CAPÍTULO XXIX

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NINA

O TEMPO foi passando, tio Ca voltou a estudar, colocou bastante matérias em sua grade, pois assim terminaria a faculdade em menos tempo.

Eu passei a frequentar a academia, às sextas-feiras eu ia para academia levada por minha mãe, de lá ou ia de táxi, ou a mãe da Larissa ou do João me davam carona até a casa do tio Ca.

Um dia, eu estava numa lanchonete próxima da academia e vi o tio Ca com uma mulher no carro, era uma quarta-feira. Passado isso, eu perguntei a ele, e ele me disse que era uma colega de faculdade e que estavam fazendo pesquisa para um trabalho.

Uma outra vez, eu estava na dita lanchonete, lanchando com o João e a namorada dele, Flávia, e do nada me aparece um tal Gustavo, lindo, moreno com uns dezenove anos, corpo todo definido. Ele entrou na lanchonete vestindo uma bermuda de moletom e uma camiseta recortada, deixando todos os seus músculos à mostra. João foi ao banheiro e o tal Gustavo passou pela mesa em que eu estava e piscou pra mim, saindo da lanchonete logo em seguida.

― Nina, esse garoto, metade da academia quer dar uns pegas nele. Que o João não me escute, mas ele é lindo e muito gostoso!

― Como você sabe que ele é gostoso?

― Olha para ele... precisa nem provar pra saber.

Nisso, eu e o Gustavo começamos uma paquera, eram troca de olhares e sorrisos. Às vezes ele piscava, mas não chegava em mim e depois de ser traída, eu não dava mole pra nenhum cara. Essa paquera nossa levou um ano, até ele decidir me convidar para comer uma pizza.

― Tio Ca, na sexta eu vou chegar mais tarde na sua casa - comentei com ele pelo telefone.

Por que?

― Tenho um encontro - ele não falou nada, ficou quieto ― Você ouviu, tio Ca?

Ouvi.

― Tudo bem?

Sim.

E fui ao meu encontro com o Gustavo. Claro que não fui sozinha, levei o João, meu melhor amigo e a namorada dele.

Quando chegamos, o Gustavo já estava lá na pizzaria. Lindo demais.

― Boa noite! - ele veio até mim, pegou em minha mão e beijou ― Sentem-se por gentileza.

Nos sentamos e foi uma noite muito agradável. Quando terminamos, ele me ofereceu carona para me levar até a casa do tio Ca.

― Não precisa, eu vou de táxi!

― Eu estou de carro, não me custa nada e minha casa é para aquele lado.

― Nina, se você não quiser ir com ele, eu posso chamar o Carlos para te buscar. Eu não te levo, pois vou levar a Flávia em casa.

― Tudo bem, João. Olha Gustavo, se você tentar qualquer coisa, eu te arrebento na porrada. Faço boxe há anos.

― Não tentarei - ele sorriu com todos aqueles dentes brancos, perfeitos.

Entramos no carro e ele me levou para a casa do tio Ca. Quando chegamos na frente do prédio, ele parou o carro e ficou me olhando.

― Obrigado por confiar em mim e não só pela carona, mas pela pizza também.

― Continue gentil e quem sabe não comemos um hot dog qualquer dia?

― Eu preferia... um jantar. Comer bobagens só nos fará frequentar mais e mais aquela academia.

― Quem sabe... agora eu preciso ir. Obrigada pela pizza e pela carona.

― Boa noite, linda donzela.

Trilogia : POR QUE NÃO? O Doce Carlos - Livro 2Where stories live. Discover now