutilmente fazê-la parar.

— Espero que esteja se referindo ao veículo. — Respondi. — Agora se a sua ameaça for sobre outra coisa, pode ficar tranquila, ela é todinha sua. Ah... Aconselho a não entrar no meu caminho novamente, diríamos que costumo passar por cima dos obstáculos que me aparecem, e não quero gastar o meu réu primário com quem não vale a pena.

— O que está acontecendo aqui? — Perguntou Flávio se aproximando.

— Nada amor. — Disse beijando-o. — Estamos decidindo se faremos guisado de galinha para o jantar. Gosta? — Perguntei enquanto puxava ele para a casa, deixando elas a sós.

O clima ruim logo se instalou naquele lugar, eu fiz um lanche rápido, e resolvi passar o restante do dia no quarto vendo séries. Flávio até tentou me acompanhar, mas dormiu pouco tempo depois.

Depois do café da manhã, eu resolvi tomar um pouco de sol nas espreguiçadeiras. Estava olhando as crianças brincarem quando vi Michele aparecer em sua bike. Ela sorriu ao me ver e me aproximei dela.

— Que bom que veio.

— Promessa é dívida. — Respondeu ela me abraçando me cumprimentando com um beijo no rosto. — Vou cumprimentar o povo dessa casa que não vejo há anos, volto já.

— Está bem...

Vi Michele cumprimentar algumas pessoas, abraçando outras. Quando Marta apareceu, elas trocaram olhares e cumprimentaram-se rapidamente. Michele se aproximou sentando próxima a mim, ela olhou em direção a casa e sorriu.

— Por que você e a Marta parecem não se falarem? — Perguntei querendo saber a versão dela dos fatos.

— É muito pessoal... se fosse apenas sobre mim eu juro que te contava. 

— Bem, é que ela me falou algumas coisas... — Confessei vendo Flávio se aproximar trazendo um cooler com algumas cervejas.

— Trouxe cerveja pra vocês. — Disse ele se abaixando e me beijando.

Por acaso Where stories live. Discover now