CAPÍTULO LXXXI

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CARLOS

— NÃOOOOO... - não tive tempo para nada, só vi ela bater na mão dele e em seguida, senti Nina abraçar o meu corpo.

Eduardo socou a cara do Flávio, não dando tempo do mesmo apertar o gatilho mais uma vez. O mesmo saiu correndo com o Eduardo atrás e Nina começou a escorregar pelo meu corpo olhando para mim.

— Nina... por favor... nãoooo... Nina!

— Amor... eu... eu te amo - ela fechou os olhos e me desesperei.

— EDUARRRRRRDO.

Ele voltou correndo e olhou eu já no chão, abraçado com a Nina e com sangue na roupa.

— Me ajuda pelo amor de Deus! Pega o carro... amor, amor... fala comigo... Nina!

Eduardo saiu procurando a chave e achou no meio da rua, próxima a bolsa da Nina. Ele apanhou ambas e correu para o carro, ligando o mesmo e trazendo para perto. Começaram a aparecer várias pessoas, levantei do chão com a Nina no colo, Eduardo abriu a porta detrás do carro e eu entrei com ela.

Ele fechou a porta e partiu.

— Nina, fala comigo, amor - eu chorava e passava a mão por seu rosto e o sangue dela estava manchando toda a sua roupa, assim como minhas mãos e minhas roupas também — Eduardo, corre com esse carro pelo amor de Deus.

— Tô fazendo o máximo que posso! Filha... - ele olhou para trás e ela não respondia. Eu apertei ela contra mim e o Eduardo pegou o telefone e discou — Bruno, onde você tá de plantão hoje?... Tô indo praí... Sua irmã... levou um tiro... eu não sei - ele olhou para mim pelo retrovisor — Carlos, o Bruno pediu para você verificar se ela tem batimentos.

— Eu não consigo... Eduardo, corre... - eu chorava e apertava ela, talvez procurando sentir algo que me dissesse que ela estava viva — Não me deixa, Nina... não faz isso comigo.

Ouvi vários carros buzinarem quando ele passou a mil por uma pista, ignorando os sinais vermelhos.

— Filha, aguenta... tô quase chegando.

— Amor, por favor, não me deixe... Nina...

Eduardo parou o carro na frente da clínica, perto do meu apartamento, rapidamente o Bruno já abriu a porta do carro e dois enfermeiros tiraram ela dos meus braços, colocaram na maca e levaram ela para dentro. Eu desci correndo e fui acompanhando, segurando a mão dela e chamando por ela.

— Carlos, você fica aqui... agora é comigo! - disse o Bruno colocando a mão no meu peito me impedindo de passar.

Coloquei as mãos na cabeça e chorava como um bebê.

— Eu não posso perder ela... não posso ficar sem ela... minha vida acaba se eu ficar sem ela - abracei o Eduardo.

— Minha filha é forte, tenho certeza que ela vai sobreviver - ele estava como se estivesse anestesiado.

— Eu não fico sem ela...

Vi quando o Eduardo fez uma nova ligação informando a Dri do ocorrido e em pouco tempo, ela e Clara adentraram correndo a clínica. Dri, abraçou o marido e eu no chão sentado, só conseguia falar para mim mesmo que ela não me deixaria.

Clara ajoelhou-se e me abraçou.

— Clarinha, diz que ela vai ficar bem... pelo amor de Deus. Eu não posso ficar sem a minha mulher. Se o pior acontecer... não fico aqui sozinho, eu morro junto. Ela prometeu não me deixar nunca mais...

— Carlos, a Nina é forte...

— Eu quero minha pequenininha... traz ela pra mim... amor, por favor, não me deixe.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Where stories live. Discover now