Recomeços

3K 302 315
                                    

Eu dirigi rapidamente até o apartamento da Marta. Acho que reduzi pela metade o tempo de percurso, tomada pela ansiedade que me movia, e o ódio cravado em mim.

— Você não tinha esse direito. — Disse assim que abri a porta do seu apartamento. Ela fumava um cigarro e me olhou assustada. — Eu confiei em você.

— Eu não tive muita escolha, eu não podia deixar que ele fosse preso agora, eu posso explicar Mel. — Tentou se justificar, piorando um pouco mais a raiva que eu sentia dela.

— Você é cúmplice daquele monstro. — Eu gritei indo para cima dela e acertando um tapa no seu rosto. Ela me olhou irritada e tentou me parar segurando meus braços, fazendo nossos rostos ficarem bem próximos um do outro. — Maldita hora que eu me apaixonei por você. Eu odeio você! Idiota!

Marta tomou os meus lábios em fúria segurando meus cabelos com força, eu tentei empurra-la, mas ela me pressionou contra a parede fria, sem parar um só segundo de me beijar, senti o gosto do meu próprio sangue ao ter meu lábio cortado.

— Idiota. — Disse com a voz rouca. — Me solta imbecil.

— Calma, Mel. — Sussurrou próximo a minha orelha.  — Eu posso explicar.

Ela me beijou ansiosa, pressionou o seu corpo no meu enquanto tocava em mim. Marta puxou minha blusa e mordeu meu mamilo, eu segurei seus cabelos e deixei um gemido escapar. Ela voltou a devorar os meus lábios enquanto tirava nossas roupas com pressa. Seus dedos entraram em mim com força e eu deixei um gemido escapar perdendo o fôlego por um momento. Ela chupava meu mamilo enquanto me fodia, e a brutalidade de suas ações, mexiam ainda mais com o meu psicológico.

— Eu te odeio. — Disse.

Ela me jogou no sofá e veio para cima de mim, seus beijos eram ríspidos, seus dedos me tocavam sem qualquer delicadeza, e eu já não conseguia mais reagir. Beijei-a com entusiasmo, e ódio, eu odiava amá-la nesse momento, odiava me sentir entregue, quando o que eu mais queria era ser forte, mas eu não era forte, eu não conseguia ser, não para ela.

Marta me chupava com gana, eu me sentia sensível e quente, segurei os seus cabelos me esfregando em sua boca. Ela voltou a me beijar com vontade, meus lábios estavam inchados, ela segurou os meus cabelos com força enquanto chupava o meu pescoço, me penetrando mais uma vez.

— Eu odeio você. — Disse em meio aos gemidos.

— Não é o que parece. — Marta respondeu de forma provocativa, e eu a empurrei ficando por cima e deixando um tapa forte em seu rosto.

Eu mordi seu mamilo e me esfregava contra o seu corpo com pressa e tesão, suas mãos me puxavam contra ela aumentando a fricção dos nossos corpos. Eu estava suada, quente, assim como ela. Nós gozamos mais uma vez juntas, e eu conseguia me sentir ainda pior. Um choro de arrependimento se iniciou sem que eu pudesse esconder, eu estava sufocada, engasgada com tudo aquilo, e tinha vontade de vomitar.

Me levantei pegando minhas roupas do chão, e as vestindo com pressa, ela se aproximou e tocou o meu braço.

— Mel, vamos conversar. — Pediu um pouco mais calma. — Eu posso explicar, eu tenho os meus motivos, me escuta!

— Fica longe de mim. Eu não quero te ver nunca mais. — Eu gritei e peguei o resto das minhas coisas saindo rapidamente.

Distante o suficiente do seu apartamento, eu chorei muito. Eu me sentia idiota por imaginar que ela poderia ser diferente, e por ter me deixado levar pelo que eu sentia por ela.

Eu não desisti nenhum momento da denúncia, e alguns dias depois, o advogado da Marta me procurou para tentar um acordo, tentando justificar que Flávio estava doente sem entrar em maiores detalhes, como se alguma coisa mudasse o que ele me fez, mas eu obviamente, não aceitei.

Por acaso Where stories live. Discover now