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Catarina Ramos era uma mulher que vivia momentos, apreciava-os tanto que buscava eternizá-lo nas fotos que tirava. Engajada em projetos sociais, utilizando seu trabalho para ajudar outras mulheres, sempre teve muito certeza do que...
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O jardim era pequeno, cheios de canteiros com mais variedades de flores e cores que havia imaginado e apesar de se localizar nos fundos da casa, o sol iluminava com maestria. E como era grande apreciadora da luz natural, Catarina agradeceu aos céus por ter que trabalhar com um casal que apreciava coisas simples e natural. Amarílis, amores-perfeitos, azaleias, bocas-de-leão, Begônias e outras que ela não conseguia reconhecer no momento, era tudo muito bonito.
Ajeitando alguns livros no banco claro no centro do jardim, não pode evitar de olhar para Leandro, mais a frente, montando o tripé e outros equipamentos que usariam. E ele trabalhava bem. Era concentrado, com movimentos certeiros e ágeis, e não fazia nada com má vontade e diante disso, não pode conter o sorriso.
— Como estou? — uma voz simpática chamou a atenção de ambos, que olharam para Tatiana, uma mulher baixa, corpulenta e com um sorriso no rosto. Deu uma viradinha, exibindo o vestido longo, de um tom bem claro de azul, quase celestial.
— Está maravilhosa, meu amor. Como sempre. — Caetano se aproximou da noiva, beijou carinhosamente sua face e mesmo ele não sendo tão alto quando Leandro, ao lado de Tatiana, ele parecia ter o tamanho ideal, como se fosse feito para ela. Um casal que se combinavam com harmonia.
— Você é suspeito para falar — ela resmungou.
— Eu não sou — Catarina andou até ela — e você está deslumbrante, Tatiana. As fotos irão ficar incríveis, coloridas, alegres. Estão prontos para começar? — olhou para o casal e indicou o banco no centro do jardim. — Então, vamos comer lá, sentados, juntos e relaxados. Vocês dois estão curtindo um tempo juntos, apreciando a companhia do outro e recordando no dia que se conheceram, conseguem fazer isso?
O casal se entreolharam, sorriram um para o outro e Catarina não precisou de mais nenhuma confirmação. Se posicionando com a câmera, olhando através das lentes profissionais, sorriu assim que os viu sentarem, bem próximos, ainda com o olhar presos um no outro e esperou pelo momento certo. Para cada foto sempre havia um momento certo, em algum momento a luza bateria em um ponto específico, iluminando e colorindo tudo; enchendo de vida, envolvendo o casal e de certo modo, enaltecendo o amor que sentiam um pelo outro. Respirou fundo, o dedo indicador pairando no botão, eles relaxaram, sorriram e a luz do sol fez sua mágica. O dedo afundou no botão e o momento foi eternizado.
— Perfeito — sorriu para si mesma, abaixou a câmera e virou-se para Leandro, que observava tudo com muita atenção. — Me faz o favor, Leandro, pegue um ramo daquelas flores que colhemos mais cedo e dê para Tatiana segurar. Isso. — olhou para a mulher. — Agora, Tatiana, quero que fique quase deitada, meio apoiada em Caetano, isso mesmo. Caetano, passe o braço por cima dos encostos, isso! Tati, coloque as flores na frente do rosto, como se estivesse cheirando, feche os olhos, desse jeito mesmo. Caetano, agora olhe para ela e se mantem assim — pediu, ergueu novamente a câmera, esperou e apertou.
Eles continuaram assim pelas próximas horas, com Catarina pedindo vez ou outra a ajuda de Leandro, que estava mais do que impressionado ao vê-la trabalhar. O modo de como dava as instruções, sempre sorrindo, sempre educada, sempre gentil. Observou fascinado o jeito quer fez o casal relaxar, se soltar diante da câmera, se comportarem como se estivessem sozinhos, permitindo que as fotos saíssem intimas, leves, fluidas e verdadeiras. Era realmente impressionante e fazia muito tempo que se sentia impressionado com alguma coisa.