Eloise acompanhou o marido pelo corredor do aeroporto e quando chegou perto da fila de embarque as lágrimas que ela tanto segurou escorreram pelo seu rosto.
- Ei, o que há de errado? - perguntou ele preocupado, parando na frente dela.
Ela respirou fundo tentando conter as lágrimas e encostou a cabeça em seu peito ouvindo assim as batidas do coração dele enquanto chorava incansavelmente.
Kalel soltou a mão dela e passou os braços ao redor de sua cintura a puxando para mais perto de si.
Eloise permaneceu em silêncio por alguns instantes enquanto ele afagava os cachos dos cabelos dela e então se afastou apenas o suficiente para o olhar nos olhos.
- Que Deus guie seu caminho e o traga para casa - disse ela com a voz embargada por conta do choro. - Estaremos bem aqui o esperando pacientemente - fixou os olhos na própria barriga.
Ele se ajoelhou com apenas uma perna e depositou um beijo em sua barriga.
- Cuida da nossa filha por mim, está bem? - pediu ele quando levantou.
Ela assentiu com um balançar de cabeça.
- Eu amo muito você - ele segurou o rosto da esposa com ambas as mãos e limpou com o polegar as lágrimas teimosas que escorreram pelas bochechas dela.
- Eu também o amo muito - ela deu um beijo demorado na bochecha dele. - Prometo orar por você todo os dias.
- Farei o mesmo por vocês - ele a envolveu em seus braços, aproximou os lábios da testa dela e depositou um beijo demorado nela.
- Senhores passageiros, por favor, compareçam ao local de embarque.
Kalel encostou a testa na dela e fechou os olhos por alguns instantes.
- Por favor, prometa que enviará uma carta assim que chegar lá.
- Eu prometo - Kalel sorriu levemente abrindo os olhos e quando se soltou de seus braços virou as costas arrastando a sua mala.
- Senhores passageiros, por favor, compareçam ao local de embarque.
Eloise fechou os olhos e colocou ambas as mãos sobre a barriga sentindo a bebê mexer.
- Eu sei, eu sei - ela acariciou a própria barriga com o polegar. - Mamãe também vai sentir muitas saudades do papai, mas logo logo ele volta.
Ela ouviu os passos apressados do marido e quando abriu os olhos ele estava com o rosto próximo ao dela.
- Mas o que...
Antes que ela pudesse terminar de falar Kalel selou os seus lábios aos dela. Ela fechou os olhos e passou os braços ao redor do pescoço dele afagando seus cabelos castanhos.
- Achou mesmo que eu partiria sem me despedir? - questionou ele com um sorriso ladino.
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Porto Seguro | R O M A N C E C R I S T Ã O |
SpiritualLivro único Quando Deus é o nosso porto seguro não há dor que sufoque nossa fé. Depois de ter passado cinco anos na guerra Kalel retorna para casa com feridas interiores e cicatrizes que o atormentam. ©2021