Sweet Creature

2.2

O Expresso

Jeanine nunca havia estado tão ansiosa como naquele momento. Seu malão para Hogwarts estava feito uma semana antes do embarque e, na noite anterior, a menina havia retirado tudo de dentro para conferir se todos seus pertences estavam ali. Livros, cadernos, penas, pergaminhos, ingredientes. Suas roupas preferidas (e isso incluía seus pijamas nada convencionais) e livros de histórias que haviam sido presente de seu pai.

Severus que passava de tempos em tempos na porta da menina, sorria achando graça da ansiedade de Jean. Ele havia perdido a conta de quantas vezes a menina havia checado sua lista para conferir tudo. Quando anoiteceu e ambos se prepararam para dormir, Jean pediu a Severus que lhe contasse a história do Lírio, e o homem o fez sem reclamar. Era uma história íntima para os dois e que sempre os acalmava.

Quando a manhã chegou, Jeanine já estava de pé. Andou tentando fazer o mínimo de barulho possível, abriu a porta do quarto do pai e parou ao seu lado da cama. Cutucou o braço do adulto que abriu apenas um dos olhos.

-Tudo bem, filha?- Jean concordou, os cabelos embaraçados e o pijama desalinhado entregavam que ela devia ter demorado para dormir, se revirando na cama. Severus deu espaço para a menina, que se aninhou a ele, enquanto o mais velho acariciava seus cabelos, Jeanine se sentiu mais segura- Vai ficar tudo bem, Jean. Você  vai ser uma aluna brilhante, vai fazer amigos muito bons e vai ser uma das melhores bruxas do seu ano, se não a mais inteligente de todas.

-Você acha?- Jean sussurrou, parecendo menor do que era realmente.

-Eu tenho certeza.

Mais calma, Jean adormeceu e só foi acordada quando o relógio marcava 9h. Tomou seu café com torradas e, puxando seu malão, segurou o braço do pai para aparatarem na Mansão Malfoy. Jeanine seguiria para a estação de King's Cross com seu primo, já que o pai precisaria ir diretamente para Hogwarts organizar os últimos preparativos para o início do ano letivo. Severus queria poder ficar com a filha, vê-la entrar no expresso e acenar para ela, mas sabia que não seria possível.

Assim, deixou Jeanine na Mansão, agarrada a gaiola do seu animal de estimação que havia sido comprado no Beco Diagonal, semanas antes. Um filhote de gato siamês, nada mágico, segundo a vendedora mas, para a menina, ele era inteiro feito de magia. Os olhos cinzentos de Jean combinavam com o do bichinho, Atlas.

-Nine!- Draco, que estava pronto também, caminhou até a prima e a abraçou. Diferente do primo, Jean não usava nada bruxo e sim, calças jeans claras, um suéter azul feito por Andrômeda e All Stars pretos- Gostei da sua roupa.

Jeanine sorriu par ao primo e olhou o de cima a baixo. Draco usava calças e camisas pretas e, por cima, uma capa preta, combinando suas roupas com o pai. Jean tinha de admitir que combinava com o primo toda aquela pompa.

-Também gostei do seu.

Severus caminhou até a filha e chamou a para dizer adeus.

-Escute, filha. Não me importa para qual casa você vá, entendido?- Jeanine concordou sorrindo um pouco- Tenho orgulho de você e sou muito grato por ser seu pai.

Jeanine se agarrou ao pescoço do pai e o abraçou o mais forte que pode.

- Amo você, pai- Severus sorriu mais discretamente por estarem cercados de outras pessoas, mas estava radiante por dentro.