3.4

818 96 6
                                    


De volta


Quando Jean colocou os pés em Hogwarts, pensou em correr e avisar Dumbledore que Harry havia tentado se matar em um carro voador. Mas fazer isso incluía explicar que a passagem para a plataforma 9 3/4 havia sido fechada e que, por algum acaso do destino, ela sabia como.

Entretanto, a Snape imaginou que Dumbledore seria a primeira pessoa a saber do ocorrido e sua teoria se confirmou ao entrar no Salão Principal cheio de alunos e encontrar os lugares do pai, do diretor e da professora de Transfiguração, Minerva McGonagall, que também era diretora da casa dos leões, vazios.

Eles já sabiam, afinal, por conta disso, Jeanine se deixou sentar na mesa bronze e azul mais tranquila. Enquanto trocava um sorriso e contava algumas novidades com Anthony Goldstein, um dos colegas com quem Jean melhor interagia na casa, viu o Salão se encher de primeiristas animados. O mais incrível era que Jean sabia exatamente como eles estavam se sentindo, ansioso e assustados. Na mesa da Grifinória, George e Fred abanaram para a melhor amiga, indicando uma cabeleira ruiva em meio aos novatos. Gina Weasley estava lá, pata quem Jeanine abanou também, sorrindo para a mais nova. Gina se animou na hora ao lembrar que, enfim, conheceria a menina de quem os irmãos mais velhos tanto falavam. 

Muitos alunos foram se juntando as casa enquanto a seleção ocorria, enquanto Jean se perdia em pensamentos sobre como seria o seu segundo ano. A menina só saiu dos devaneios quando uma menina de cabelos muito loiros e olhos incrivelmente brilhantes (Jean descreveria eles como cativantes) sentou ao seu lado.

-Oi- a menina sorriu, com as bochechas coradas- Sou Luna Lovegood.

-Olá, Luna!- Jean sorriu, contente- Eu sou Jeanine Snape, mas pode me chamar de Jean.

-Achei seus olhos adoráveis, Jean- A Snape não sabia como explicar mas, do mesmo modo que ocorrera com a troca de cartas com Gina, Luna não precisou mais que duas palavras para fazê-la sentir vontade de passar horas com a mais nova.

-Achei você inteira adorável, Luna- E, enquanto o banquete não era servido, Jeanine e Luna conversaram. A mais velha contava sobre o castelo e todas as suas maravilhas, enquanto ouvia atentamente a loira lhe contar que seu pai era o editor chefe do Pasquim, que a menina amava pudim  que, com toda a certeza, Hogwarts seria seu lar.

Quando a noite acabou, Jean percebeu que nem Harry nem Ronald haviam aparecido no salão e, se desse sorte, Harry teria sido mandado embora. E, mesmo sabendo que era para o bem dele, Jeanine se sentia mal por estar torcendo pela expulsão do garoto. Jean abanou para Draco e Theo, antes de ir abraçar Gina, que estava empolgada com a seleção, afinal, mais uma Weasley na Grifinória. Os gêmeos, que tinham feito o restante do caminho até Hogwarts com Jean, contaram algumas piadas e se despediram com beijos estalados na bochecha da mais nova. Jean caminhou com Luna até a comunal, rindo e lhe contando mais sobre tudo.

Quando a estátua da entrada da comunal se moveu, Jeanine sorriu para Luna.

-Veja isso.

A estátua abriu a boca e, com um sorriso discreto para as duas (afinal, como não gostar de Jean e Luna?), disse o enigma.

- O que é que tem cabeça, mas não tem olhos.  Não tem cabelo. É duro sem ser teimoso e adora levar pancada?

-O que acha, Luna?-  A loira sorriu, sabendo a resposta na ponta da língua.

-Um prego, senhora!- A estátua deu passagem para as meninas e Jean sorriu ao ver o os olhos maravilhados da mais nova.

-Bem vinda a Corvinal, Luna. Essa será sua casa, seu lar e nós, sua família- Jean suspirou, antes de tocar os ombros da menina- Nem todos tem a mente aberta e são gentis, Luna. Mas espero que saiba que pode contar comigo para tudo o que precisar.

-Obriga, Jean!

Quando foi para seu dormitório, a menina sorria contente, embora ainda preocupada. mas, sinceramente, havia sido uma noite realmente boa. Jean estava pronta para dormir quando uma monitora bateu na porta do quarto, entregando um pergaminho para Jean. 

Dumbledore queria ver a menina.

A Snape se esgueirou pelos corredores do castelo até a grande estátua que dava lugar a entrada do escritório do diretor. Jeanine subiu as escadas sorrindo, mesmo que estivesse preocupada. Bateu  na porta e entrou após ouvir o convite de Dumbledore. Assim como no ano anterior, o velhinho usava seus óculos meia lua e tinha uma barba branca longa, que o fazia parecer o Papai Noel, mas com um ar mais sábio.

-Boa noite, senhor!- Dumbledore fez sinal para que a menina sentasse em uma das poltronas que haviam ali- Como o senhor passou as férias?

-Boa noite, Jean. Minhas férias foram muito boas, veja bem, visitei a praia!- Jean sorriu e agradeceu quando o diretor lhe estendeu uma xícara com chocolate quente- Sinto muito pelo horário, criança, mas creio que precisamos conversar.

Os ombros da menina caíram.

-Eu sei, senhor- Então, Jeanine contou sobre a conversa estranha que tinha ouvido entre o tio e o sr. Nott. Contou sobre as tentativas de impedir Harry de ir para Hogwarts e sobre como, infelizmente, havia falhado- Sinto muito, diretor. Me pediu para tomar conta do Harry, mas ele fez aquela burrada de entrar em um carro voador. Sinto m...

-Não se preocupe, Jean. Deixe-me contar uma coisa- Dumbledore sorriu- Nossas decisões, para o bem ou para o mal, são nossas. Assim como as decisões dos outros. A senhorita fez o possível para proteger Harry, mas não pode controlar o que ele quer fazer.

Jean concordou, embora ainda se sentisse responsável pelo garoto.

-Mas não foi por isso que a chamei, Jeanine- A menina ergueu os olhos, curiosa- Madame Pomfrey falou comigo alguns dias atrás e, considerando que é uma das melhores alunas em Poções e tem um talento natural para com as pessoas, me ocorreu que seria uma candidata perfeita.

-Para o que, senhor?

-O que me diria de ser ajudante na enfermaria da escola? Isso contaria pontos extras nos seus NOMs e NIEMs no futuro, além de, creio eu, ser um jeito de usar esse dom natural que tem para cuidar das pessoas.

Jeanine não precisava pensar muito. Ela adoraria ajudar Poppy. Além disso, quanto mais aprendesse sobre cuidar de ferimentos, melhor poderia ajudar o primo durante as férias.

Jeanine sorriu e concordou.

-Muito bem. Amanhã deve ir conversar com Madame Pomfrey, sim? Agora, deve retornar a sua Comunal e descasar.

A menina se levantou e caminhou em direção aporta, virando quando ouviu o chamado do professor.

-Não se esqueça, Jean, não pode ter controle de tudo. Mas pode tentar ajudar. Boa noite!

-Boa noite, senhor.

Aquele seria, com toda a certeza, um ano excelente.


************************************************

Desculpa, gente!

Prometi um capítulo na sexta e não deu. Na quinta feita meus professores decidiram que iam mandar um monte de trabalhos e formulários. Ainda por cima, tudo está uma correria porque estão se organizando para voltar as aulas presenciais.

Enfim, aqui tem um capítulo novo, meio fraquinho e curto. Mas o outro já está em andamento.

Espero que gostem!

Votem e comentem, ajuda muuuito!

Nox!



Sweet CreatureWhere stories live. Discover now