Capítulo 1

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Vocês curtem ouvir música na leitura? Catarina é uma personagem muito musical, ela adora, vive cantando e irei citar muitas delas ao longo da história e pensei em deixar algumas para ouvirem/conhecerem.  Gostaria que eu continuasse com isso? Apoiam a ideia? Me deixe saber!

  Gostaria que eu continuasse com isso? Apoiam a ideia? Me deixe saber!

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Cinco anos depois

Catarina seguia sua própria filosofia de vida, uma que não permitia que ela ficasse remoendo sobre algo que não poderia mudar. Para quê mergulhar em um sentimento, em uma sensação tão para baixo? Uma coisa era se permitir sentir tristeza, abandono, decepção (como estava se sentindo desde que acordara) e outra bem diferente era se permitir mergulhar nesses sentimentos, deixar que ele domine sua vida.

Ao contrário da maioria das pessoas, não gostava da ideia de romantizar a tristeza. Por isso, sempre quando se sentia assim, procurava ocupar a cabeça com outas coisas. Coisas que a fazia sentir ocupada, eficiente e necessária. Uma delas era escolher uma das suas inúmeras listas de reprodução salvas no seu celular, e começar a faxinar seu pequeno apartamento.

Não era e não seria a primeira mulher que tinha um ex-namorado para superar e como todas, seu primeiro passo em direção a superação foi mudar o visual. Cortou o cabelo ainda mais curto do que aquele que usava e se antes os fios castanhos claros chegavam à linha dos ombros, agora ele mal passava a altura das orelhas. Apesar das mechas diante do rosto estarem mais compridas, seguindo a linha angulosa do seu maxilar, atrás, os fios estavam curtos como a maioria dos penteados masculinos e ela nunca se sentiu tão bem.

Não sabia o quão libertador poderia ser cortar os cabelos daquela maneira, até de fato fazê-lo. Não tinha que se preocupar toda a hora com a aparência dele, se estava um ninho de passarinho e essas coisas. Céus! Não tinha melhor coisa do que sentir a brisa fresca roçar-lhe a nuca. Naquele momento, dentro do pequeno apartamento, sentiu-se bem.

Nunca precisou de muito para viver e acreditava que para ser feliz só precisava estar bem consigo mesma. E afazeres domésticos, gostando deles ou não, distraia sua mente e permitia que entrasse em um mundo que só existia dentro da sua cabeça. Permitia que ela se perdesse dentro de si mesma. Onde não tinha espaços para ex-namorados traidores. Onde poderia sonhar com personagens literários, se imaginar nos braços de Roarke (uma das maiores e melhores versão masculina criada por Nora Roberts), e saber que com ele, não teria um par de chifres para lustrar na cabeça. Até porque ele não era real.

Essa era a magia dos homens fictícios, eles nunca decepcionavam por não serem reais.

Colombina, hei — jogou os braços para cima, os pés descalços deslizavam em uma dança desengonçada. A vassoura batendo contra o chão em um baque surdo e solitário. De olhos fechados, Catarina não se importou com nada, só permitiu que a música a penetrasse, que a voz de Ed Motta mexesse com suas emoções., como toda a música boa fazia. — Seja minha menina, só minha. —- Mexeu os quadris lentamente de um lado para o outro. — Bailarina, hei. Mandarina da China, rainha. — girou na pequena sala, maravilhando-se com a sensação do piso gelado sob os dedos — Quero ser seu rei. Um rei momo, sem dono, sem trono. Abram alas pro amor!

Sol Maior [ DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora