Capítulo 30 - O que vem depois da dor...

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Alguns momentos da vida são particulares

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Alguns momentos da vida são particulares. Outras são públicos, mesmo que não aconteçam para todos verem. São públicos porque relatam fatos que infelizmente são comuns a muitas pessoas. Os tempos atuais são campeões em expor a violência de um modo diferente e estúpido. 

A intimidade de uma pessoa é devastada sem nenhum ressentimento, sem nenhum pudor ou responsabilidade emocional. Pessoas são violentadas todos os dias nas redes sociais com comentários frios, hipócritas e ruins. Pessoas são expostas e tratadas como pequenos pedaços de carnes.

Existem muitos tipos de violência, muitos mesmo. Mulheres, em sua maioria são tratadas como pequenos pedaços de coisa alguma. Alijadas de seus direitos, de suas escolhas e de seus corpos. E, para absoluta tristeza, a maioria esmagadora de outras mulheres quase sempre culpa as vítimas. Apoia opressores e acha legítimo sempre dizer que existem motivos para que violências sejam cometidas. 

Vítimas são todas as mulheres que passam por tantas violências sociais, psíquicas e físicas. Tão necessário falar sobre pautas que nos levem a repensar a violência e os códigos de éticas de tantas profissões. 

Miranda estava deitada no colo de seu amor. Ela estava lá aconchegada a mulher que ela amava tanto e que trazia a luz todas as suas verdadeiras intenções. A maioria das pessoas gosta de Miranda dura, fria, cheia de tiques e gestos de uma pessoa que subiu na vida pisando em outras e maltratando. 

Mas a pergunta é, pessoas como Miranda Priestly são construídas socialmente? 

São sim! E também são levadas a serem quem são por pessoas que não se importaram com seus sentimentos. Por outros, que desejando apenas fazer o que lhes agradava, pisaram, maltrataram e destruíram corações. 

Não há nada de bonito em ser grosseiro, rude, indelicado.

Não é sensual ser estúpido. Não é interessante pisar nos profissionais somente porque cometeram erros. A maioria das pessoas ama Miranda porque não tem que cruzar com alguém como ela na vida real. É apenas a imagem de um sex appel que envolve o masoquismo de cada um personalizado em um personagem que é extremamente violenta. 

Mas quem fez Miranda Priestly? Quem faz as Miranda em um mundo inteiro? Quem torna o ambiente para uma mulher tão hostil que precise se tornar uma quase máquina que assombra as pessoas com uma postura?

E sim, não é bonito desejar que todas as mulheres sejam máquinas ou que sejam tóxicas para subir na vida, terem seus trabalhos. Mulheres não deveriam ter que endurecer e ficar exatamente como os homens de poder que todas criticamos. E que pena não se dialogar sobre isso. 

Miranda não era só uma mulher dura de negócios, ela era alguém que a vida pisou tanto que sem ter por onde escapar acabou por se tornar algoz, como tantos algozes que ela mesma teve. 

No colo de Andrea estava a pessoa que ninguém, absolutamente ninguém conhecia. Andrea apertava seu amor nos seus braços, segurava sua mulher com a calma de quem não estava calma. 

O infinitivo - Intersexual MirandyOù les histoires vivent. Découvrez maintenant