Capítulo 18 - Ajustes!

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Depois do jantar, Andrea deixou Caroline com Miranda e Ana na sala enquanto foi ao quarto com Cassidy

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Depois do jantar, Andrea deixou Caroline com Miranda e Ana na sala enquanto foi ao quarto com Cassidy. A filha entrou triste no quarto e se sentou na cama depois de pegar a mochila. Abriu o livro de história e mostrou que estava rasgado e amassado. Depois mostrou os cadernos também depredados.

― Eu não fiz isso, mamãe, não gosto dessa aula, mas eu não fiz.― ela confessa com o coração triste e Andrea apenas suspira amorosa.

― Eu acredito em você, meu amor. Por que não disse a Caroline?― precisava entender toda situação para poder se posicionar e resolver a questão da melhor forma.

― Elas são amigas. Caro gosta da Lisa e elas são melhores amigas. Fiquei com medo de que ela pensasse que estou com ciúmes. Todos ficam falando que porque sou amiga do Bryan, ele é meu namorado. Mas não é, sou criança.― ela diz com calma. ― Pensei que Caro poderia dizer que quero roubar a amiga dela.

― Ela nunca diria isso, meu amor, porque a melhor amiga dela é você!― Andrea diz com calma.― Caroline te ama e mesmo que ela tenha muitas amigas ou você tenha muitas amigas, não vão deixar de ser amigas nunca. Vocês são irmãs e gêmeas, vão se amar a vida toda porque cuidam uma da outra. 

Cassidy fica emocionada e abraça Andrea buscando conforto. Andrea sente o coração gelar de ver sua pequena assim, tantas crianças passam por bulling e os adultos apenas dizem coisas como "vai passar" "Não é nada demais" "É só briguinha de criança." Adultos minimizam dores porque não compreendem que bulling pode tirar a vida de alguém.

As taxas mundiais de suicídios entre crianças e jovens aumenta todos os anos. O que há de errado com nossas crianças? A resposta é simples... os adultos a volta dela. 

Estamos falhando socialmente, culturalmente, pedagogicamente e familarmente. Quando uma criança ou um jovem tira a própria vida, 99% das vezes isso é culpa da pressão exercida por que está ao seu lado. Ou por ignorar suas dores, ou por não protegê-lo, ou mesmo por ser o causador dessas dores. 

Cada vez que uma criança frequenta um psicólogo, um psiquiatra e não está sorrindo ou sendo feliz é nossa culpa social sim! É nosso fracasso em dar a essas crianças e jovens um mínimo de decência a felicidade em suas vidas. 

Algumas pessoas têm transtornos neurais e essas estão em outro patamar de tratamento, precisam de ajuda de médicos e outros profissionais da saúde. A maioria só precisa de amor, atenção, afeto...

Andrea sabia disso não porque tivesse sofrido na Escola com situações assim. Ela sabia porque era uma pessoa sensível, porque sabia que precisava prestar atenção as outras pessoas, porque era mãe daquelas meninas. 

E mãe sempre sabem!

Mães sempre se importam...

Mães são a luz do túnel.

― Filha, ela te machucou? Alguém da turma te machucou?― ela perguntou com calma.

― Ela puxou meu cabelo no banheiro, mas eu puxei o dela de volta.― contou com medo de ser repreendida.― Eu não deixo ninguém me machucar e se acontecer, conto pra você ou pra mãe.

O infinitivo - Intersexual MirandyWhere stories live. Discover now