Capítulo 25

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   Finalmente Eloise recebeu alta do hospital e no caminho para casa o marido entregou para ela duas cartas que segundo ele iria atualizá-la sobre o tempo em que ela estava em coma.

- Por que você mesmo não me conta? - questionou ela com os braços cruzados.

   Kalel parou o carro no sinal e a olhou nos olhos.

- Shh, apenas leia - ele aproximou o rosto do dela e beijou a bochecha da esposa. - Por favor.

   Ela pegou o primeiro papel de dentro do envelope e sorriu quando viu a caligrafia da filha.

Querida mamãe,
Eu pedi ajuda ao papai para escrever essa carta e espero que a senhora possa lê quando acordar.
Mamãe, sinto a sua falta.
Inclusive tenho dormido todos os dias abraçada ao seu travesseiro na esperança de que quando eu acordar a senhora esteja aqui comigo.
Sirius também sente a sua falta, pois ele continua na frente do portão na esperança que a senhora venha aparecer.
Gostaria muito que a vida fosse como nos contos de fadas.
Se fosse assim a senhora seria a princesa e papai sendo o príncipe a despertaria com um beijo de amor verdadeiro.

Com amor, Aslin.

   As lágrimas escorreram pelo rosto dela e ela pegou a outra folha que estava com a caligrafia do marido.

Querida Eloise,
Durante esse tempo que você está em coma muita coisa aconteceu.
Sabe, o Lorenzo? Depois de ser interrogado o mesmo foi preso por porte ilegal de arma, sequestro e tentativa de homicídio. Ele também acabou sendo diagnóstico com transtorno bipolar e está cumprindo a sua pena em uma clínica psiquiátrica.
Caitlin te visita todos os dias com o pequeno Noah que agora tem dois meses. Eu sempre vejo seu irmão chorar escondido no corredor do hospital.
Ah e sobre nossa filha você já sabe, afinal ela te contou na carta dela.
Enfim, só Deus sabe o quanto espero ansiosamente que você finalmente acorde. Minha bela adormecida, volte para nós, por favor.

Com amor, Kalel.

   Eloise guardou as folhas dentro do envelope e quando viu o carro parado na frente do portão da casa ela tirou o cinto de segurança e pulou nos braços de Kalel o abraçando.

   Então se afastou o suficiente para o olhar nos olhos.

- Kalel, eu...

- Shh, eu também amo você - ele colocou o dedo indicador nos lábios dela a silenciando. - Agora fica aqui, por favor que eu já volto.

   Ele tirou o cinto de segurança e desceu do carro.

    Ela abriu a porta do veículo e se sentou de frente para o portão. Então fechou os olhos por alguns instantes e só os abriu quando ouviu a voz da filha.

- Mamãe!

   Sirius pulou em seu colo e Aslin passou os bracinhos ao redor do pescoço da mãe que a abraçou deixando o cachorrinho no meio delas enquanto Kalel observava com um sorriso nos lábios.

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