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O Armário 

Jeanine havia acordado no horário pela primeira vez desde que chegara em Hogwarts. Teve tempo de tomar um banho e organizar seu uniforme corretamente e ela teria chego no Salão Principal para tomar o café da manhã com calma se não tivesse encontrado Helena Ravenclaw no Salão Comunal, encarando uma prateleira. Jean não conseguiu se conter e engatou em uma conversa com a fantasma. Quando se deu conta, faltavam trinta minutos para o fim do café e a menina teve de empilhar os livros nos braços e sair apressada.

Jeanine havia combinado de emprestar dois de seus livros sobre poções avançadas para Theo e Hermione, porque eles não haviam encontrado na biblioteca da escola, além de ter que levar o livro de Transfiguração, mesmo não tendo aula no dia. Jean queria garantir notas boas na matéria, por isso estudaria com Hermione na biblioteca na hora do almoço. Por conta disso, a menina estava com uma pilha de livros,  além da mochila cheia de pergaminhos dos trabalhos que deveria entregar.

Pirraça, o poltergeist que passava por ali, pronto para pregar uma peça em alguém, viu a menina e foi até ela.

-Adivinhe quem é!- Jean sorriu, tentando equilibrar os livros.

-Deixe me pensar. O melhor pregador de peças de toda Hogwarts? Ou talvez o melhor poltergeist de todos?- Pirraça, contente com a bajulação, tomou alguns dos livros dos braços da menina, que pode descansar um pouco- Obrigada, Pirraça. Então, quais são as ideias para hoje?

Durante o caminho que se seguiu, Pirraça contou a Jean todas as ideias de pegadinhas que tinha e com quem aprontaria, recebendo mais ideias da pequena marota. Quando estavam animados o suficiente para não perceberem que o café já estava acabando, Jeanine viu  Barão Sangrento, fantasma da Sonserina indo na direção dos dois, parecendo furioso com o poltergeist.

-Pirraça! Barão Sangrento está vindo!- O poltergeist produziu um ruído engraçado, devolvendo os livros a Jean e saindo do corredor o mais rápido possível. Jeanine sorriu e continuou seu caminho, sem notar que três pessoas paravam a sua frente. Antes que a menina pudesse protestar, foi empurrada para uma das salas e caiu no chão, espalhando os livros e, sem tempo de se levantar, viu a porta ser fechada.

Jean não se apavorou, sabia que muitos alunos gostavam de pregar peças como aquela. A sala onde estava tratava-se, na verdade, de um armário não muito grande e escuro, coisa que não incomodou a menina. Afinal, escuridão e silêncio costumam fazer bem a alma as vezes. Mas o armário não ficou em silêncio por muito tempo, antes que Jean pudesse notar, vários berradores se erguerem do chão e se abriram.

Gritos e gargalhadas ecoaram pelo pequeno espaço, ecoando na mente da menina. E, então, as lembranças a consumiram.

Jean não sabia dizer de onde tinham saído, mas lá estavam. Uma mulher de cabelos e olhos selvagens ria, gargalhava alto e, ao seu lado, um homem de cabelos pretos e vestes negras. Ambos apontavam suas varinhas para um casal a sua frente. Jean não sabia dizer com quem eram parecidos, mas lembravam a menina de alguém. Quando os olhos de Jeanine foram para seu redor, encontrou um, dois, três, quatro corpos. Todos machucados e se contorcendo de dor e, alguns, sem vida.

Assustada, Jeanine se encolheu no canto mais afastado da sala, tentando cobrir os ouvidos, chorando baixinho. A menina ficou naquela posição por tanto tempo que nem sabia que horas eram do lado de fora.

Draco e Theodore foram os primeiros a darem falta da corvina que, mesmo chegando atrasada, nunca pulava seu café. Depois, Hermione estranhou, afinal, teriam a primeira aula, transfiguração, juntas e Jeanine não havia aparecido. Na hora do almoço, todos os amigos da menina estavam atônitos. Theo Nott não hesitou em sair de sua mesa e caminhar até a dos leões e chamar Hermione.

Sweet CreatureWhere stories live. Discover now