Existem histórias do passado que poucos sabem e os que sabem, tem acesso a meias verdades. É o que Jeanine Lestrange aprende sobre a vida, que não se pode confiar em ninguém, que as coisas são inconstantes, que ela nunc apertenceu ao lugar que achav...
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
1981- Mansão Malfoy
O Trauma
Severus e a pequena Jean estavam sentados na grande sala de visitas da Mansão Malfoy, para uma visita a Narcisa e Draco, que sentiam muita falta da menina. O homem não estava nem um pouco impressionado com a decoração da mansão, visto que ia ali com muita frequência para reuniões com Lucius, o patriarca da família. E era esperado que Jean também não estivesse, já que passava a maior parte do tempo com a tia e o primo antes de ir morar com o padrinho. Mas a menina de olhos claros e curiosos olhava tudo com admiração.
Severus já havia percebido que Jeanine nutria certo fascínio por coisas brilhantes, não por diamantes ou joias, não era o brilho das coisas que demonstravam riqueza. Se tratava do brilho que parecia ser mágico, o das estrelas, ou o reflexo que o lustre da sala de visitas trazia para as paredes brancas. A menina, que permanecia no colo do padrinho, mexia as mãos pequenas em direção ao teto, tentando alcançar o brilho, enquanto deixava um riso escapar.
Fazia menos de dois meses que a criança entrara na vida do pocionista, mas muitas coisas haviam mudado. Os finais de semana, quando Lucius ia para a rua da Fiação beber whisky de fogo com Severus foram trocados por visitas de Draco ou idas ao Beco Diagonal, comprar algo que a menina precisasse. A casa, antes muito bem organizada e limpa, agora tinha brinquedos espalhados pelos cantos e paninhos e cobertores pelas poltronas e sofás, além do quarto, que havia sido adaptado para a menina. A cama de casal ficava ao lado do berço e uma cômoda fora posta junto do guarda roupas do homem, para acomodar as roupas da menina. Esse era outro assunto interessante, em dois meses, Severus havia aprendido quais roupas a menina gostava e quais não, sabia também dizer se um material era desagradável para a menina. Havia aprendido também que Jeanine odiava beterraba, mesmo esmagada e misturada aos outros alimentos. Em compensação, sorria contente quando lhe era oferecida cenouras. O pocionista havia decorado os horários para a mamadeira da criança e, sem nem saber como, acordava nos horários certos durante a noite para a troca de fraldas.
Agora, sentado com Jeanine em seu vestido azul (presente de Narcisa e, assim como muitos, era usado apenas na visita a Mansão) e com um laço da mesma cor no cabelo, parecia muito confortável. Quando Narcisa apareceu com Draco em seu encalço, dando passos muito firmes, o menino correu em direção a prima. Diferente de Draco, Jean ainda não conseguia dar nenhum passo, embora sentasse e ficasse de pé sozinha, desse modo, Severus desceu a menina e a deixou de pé, enquanto era abraçada pelo Malfoy.
-Nine!- Fora a primeira coisa dita pelo menino quando se separam. Draco falava poucas palavras, chamava a mãe e o pai, assim como dizia "não" e "chega" com maestria, mas a primeira palavra dita (para descontentamento de Lucius) fora o apelido da prima. Nine.
Em resposta ao primo, Jeanine sorriu.
-Draco!- Disse a menina, sorrindo. Depois de alguns elfos levarem brinquedos, comidas e chás, as crianças focaram sua atenção nas brincadeiras que apenas elas entendiam, enquanto Narcisa perguntava a Severus sobre o desenvolvimento da sobrinha. Enquanto conversavam, Lucius Malfoy saiu de seu gabinete e, com um maneio de cabeça, cumprimentou Severus.