Acerto de contas

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Voltar para casa, não foi tão fácil como eu gostaria. Ao chegar, eu me joguei no sofá e chorei, não por ela, mas por me odiar por não conseguir esquece-la.

Quando o dia amanheceu, meu corpo todo doía por ter dormido no sofá, meu estômago estava enjoado e eu corri para o banheiro para vomitar. Tomei um banho quente, e em seguida um suco de laranja com remédios para ressaca. Eu dormi o dia todo quase, e acordei às 18h morrendo de fome, e quase completamente recuperada, eu nunca mais bebo tanto assim.

A Vanessa me falou um pouco sobre a noite que esteve ao lado da maluca da Gabi, e me perguntou sobre a Marta, mas por sorte ela não tentou falar comigo novamente depois da festa da Raquel.

Eu tive uma manhã longa de trabalho, estava concentrada ouvindo músicas nos meus fones de ouvido enquanto eu desligava o computador para ir almoçar com a Vanessa. Eu sentia o meu corpo lento, cansado, acho que eu já podia parar de trabalhar além do meu horário.

— Melissa, você tranca a porta da sala? — Questionou um dos meninos saindo com pressa. Não que o local fosse inseguro, mas como tínhamos muita documentação sigilosa e importante dos clientes, Raquel sempre pedia para que a gente mantivesse a sala trancada. 

— Sim, pode ir.

Peguei a minha bolsa, e ia saindo, quando me deparei com a Marta na minha frente, ela me olhava com... raiva?

— Quero falar com você. — Disse ela, e eu ignorei como se não tivesse ninguém ali. Tranquei a porta e saí. — Melissa! — Ela me puxou pelo braço e eu a observei, sim, ela estava furiosa.

— Eu não tenho nada para falar com você. Por que ainda não foi embora do país? Faça de conta que não me conhece, por favor.

— Você foi para o motel com a sobrinha da Raquel e a Vanessa?

Ela nos seguiu? Essa era a única justificativa. Quando saímos da festa, as meninas ficaram em um motel próximo a minha casa, e por ser caminho, o táxi entrou deixando elas ali, antes de seguirmos até a minha residência.

— E se eu tiver ido? Eu não te devo satisfações. Achei que tinha deixado claro que não queria mais me ver e nem estar comigo, Marta! Vai para o inferno.

Eu peguei um táxi e saí dali rapidamente indo em direção a minha casa, e quando cheguei, liguei para a Vanessa me desculpando por não almoçar com ela, explicando a situação. Eu fechei os olhos nervosa e tentei me acalmar, me concentrando na minha respiração. Eu queria apenas não sentir por ela o que eu sinto.

Terminei de almoçar e tomei um banho me deitando por alguns minutos, antes de voltar para o trabalho. Vi meu celular tocar e me estiquei para pegar, era Vanessa.

— Oi, Van.

— Você vai ficar em choque com o que vou te contar.

— Nem sei se estou preparada, mas tá, fale! — Pedi me sentando e encarando a janela, vendo que as primeiras gotas de chuva começavam a cair lentamente.

— A Marta ligou para a Gabi, para saber se você estava no motel com a gente. — Eu arqueei a sobrancelha sem conseguir acreditar em tamanha audácia.

— E o que a Gabi disse?

— Ela disse que sim, que todas fomos para o motel juntas e transamos até o amanhecer. — Eu sorri e maneei a cabeça negando.

— Que bom, assim ela vai me deixar em paz.

— Mel, a Gabi está desconfiada.

— Desconfiada? Do que?

Por acaso Where stories live. Discover now