Sweet Creature

1.7

1988- Em algum lugar da Londres trouxa

Severus Snape, Narcisa Malfoy e Andrômeda Tonks caminhavam pelas ruas de Londres, cercados por trouxas. Mas esse, era um detalhe irrelevante para eles.

O que realmente importava era encontrar Draco e Jeanine, que havia desaparecido.

Jean havia passado o final de semana na casa dos Malfoy, enquanto seu pai, Severus, terminava de organizar suas coisas para poder aproveitar as férias ao lado de Jean. Narcisa precisou sair para comprar algumas coisas no Beco Diagonal, deixando assim, Lucius como o único adulto na casa.

Jeanine não gostava do tio. Ele era cruel com Draco e sua tia. Sempre com palavras duras e enaltecendo a pureza de sangue, além de exigir que Draco fosse sua cópia perfeita. Quando o menino não atendia suas expectativas, ele o punia de diversas formas. Em nenhuma das vezes Jean esteve presente, mas sempre se embrenhava pelos corredores em direção ao primo quando o castigo acabava, para dar lhe um abraço e garantir que ele ficasse bem.

Naquela tarde, depois que Narcisa saiu, Lucius sentou em sua poltrona na imensa sala de estar e começou a ler seu jornal. Jean e Draco brincavam em silêncio, o primo tentava ensinar a garota as melhores jogadas do xadrez de bruxo.

-Draco, pegue uma bebida para mim!- Lucius mandou, fazendo o filho se levantar e caminhar em direção ao pequeno bar. Então o homem ergueu seus olhos e avaliou Jean. A menina não estava usando suas vestes bruxas, já que havia combinado com o pai que, após ele buscá-la, iriam para a confeitaria trouxa que a menina havia conhecido com seu tio Ted- Jeanine!

Jean se ergueu e caminhou até o tio, depois que ele lhe fez um sinal. Draco voltou com um copo cheio de whisky de fogo e entregou ao pai que não lhe disse uma palavra de gratidão. Lucius avaliou Jean novamente e fez sua costumeira cara de desgosto.

-Não deveria estar usando algo decente?

A menina olhou para seu pinafore amarelo queimado, a camiseta branca que usava por baixo e seu all star preto. Jean havia se apaixonado pela marca trouxa desde o momento em que pôs seus olhos nos sapatos, assim como tinha muito carinho por seus pinafores.

-Não vejo nenhum problema, tio- A última palavra saiu como um engasgo de desgosto. Draco puxou a barra do vestido da prima, olhando sério para ela.

-Concorde- Ele sussurrou, aproveitando que Lucius voltara sua atenção para o jornal. Draco gostava das roupas que a prima usava, gostava como ela parecia ela mesma com os vestidos e os pijamas, mas sabia que nunca era uma boa ideia retrucar o pai.

-Escute seu primo, Jeanine- Então encarou a menina sério- E obedeça sua tia, assim honrará o sobrenome que carrega.

Jean olhou séria para o homem. No ano anterior, Dumbledore e Minerva McGonagall haviam visitado a menina e o pai e oferecido a eles uma mudança no nome de Jean, que  passara a se chamar Jeanine Vega Snape, assim, deixando de lado o sobrenome Lestrange. Ela iria sim honrar o sobrenome que carregava. O sobrenome Snape.

-Pegue mais, Draco!- Lucius disse e o filho obedeceu no mesmo instante, dessa vez arrastando Jean consigo para perto do bar.

-Merlin! Nine, não retruque ou discorde dele!- Draco pegou a garrafa de whisky de fogo com as mãos tremendo apenas pela lembrança de Lucius furioso. Jean também lembrava, a primeira vez que o viu daquela forma. Ela era pequena, mas as memórias ruins pareciam se afundar nela e não deixá-la de jeito nenhum.

Por descuido, Draco se atrapalhou com o tremor das mãos e a garrafa, derrubando o vidro que estilhaçou em milhares de pedaços pelo chão. As crianças se abaixaram rapidamente, tentando juntar todos os cacos, mas era tarde demais.