3.2

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********************* Como vocês sabem, só coloco avisos no começo do capítulo se for muito necessário. Esse capítulo em si é mais pesado, tenho trabalhado nele desde o começo da história e, junto com o 2.4 (que vai sofrer alterações) é um dos mais pesados na segunda parte. Na terceira vai ser só porrada mesmo, então não vou nem avisar mais.********************


Castigo


Haviam algumas coisas que Jean temia muito no mundo. Decepcionar o pai, se afastar do primo, ser igual a sua mãe biológica. Mas, naquela idade, a pior delas era ver Draco ferido de alguma forma. Vulnerável. E amenina bem sabia que não existia ninguém que deixasse o primo mais vulnerável que o pai dele, Lucius. Por isso, o estômago da corvina revirava enquanto caminhava lado a lado com o loiro na direção do gabinete de Lucius.

Jean mantinha a mão junto a do primo e, hora ou outra, um deles apertava a mão do outro. Não sabiam o que aconteceria, mas o mais velho não parecia nada contente. Os dois tinham consciência que Narcisa não poderia fazer nada, já que estava dormindo, do outro lado da mansão. Quando entraram no escritório, Lucius se virou para as crianças, os olhos pegando fogo e o rosto pálido levemente corado.

-Vou perguntar apenas uma vez- Usando a varinha, que mantinha em mãos, apoiou o queixo do filho, olhando no fundo dos olhos do menor- O que faziam na cozinha no meio da noite?

Draco manteve os olhos no pai, ainda segurando a mão de Jean. Ele estava apavorada, a prima sabia, ela também estava. Quando Lucius viu que o filho não responderia, virou na direção de Jean e apoiou o queixo da menina com a varinha.

-Se não falarem por bem...

-Não toque nela!- Draco se moveu, colocando a prima atrás de si. Os dois não tinham mais a mesma altura, já que o garoto havia crescido e era bons cinco centímetros mais alto que Jeanine. Desse modo, Draco cobria a menina, mantendo a atrás de si com o braço, para que ela não se movesse- Não toque nela, ela não fez nada.

Jean queria protestar, tomar toda a responsabilidade para si, mas Draco não deixava que ela se movesse.

-Não fez, é? Muito bem- Lucius olhou para o mais novo- E o que você fez, Draco?

-Mandei que um dos elfos fizesse um favor para mim.

-Você mandou que um dos meus elfos fizesse um favor para você?- O garoto assentiu. Assustando as duas crianças, Lucius agarrou o braço de Draco e o arrastou gabinete a fora, em direção ao corredor que levava ao quarto de hóspedes, longe dos quartos principais, onde Narcisa estava- Vou lhe ensinar quem manda nessa casa!

Jean corria atrás dos dois mas, antes que conseguisse alcançar o tio, foi jogada contra uma parede por um feitiço que nem sequer soube identificar. Lucius adentrou o quarto e trancou a porta. Jeanine esmurrou e gritou chamando o primo, pedindo que Malfoy parasse.

-Draco! Dra...- Sua fala foi interrompida quando um grito ecoou de dentro do quarto. Um grito de dor. Um grito de Draco- Não... Draco! DRACO!

Mais um e outro. E mais vários gritos vinham de dentro do quarto. Jean batia na porta, mas sempre que um grito ecoava, sua mente pregava peças na menina. Um mulher de olhos selvagens, sangue. Draco. Jean tentava focar no primo, porque ele era real e precisava dela.

Em algum momento da noite, tanto os gritos de fora, quanto os de dentro cessaram. E a Mansão Malfoy mergulhou novamente no silêncio mórbido de sempre. Lucius saiu do quarto com a manga das vestes arregaçadas, os cabelos loiros bagunçados e um olhar selvagem.

Sweet CreatureWhere stories live. Discover now