CAPÍTULO LXXIII

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ADRIANA

EU SEMPRE soube que o Eduardo tinha uma cabeça dura, e sabia que ele não iria aceitar o namoro de nossa filha numa boa.

Quando o João chegou com o Samuel ao meu lado, com a bolsa da Nina na mão e falando do ocorrido, o meu coração parou! Minha filha estava correndo perigo nas mãos daquele embuste!

Eu nem teria como ligar para ele e saber o que ele queria, tentar negociar.

Liguei para o Carlos, que por sua voz, estava super nervoso. Ele sempre foi assim com ela. Qualquer problema que a Nina tivesse, o Carlos surtava. Após falar com ele, liguei para o meu marido.

Olha Adriana... - ele atendeu com voz chateada, mas eu não tinha tempo para ficar de paparico com ele.

— Cala a boca Eduardo e escuta! - gritei no telefone para que ele visse que a coisa era séria - A Nina foi sequestrada, pelo Johnny, não sabemos o que ele quer, mas ele deixou um recado dizendo que ia pra casa do Carlos com ela. O Carlos foi pra lá e eu tô indo também, vou desligar e ligar pra polícia!

Não dei tempo dele ficar questionando, desliguei e liguei para a polícia, estava muito nervosa que não conseguiria dirigir.

— João, você pode ficar com o Samuel, por favor?

— Claro, dona Adriana, eu... me liga e me dê informações, por favor.

Chamei um táxi que passava na hora e fui em direção ao apartamento do Carlos.

Quando cheguei, vi a cena mais dolorosa da minha vida. Carlos estava apagado no chão, cheio de sangue, Nina toda machucada, chorando abraçada com o pai e no outro lado o embuste com uma faca no abdômen.

— Filha!

— Mãe! - Nina estava com o rosto bem machucado — Ele salvou a minha vida!

— Ele vai ficar bem. Não vai? - perguntei a um paramédico que estava prestando os primeiros socorros.

Levaram os dois, a Nina e o Carlos, em uma ambulância para a clínica próxima do apartamento do Carlos. Enquanto o embuste foi levado pela polícia para o hospital público.

Quando chegamos à clínica, Nina não se acalmava, queria notícias do Carlos e com ela agitada, ninguém conseguia fazer os procedimentos.

— Filha, você precisa se acalmar. Deixe as enfermeiras cuidarem de você. Enquanto isso, o Carlos está sendo muito bem cuidado.

— Ele salvou a minha vida! - ela dizia chorando.

— Filha, ele vai ficar bem.

— Mãe... o Johnny tava disposto a me matar, o Carlos entrou na frente, pra impedir.

— Nina, deixa as enfermeiras cuidarem dos seus machucados - Clara pediu ao meu lado.

— Eu quero ver ele! Preciso saber se ele tá bem.

— Eu prometo a você que te dou notícias, assim que ele estiver bem. Mas pra isso, você precisa ser cuidada. O Carlos não gostaria de ter se esforçado tanto, pra no fim, você ficar assim - finalmente ela ouviu a Clara, que deu um remédio para ela se acalmar e assim deixar-se ser cuidada.

Algum tempo depois, cheguei na sala de espera e vi o Eduardo de cabeça baixa, sentado num sofá. Fui até ele e sentei-me ao seu lado.

— Eduardo...

— Eu poderia ter perdido ela... - ele estava chorando — minha única filha. E por pirraça minha, ela tá machucada.

— Olha... se não fosse o fato do Carlos sempre estar ligado a nossa filha, ninguém perceberia a ausência dela... ou quando percebesse... não quero nem pensar.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Tahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon